Tem gosto de volta por cima

Duas tecnologias aproximam PS reciclado de embalagens de alimentos

Os tormentos de recipientes de poliestireno (PS) como saco de pancadas da economia circular, em razão da alegada dificuldade para sua coleta e reciclagem, podem entrar no modo pause se dois experimentos da entidade Styrenics Circular Solutions (SCS) encontrarem ouvidos. Frente ampla integrada pelo empresariado europeu de matérias-primas, máquinas e transformação, a entidade trombeteia o êxito de testes bancados por ela com tecnologias de reciclagem mecânica e que resultaram na obtenção de PS reciclado grau alimentício oriundo de embalagens pós-consumo, dissipando assim a noção de que só mesmo a ainda incipiente reciclagem química livra o polímero da ira ambientalista que tanto pega no seu pé.

Um dos experimentos foi realizado com o equipamento P:REACT da austríaca NGR-Next Generation Recycling Machines. “O equipamento foi concebido para trabalho com PET reciclado, mas se provou muito efetivo ao lidar com a recuperação de PS”, atestou para Plásticos em Revista o gerente comercial Marco Lucio. “Embora ainda em estágio inicial, este inovador processo para reciclar PS mostrou resultados promissores quando alta descontaminação é requerida”, ele acentua. “Em essência, o refugo de PS foi fundido na extrusora e submetido a seguir ao processo P:REACT onde elevadas condições térmicas e de vácuo contribuem para a purificação e, vencido o tempo de residência nessa fase, a massa fundida passa para a peletização”. Para porta-vozes da SCS, os ensaios provaram que a reciclagem mecânica de PS entrega um material cuja ausência de contaminantes bate com as expectativas de brand owners, transformadores e varejistas no tocante a seu uso em embalagens para contato direto com alimentos como laticínios e bandejas para cárneos e pescado.

A outra bateria de ensaios foi estrelada pela tecnologia da alemã Gneuss. “Ela engloba uma extrusora multirrosca de ultradegaseificação (MRD) combinada com sistema de vácuo e filtros rotativos contínuos e automáticos sob pressão constante (RSFgenius)”, esclarece Andres Grunewald, diretor da base comercial Gneuss Latinoamericana. A purificação mecânica de massas fundidas de PS a partir de embalagens alimentícias pós-consumo, ele detalha, ocorre após a lavagem e moagem do refugo. “A extração de voláteis dessa massa potencialmente nocivos à saúde humana é realizada pela renovação de superfícies poliméricas fundidas através das oito roscas do sistema MRS em operação simultânea com o sistema de bombas de vácuo”. Grunewald frisa que a agência regulatória norte-americana FDA deferiu carta de não objeção quanto ao uso do reciclado assim gerado para embalagens compactas expandidas de PS para contato direto com alimentos.
A SCS encaminhou para a Autoridade Europeia de Segurança Alimentar (EFSA) os resultados dos ensaios que patrocinou. Nos formulários é solicitado o reconhecimento do PS reciclado pelas duas tecnologias como material adequado para embalar alimentos. •

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