Pesquisa de opinião

Por que o consumo de filmes para cultivo de hortifrútis no Brasil, potência mundial no agronegócio, perde longe, há muito tempo, para o de países bem menores como Japão, México e Espanha?

“Por se tratar de um país com maior extensão territorial, o processo de avanço dos agrofilmes se torna automaticamente mais lento. Entre os fatores que atrasam a expansão da plasticultura por aqui, destaco o aumento do custo de matéria-prima, caso do polietileno, o aumento no custo dos demais insumos e altos impostos que acabam elevando o custo do cultivo para o hortifruticultor. Outra razão do fator da diferença entre nosso consumo de agrofilmes e o de países com maior desenvolvimento e uso de plasticultura é a questão climática – em certas regiões se torna quase que obrigatório o cultivo protegido.Mas o Brasil vem progredindo na adesão a essa tecnoliogia. Afinal, cultivo protegido, safra garantida! No Brasil também estamos reféns das intempéries climáticas e sempre em busca de melhorias para disseminar a plasticultura. É o caso de políticas públicas, incentivando o agricultor a trabalhar com cultivo protegido com programas oficiais de financiamentos, com baixos juros e disponíveis para agricultores de todos os portes. Outra alternativa é buscar novas tecnologias: filmes de maior vida útil, por exemplo, mostrando ao produtor que vale a pena trabalhar com o cultivo protegido. Qualificação da mão de obra e determinar a redução do uso de produtos químicos são outras medidas que favoreceriam os agrofilmes no Brasil. Na questão das grandes empresas, trazendo mais segurança, mais qualidade nas matérias-primas, facilitando o uso da plasticultura. Também acredito que a desinformação sobre as vantagens do cultivo protegido em escolas técnicas e faculdades deve ser combatida. Temos no Brasil uma extensa área para a plasticultura expandir e, aos poucos, ela vai ganhando espaço, devido à necessidade da entrega do alimento com maior qualidade, resultando em maior satisfação ao produtor.”

Ademir Franco
Sócio diretor da Sabiá Coberturas Agrícolas


 

“O Brasil possui uma condição climática muito ampla e equilibrada. Dispomos, assim, de condições favoráveis à produção mesmo sem uso de sistemas de cultivo protegido. Considerando ainda que temos abundância de terras aptas à lavoura, nossa necessidade de produção em alto rendimento e em pequenas áreas, fator principal do cultivo protegido, acaba por ser diminuído e, desse modo, os investimentos não se fazem tão necessários. Além do mais, nosso mercado de hortifrútis é, em sua imensa maioria, essencialmente interno (consumo dos próprios brasileiros), fazendo com que a qualidade e sanidade dos produtos não tenham o mesmo crivo de exigências aferidas em países que têm no comercio internacional o maior foco quando se trata de hortifrútis.
Países citados na pergunta, como México e Espanha, possuem terras, mas suas condições climáticas são muito inferiores às brasileiras. Por fim, em sua essência, eles produzem hortifrútis para mercados internacionais como EUA e União Europeia. Climas áridos e a necessidade de qualidade e constância dos alimentos obtidos não deixam que os agricultores desses países hortifruticultores possam pensar em produzir por outra via se não a dos cultivos protegidos e com uso do plástico nas mais diversas aplicações.
Países como Japão, também citado na pergunta, somam condições climáticas severas e muita restrição territorial para agricultura, o que obrigatoriamente força a adoção do cultivo protegido ultra intensivo.
Aí entra a pergunta sobre como mudar essa posição inferior do Brasil. Resposta: criando um sistema de classificação qualitativa dos horitifrútis. Isso é vital para podermos valorizar adequadamente quem cultiva buscando qualidade e sanidade. Em paralelo, é preciso, com suporte do Estado, apoiar e desenvolver o mercado internacional para fornecimento de nossa produção de hortifrútis com incentivos e auxílios logísticos, econômicos e, principalmente, técnicos. Tratam-se de estímulos como criar linhas de crédito compatíveis, promover o desenvolvimento de projetos junto a produtores nas mais variadas regiões e investir no aperfeiçoamento dos hortifruticultores quanto aos benefícios e boas práticas com o uso dos plásticos, tendo em vista a produtividade, qualidade e a garantia de continuidade do cultivo ao longo do ano.”

Aline Hurtado
CEO da Azul Pack


 

“Devido às dimensões de nosso país, o mercado tem a opção de adquirir hortifrútis de diversas praças. Isso possibilita que o fornecimento se dê em alternância por parte das regiões produtoras, conforme as condições mais favoráveis de cada uma delas. Dessa forma, o consumo de plástico em nossa agricultura ainda é considerado baixo quando comparado ao de países cujo rigores do clima ou escassez de áreas de cultivo obrigam a um uso muito mais intensivo dos agrofilmes”.

Luis Carlos da Silva Galhardo
Diretor comercial da Agrocinco
(comércio de hortaliças e frutas)


 

“A plasticultura brasileira perde para a dos países menores colocados na pergunta devido à falta de linhas de crédito para o pequeno agricultor, falta de informação sobre os benefícios da estufa no plantio protegido e por termos clima favorável e ampla área para o plantio. Podemos mudar essa situação inferior investindo mais no financiamento, divulgação dos benefícios dos agrofilmes e no incremento do uso de estufas em hortifrutigranjeiros.”

Alexandre Perinotti Almeida
gerente de produção da transformadora Agroplastic


 

“Sou produtor de mudas há 15 anos no Distrito Federal e hoje tenho 14 estufas na minha propriedade. Ao longo dos anos investi e o negócio foi crescendo, mas o maior peso desse investimento são sempre os plásticos. O Brasil perde muito para outros países no consumo de agrofilmes simplesmente porque trata-se de um produto muito caro, acaba se tornando um grande investimento e levando-se em consideração que os plásticos disponíveis no mercado nacional não têm uma qualidade tão boa quanto os do exterior, tudo isso faz os produtores de horitifrútis pensarem duas vezes antes de comprarem esses sistemas de cultivo protegido. Ao longo desses meus 15 anos como viveirista no Centro-Oeste, o custo com plásticos de baixa qualidade para o nosso clima tem sido uma dor de cabeça constante. São plásticos muito finos, que ressecam e rompem muito fácil. O que era estimado para uma vida útil de três anos, com cerca de um já é preciso trocar o filme, pois bastam as primeiras chuvas e um ventinho para rasgar a cobertura da estufa inteira.
Ainda sobre a qualidade, muito material tem chegado para mim já com defeito, o que prejudica ainda mais continuar investindo nessa forma de cultivo. Já viajei para o México e Espanha para adquirir mais conhecimento sobre produção em estufas e vi que eles possuem uma qualidade de plásticos melhor e de mais fácil acesso que no Brasil.
Não são apenas os filmes de estufas que têm preços elevados; os mulchings usados em canteiros também são caros e estão sofrendo constantes reajustes. Por tabela, fica difícil para muitos produtores utilizar desse tipo de tecnologia de cultivo. A plasticultura deveria dispor de algum tipo de incentivo para facilitar o acesso do agricultor a esses materiais em condições mais acessíveis.”

Valdecir Grecco
Sócio-administrador da Mudas Grecco


 

“Analisando de forma simplificada, poderíamos inferir que o Brasil é menos dependente de plasticultura por ter um clima favorável durante um período maior do ano que os países citados na pergunta. Um clima favorável tende a reduzir a dependência de cultivo protegido. No entanto, ao observarmos em termos de área total em plasticultura, o Brasil está em terceiro lugar no planeta em área cultivada (estufas, túneis e mini túneis), ficando atrás apenas do México e Espanha.
Ao analisarmos a realidade do produtor, podemos entender, em partes, um dos motivos para um consumo menor de filmes no campo. Digo em partes pois é um conjunto complexo de razões quem dita a decisão de cultivo em ambiente protegido e, por conseguinte, influi na escolha entre estufas de vidro ou de plástico e, no final, influencia uma parcela desta cadeia que é o consumo de agrofilmes. A grande maioria dos produtores prolonga a vida dos filmes e isso é possível em relação aos demais países justamente porque possuímos insolação e temperatura a mais. Assim, muitas vezes as estufas ou casas de vegetação ou ambientes protegidos acabam funcionando como guarda-chuvas para que o produtor possa driblar o nosso verão chuvoso. Protelar a vida útil das coberturas plásticas – e a maioria dos horticultores faz isso até o ponto de degradação do filme ou até o ponto em que o sombreamento ganha importância – também pesa para nosso consumo de agrofilmes perder para o dos países mencionados na pergunta.
Podemos entender ainda que, na maioria das regiões, principalmente onde a decisão de cultivo protegido se dá por influência da chuva, é possível cultivar em ambiente aberto durante quase meio ano. E na outra metade do ano, seja por queda na temperatura ou aumento nos índices pluviométricos, os produtores acabam abrigando o plantio nas chamadas estufas.
Cabe também considerar o mercado de filmes utilizados em mulching (cobertura de solo) e nos sombrites – telados especiais que conseguem regular a passagem de luz e, conforme o tipo, até o fotoperíodo dentro de um ambiente de cultivo protegido.
Se o consumo do filme de cobertura de casas de vegetação é menor, o que dizer então dos demais filmes e telas (se compararmos em termos de área cultivada com outros países e não apenas no consumo total do material). Não é raro encontrarmos cultivos de folhosas ou até mesmo de tomates e pimentões em ambiente protegido (guarda chuvas) e com canteiros nus, sem o uso de mulching e sem ráfia de solo. Mais raro ainda é encontrar alguém que faça controle de iluminação do plantio, exceto para flores.
Por fim, pensando no universo de filmes disponíveis para a agricultura e fora da esfera dos hortifrútis, há um significativo consumo de películas para armazenamento de grãos – em silos móveis e temporários. Trata-se de uma demanda cujo volume tende a expandir, em virtude do avanço no cultivo dos grãos Brasil afora.
Por sua vez, o consumo de filmes em hortifrútis tende a intensificar na medida em que haja aumento na adoção de tecnologias, mensuração de resultados e gestão dos processos e parâmetros no interior das casas de vegetação. A mensuração de resultados pode demonstrar ao produtor a melhor hora de manutenção e de troca dos filmes, a adoção de filmes com diferenciais e conduzi-lo à decisão ou não de empregar mulching ou telas agrícolas para melhores resultados.
No entanto, numa visão mais holística, a adoção de maiores tecnologias de proteção de ambiente deve ser antecedida por melhorias em irrigação, nutrição de plantas e gestão de processos. Só assim o produtor conseguirá tomar a decisão tanto de adoção da plasticultura quanto da manutenção desses sistemas de cultivo.”

José Maurício Pereira Gonçalves Ogata
Engenheiro agrônomo e consultor em irrigação e nutrição de hortaliças


 

“Impossível citar apenas um fator para o consumo de agrofilmes no Brasil ser inferior ao de nações menores, como Japão ou Espanha. Temos que levar em conta, por exemplo, que a cultura desses países é diferente e a prática em cultivo protegido muito mais difundida. Por sua vez, é muito maior a exigência do consumidor de hortifrútis nesses países, além do que as legislações ambiental e sanitária daqueles dois paises determinam maior controle e menor uso de defensivos agrícola que as normas brasileiras, fato que favorece muito a adesão à plasticultura. No mais, o Brasil também perde nesse cotejo porque seu clima favorável e áreas abundantes para o plantio contribuem para diminuir a necessidade de o agricultor recorrer aos agrofilmes sem contar que o investimento inicial no cultivo protegido é muito elevado para a renda do perfil dominante do plantador de hortaliças, frutas, legumes e verduras no país.”

Thiago Teixeira
Diretor comercial da Negreira-Lonas Plásticas e Filmes Agrícolas


 

“No Brasil, alguns fatores como o regime de chuvas, incidência de luz o ano todo e disponibilidade de área, além de questões culturais dos produtores, faziam com que níveis intermediários de produtividade agropecuária fossem considerados aceitáveis. No entanto, com um mercado consumidor hoje mais exigente, a busca por sistemas mais sustentáveis de plantio e de aumento de produtividade passaram a fazer parte da agenda do hortifruticultor. Neste cenário, as soluções plásticas têm sido aliadas dele o e o reflexo disso é um crescimento consistente de demanda de resinas para sistemas de cultivo protegido nas mais diversas culturas. Dois exemplos:
Uso de tela anti-granizo para cultivo de maçãs. Essa solução é considerada necessária pelos produtores para garantia de resultados, dos pontos de vista técnico e econômico. Fruticultores nos disseram que a adesão ao seguro de produção seria uma solução paliativa, garantindo remuneração mínima à incidência de granizo nos pomares. Já a tela é vista como garantia de produção das safras seguintes e de consequente retorno financeiro.
Emprego de filmes e ráfia para cobertura de videiras. Em nossas visitas ao campo na região sul, produtores compartilharam ser impossível se manterem na produção de uvas de mesa sem cobrir a lavoura. Não fosse o uso da plasticultura, já teriam abandonado o negócio.
Uma das referências mais recentes do empenho da Braskem em estimular o crescimento desse mercado é o investimento na criação de um centro de pesquisa de plasticultura. O empreendimento resulta da parceria firmada com instituições como a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) e a Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).”

Renato Yoshino
Diretor dos negócios de agro, infraestrutura e indústria da Braskem


 

“O cultivo de hortifrútis no Brasil, apesar do excelente trabalho realizado pelo Comitê Brasileiro para o Desenvolvimento e Aplicações dos Plásticos na Agricultura (Cobapla), ainda necessita de grande esforço junto aos agricultores, no sentido de mostrar-lhes os reais benefícios dos filmes aditivados para essa aplicação, como as películas dotadas de proteção UV, difusor de luz, antioxidantes ou soluções antigotejamento e antivirais. Temos notado demanda ascendente por aditivos para agrofilmes e muitos dos seus transformadores nos consultam interessados em desenvolver esse mercado. Acredito que, a médio prazo, o consumo de filmes agrícolas deverá crescer significativamente.”

João Ortiz Guerreiro
Presidente da indústria Aditive


 

“O baixo uso da plasticultura no Brasil está relacionado aos seguintes fatores:
1 – Falta uma política agrícola que incentive, apoie e oriente o uso de tecnologias mais avançadas nos cultivos. Temos entidades como Embrapa, Emater, IAC e universidades de agronomia que produzem excelentes estudos e experimentos, mas a grande maioria acaba no esquecimento, por falta de estímulo à pesquisa  e aos produtores de menor poder aquisitivo, representativos de 80% do plantio de hortifrútis.
2 – Falha na organização dos fabricantes de agrofilomes. Existem ações isoladas, através Comitê Brasileiro para o Desenvolvimento e Aplicações dos Plásticos na Agricultura (Cobapla) e algumas empresas cujas áreas de marketing divulgam novos produtos e tecnologias. O que deveria acontecer é um movimento robusto e coordenado que envolvesse todos os elos da cadeia do cultivo protegido, patrocinado pelas indústrias fornecedoras de insumos e organizado pelas representações da transformação de plástico.
3 – Carga tributária elevada em produtos agrícolas. São referências as hortaliças e leguminosas. Quando produzidas com uso de mulching e estufa, deveriam ser isentas de impostos em sua totalidade ou ao menos de ICMS e IPI. Afinal, o emprego dessas tecnologias reduz no mínimo em 50%¨o consumo de água no cultivo em sequeiro e 40% na irrigação, diminuindo por extensão a necessidade de defensivos e fertilizantes em 20% no mulching e 30% na estufa. Também temos que levar em conta o aumento de produtividade. São fatores que favorecem a  qualidade, sanidade e sustentabilidade dos cultivos.
4 – Agricultores pouco qualificados para avaliar os benefícios das novas tecnologias. No geral, eles não conseguem analisar o que é custo/benefício, retorno do investimento e esperam resultados imediatos. Em regra, as empresas de agrofilmes efetuam onerosos e morosos experimentos com entidades acadêmicas e os resultados obtidos são usados para atrair o produtor rural para a plasticultura. Se ele se convenceu, compra um lote pequeno (piloto) para confirmar na prática o que ouviu. Se os dados se comprovam, aí ele adquire um lote de produção de âmbito comercial. A depender do cultivo, esta análise demora de 12 a 36 meses, sendo custeada do começo ao final pelos transformadores de filmes.
Apesar de todas as dificuldades citadas, o cultivo protegido com agrofilmes tem aumentado no Brasil. Não tenho número exato, mas, pelos dados que tenho observado, a taxa de crescimento anual tem variado de 15% a 20%.”

Adelmo Gueiros
Consultor técnico em plasticultura


 

“Talvez a explicação para o consumo de agrofilmes do Brasil, inferior ao dos países citados na pergunta, não seja tão simples como aquela ‘somos atrasados’. Afinal, o investimento em plasticultura depende de fatores como mercado consumidor, conhecimento e capacidade de investimento. A maior parte da produção nacional de olerículas, é destinada ao mercado interno e seu potencial caminha conforme a renda da população. Se ela cresce, estimula o consumo de maior quantidade, variedade e qualidade de hortifrútis. Um consumidor classe A, valoriza uma salada à mesa, uma fruta saborosa em sua cesta, uma flor na sua decoração. Já o consumidor classe D, se limitará ao mínimo de hortaliça, não chegando a noções sobre decoração.  O conhecimento insatisfatório sobre técnicas de plasticultura é outro limitador. Há produtores rurais que ingressam nesse cultivo com investimento reduzido e atrás de retorno rápido, cometendo erros e baixo aproveitamento dos agrofilmes. Entram em cena no melhor estilo ‘cópia do vizinho’, com adaptações de materiais que encontrar em sua propriedade, sem projeto feito, apenas com a vontade de empreender. Na compra do agrofilme, a primazia é dada à alternativa mais barata que encontrar, nutrindo o sentimento de estar economizando e fazendo um ótimo negócio! O tempo começa a correr e os problemas aparecem na forma de altas temperaturas no interior da estrutura (pé direito baixo), irregularidades dificultando ou impossibilitando uma correta colocação ou já danificando o agrofilme. Aquele ‘ótimo negócio’ com base no custo e não nas características do agrofilme, resultam na qualidade de luz e durabilidade do sistema comprometidas, problemas que se refletem nos resultados de produção a desejar. Entendam que o exemplo dado não implica a opção por investir em megas estruturas, aço galvanizado (as melhores) mas em projetos de cultivo protegido que contemplem ventilação, resistência, qualidade de luz e a correta utilização dos materiais que atendam esses quesitos, podendo sim, também ser obtidos de madeiras.
Existem mais justificativa para a posição atual da plasticultura nacional, mas acredito que as questões da capacidade de consumo e das informações corretas se destacam. O Brasil possui fabricantes de extrusoras e matérias-primas de reconhecimento mundial. Na área da conversão não é diferente, havendo especialistas em cada setor. Minha empresa, a Irrigaplás, é referência em plasticultura. Desenvolvemos agrofilmes com características próprias, inovadoras, obtidas com intensa vivência com o produtor rural, contribuindo com muita, mas muita informação para o progresso desse belo uso do plástico na vida das pessoas.”

Vitor Hugo Schwaste Pscheidt
Sócio da transformadora Irrigaplás


 

“A plasticultura para hortifrútis consta, principalmente, da utilização de filmes para cobertura de estufas e mulching. Indo direto ao ponto, podemos comparar os dados de produção de filme ou de sua demanda nos países citados na pergunta. Para essa análise, vamos falar sobre demanda utilizando como base o ano de 2019 – pré-pandemia. Nesse cotejo, o Brasil equipara-se à Espanha e Japão, apenas atrás do México no que se refere à demanda de filmes para estufa e mulching. Porém, tratam-se de números absolutos. Em relação ao potencial existente, é preciso avaliar fatores como:
O Brasil tornou-se grande produtor de alimentos nos últimos 30 anos.
A Espanha é, tradicionalmente, uma potência em tecnologia de agrofilmes, como ilustram as fotos de extensas áreas cobertas por filmes para estufa na região de Almeria, além de concentrar grandes produtores dessas películas. Estima-se que a Espanha corresponda a cerca de 20% da produção de filmes da Europa.
No Japão, devido a um movimento chamado Next Generation Greenhouse Program, há um estímulo ao consumo de hortifruti frescos, o que tem impulsionado a implementação de modernas técnicas de crescimento de culturas em estufas.
Mexico é considerado um grande produtor de frutas vermelhas – morangos, mirtilos, amoras – sendo referência no mercado de recobrimento do solo 100% impermeável (total impermeable mulch), sistema de cultivo que atendem as normas de utilização de defensivos agrícolas e técnicas de fumigação. Nesse contexto, aliás, os polietilenos lineares da minha empresa, a ExxonMobil, conseguem solucionar os desafios de processabilidade e performance. Em estufas, por exemplo, o uso de grades das séries Enable e Exceed XP pode aumentar a vida útil da cobertura, devido à sua arquitetura única dos polímeros, comprovada por estudos de envelhecimento.
O cruzamento dos números e argumentos alinhados acima indica que Japão e Espanha hoje superam o consumo de plástico – em termos relativos  – para estufa e mulching devido à sua natureza de cultivo intensivo de alta tecnologia aliada às condições climáticas. No Brasil, o cultivo aberto segue predominante. No entanto, é possível mudar isso, por meio do ensino de técnicas de cultivo protegido para pequenos e médios produtores, desmistificando a complexidade do sistema. O aumento de produção por hectare numa mesma área cultivada, com economia de água e insumos, prossegue como meta na plasticultura.”

Fabiana Grossi
Global Market Development Lead – Agriculture & Thick Liners ExxonMobil – Polyethylene

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