EUA batem recorde na exportação de etano

Brasil figura entre os principais destinos da matéria-prima petroquímica
Shell Polymers: um dos dois crackers de etano que partiram nos EUA em 2022.
Shell Polymers: um dos dois crackers de etano que partiram nos EUA em 2022.

Com uso primordial como matéria-prima do eteno, petroquímico básico, o gás etano contemplou os EUA com recorde logo no primeiro trimestre nas exportações monitoradas por mês desde 2014. Ao passar a régua neste histórico, a agência governamental de administração das informações sobre energia (Energy Information Administration/EIA) aferiu embarques no pico de 537.000 b/d de etano em março último. O Brasil forma entre os maiores destinos do etano exportado regularmente desde 2016 pelos EUA e, entre os usuários por aqui, consta a Braskem com seu polo petroquímico na Bahia e vale o mesmo para seu complexo de PE via gás no México, outro país consumidor de peso do etano estadunidense. Mais clientes premium dos EUA incluem Noruega, Reino Unido, Bélgica, Suécia, China, Índia e o vizinho Canadá. No embalo, a EIA projeta que as exportações de etano do seu país, insumo extirpado do gás natural mais barato do planeta (oriundo de bacias da Costa do Golfo e jazidas de xisto), saltem 4% este ano e 5% em 2024, mesmo período em cujo final os EUA deverão emplacar 500.000 b/d de etano, sustenta a agência.

O consumo de etano do país deve crescer com moderação este ano e no próximo, prevê a EIA, com base na ausência de novas capacidades do gás nesses dois exercícios. Em contraponto, os estaleiros dos EUA acompanham o aumento da demanda global desovando um número crescente de cargueiros de maior calado e comprimento para transporte de etano resfriado em estado líquido, esclarece o portal Polyolefins Consulting.

Ao final de 2021, rememora o site, os EUA incorporaram o cracker de etano para gerar eteno da joint venture entre ExxonMobil e Sabic. No ano passado, entraram em cena na petroquímica local de poliolefinas os crackers da Shell Polymers e Baystar. Para este ano, a EIA estima o consumo de etano da ordem de 2.1 milhões de b/d no país contra cerca de 2 milhões em 2022, quando o índice aumentou 9%. Nos EUA, retoma o fio condutor o site Polyolefins Consulting, as margens para produção de eteno via etano superam as da rota da nafta, decorrência óbvia da matéria-prima acessível. Além do mais, completa o portal, crackers de etano geram em regra 80% de eteno da matéria-prima processada, índice reduzido a cerca de 30% no craqueamento de eteno via nafta.

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