Termocolor: tem cor de página virada e fogo alto

Componedora liga turbinas para novo ciclo de expansão
Termocolor: tem cor de página virada e fogo alto

Em contagem regressiva para cruzar em 2024 a marca dos 40 anos, a componedora Termocolor é uma aula de crescimento incessante e acelerado em um setor abarrotado de competidores. Nos últimos anos, em particular, a arrancada da empresa controlada pela família Fantinati chama a atenção por ser movida por uma formulação que alia a ausência de estardalhaço com customização de soluções e reinvestimentos anuais na renovação e expansão de uma capacidade estimada em 50.000 t/a no complexo sede em Diadema, Grande São Paulo. Assim foram lavrados feitos como os acertos de cor na primeira mostra em 90% dos casos e a redução a sete dias no prazo de praxe entre compra de ingredientes e entrega do material encomendado. A mesma inquietação pulsante por trás desses progressos hoje banca uma nova guinada na gestão do negócio e na percepção de oportunidades pela componedora, como ilustra seu aprofundamento em especialidades nas asas da sustentabilidade. Nesta entrevista, a diretoria Roberta Fantinati dá um spoiler do próximo capítulo, iniciado este ano, da trajetória da Termocolor.

Por que a Termocolor decidiu este ano repaginar a atuação de sua diretoria comercial?
Roberta Fantinati: distribuidor equatoriano para Termocolor deslanchar na América Central.
Roberta Fantinati: distribuidor equatoriano para Termocolor deslanchar na América Central.

Seguíamos um modelo padrão no nosso mercado, com um gerente comercial responsável por todos os clientes, vendedores e representantes. Com esta concentração de poderes, alguns projetos interessantes ficavam esquecidos ou em segundo plano e sentimos, então, a necessidade de implantar novos processos para vitaminar a área comercial. As mudanças começam a ganhar visibilidade este ano. a exemplo das contratações de Murilo de Barros Feltran, egresso da Basf e agora à frente da gerência para contas especiais, focada nos pedidos mais robustos e clientes cativos, e de Flávio Salazar, vindo da Clariant e responsável pela gerência dedicada a novos projetos e a mercados em que a Termocolor ainda não consolidou sua presença. O novo efetivo, de alta especialização técnica volta-se para o Brasil e América Latina, ainda abrange quatro representantes e mais três vendedores externos, todos eles respaldados pelo time interno de vendas.

Nos últimos tempos, uma multidão de componedores  lançou concentrados para plástico pós-consumo reciclado (PCR) Quais os diferenciais dos masters para reciclados da Termocolor perante a concorrência?

Desenvolvemos o master em PCR movidos pela grande demanda; clientes cobravam uma opção de material que fechasse o ciclo da economia circular. Apoiamos então os clientes usuários de PCR na produção de peças mediante o acesso a insumos auxiliares em veículos PCR. O resultado, portanto, é um artefato transformado 100% PCR. Esse novo masterbatch combina pigmentos e aditivos, sem afetar propriedades mecânicas e de cor e pode ser adicionado à produção do transformador sem gerar maiores problemas de processamento. A grande dificuldade no trabalhar com o PCR é encontrar uma fonte de resina reciclada de qualidade e constância de fornecimento; fechamos a lacuna com supridores de lotes homogeneizados. A título de referência dos avanços obtidos, conseguimos desenvolver master branco em PCR, um feito considerável pois as peculiaridades de um material reciclado dificultam muito a obtenção de um colorante branco de extrema alvura.

O valor agregado não torna esse master uma solução de cunho  exclusivo, para um quadro restrito de clientes?

Por enquanto, não enxergamos economia significativa em preços e custos desse master. A demanda por ele hoje provém de brand owners e setores de marketing desejosos de por em prática a sustentabilidade nos seus produtos finais. Assim, a competitividade em preço desse master alinhado com a circularidade vai depender de estímulos do governo à cadeia industrial, caso da diminuição de carga tributária.

Quais os planos de expandir ainda este ano o portfólio de masters para PCR?

Lançaremos até dezembro masters em PCR para resinas veículos além de PP e PE. O desafio será fornecer os concentrados nas mesmas cores que eles utilizam no tradicional concentrado baseado no polímero virgem. Também começamos este ano a produzir um composto de PE com alto teor de carbonato de cálcio para filmes e frascos soprados de uso único ou vida útil curta. Sua composição diminui o uso de plástico no início da cadeia.

Por quais motivos masters de cores e aditivos para PET não constam do mostruário da Termocolor?

Dispomos de masters para PET porém veiculados em resina copoliéster. Optamos por não trabalhar com a PET devido ao alto grau de contaminação e incompatibilidade com outras resinas.

Como grande parte dos seus concorrentes nacionais, a Termocolor não comercializa masters ou compostos importados e fora do seu portfólio. Pretende seguir assim ou  aderir a especialidades que, por ora, vale mais a pena distribuir do que produzir?

Trabalhamos apenas com produção por demanda de especialidades. Ou seja, um fornecimento tailor made; produzimos de acordo com a necessidade do cliente. Em relação à hipótese de distribuir masters e compostos importados, precisaríamos dar a garantia Termocolor ou até personalizar o produto de acordo com a cor do cliente, gerando retrabalho. Não faz sentido, pois temos uma planta equipada para atender a todos os tipos de mercados.

Murilo Feltran e Flávio Salazar: área comercial revigorada pela separação entre negócios consolidados e novos projetos.
Murilo Feltran e Flávio Salazar: área comercial revigorada pela separação entre negócios consolidados e novos projetos.
Como avalia a possibilidade de internacionalizar seu negócio implantando bases comerciais em países latino-americanos para abrir mercados para seus produtos de forma mais consistente que via exportações?

Sempre exportamos para a América Latina, mas no início do ano fechamos parceria com empresa do Equador, com filial peruana, para distribuir com estoque local nossos materiais na América Central. Os clientes na região poderão ter acesso a nossos produtos com lead time e custo menor do que importá-los diretamente, pois o material já estará nacionalizado e liberado para entrega mais rápida.

Quantos clientes a empresa tem em carteira, quantos deles são ativos e o que acha de montar filiais em bons mercados afastados de sua sede?

A Termocolor já desenvolveu 19.000 cores e conta com carteira de mais de 2.500 clientes e, nesse contingente, temos 35% de assiduidade. Numa percepção de curto prazo, convivemos hoje  com ociosidade na capacidade e desfrutamos de uma localização estratégica na Grande São Paulo, perto do porto de Santos e podemos assim cobrir Norte e Sul sem precisar de filiais.

A Termocolor possui capacidade de extrusão de 50.000 t/a. Qual a idade média dessas máquinas, quantas extrusoras comprou no ano passado e serão quantas este ano?

Contamos hoje com 16 extrusoras das quais 14  com dupla rosca e duas do tipo mono e especificas para produzir dois itens. Daquelas 14, cinco linhas são de alta capacidade (1.500 a 2.000 kg/h), seis produzem  500 kg/h e três, de 100 a 300 kg/h. Trocamos as máquinas com regularidade, para evitar a defasagem e oito  anos é a idade média de todas as linhas. No ano passado, chegaram uma extrusora de 1.000 kh/h e outra de 200 kg/hr. Para este ano, o investimento será em periféricos e automação.

Quais as novidades que planeja introduzir este ano?

Lançaremos no  segundo semestre a linha de cores alinhados como tendências para 2024 e aumentaremos a gama de  compostos com carbonato de cálcio para filmes. Também pretendemos automatizar funções como ensaque e alimentação das máquinas de grande capacidade. Além disso estamos em fase de implantação do sistema de B.I. (business Intelligence) para acelerar o acesso a informações que permitam facilitar a tomada de decisões.

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