Diálogo de surdos sobre meio ambiente

Alto percentual dos britânicos não entende a retórica verde
Diálogo de surdos sobre meio ambiente

Tem boi na linha. Pesquisa de opinião das agências Trajectory e Fleet Street, divulgada em artigo no diário The Guardian, desnuda a preocupante ignorância do público britânico sobre a linguagem corrente nas referências a crises climáticas e políticas para redução de resíduos pós-consumo poluentes. Apenas 25% dos respondentes do Reino Unido, engajadíssimo na economia circular e no apuro educacional, demonstrou entender às claras o significado dos termos “verde” e “sustentável”. Por sua vez, expressões como “amigável ao meio ambiente” foram explicadas de forma correta por uma minoria dos pesquisados. Na mesma trilha embaraçosa, iniciativas esverdeadas do governo britânico também se provaram ininteligíveis para o público pesquisado. Meses após a implantação no Reino Unido de lei para proibir o uso de talheres e pratos plásticos descartáveis, nota o The Guardian, não mais que 47% dos respondentes do levantamento aparentava confiança para definir o que são produtos plásticos de uso único.

A pesquisa das duas agências também indicou que respondentes de 18 a 24 anos mostram-se mais seguros para explicar termos do vernáculo climático e gestão ambiental. Por exemplo, a palavra “sustentabilidade” foi compreendida por pessoas com idades entre 18 e 24 anos em quantidade 24% acima do efetivo de pesquisados com mais de 65 anos. Outra expressão, “economia circular”, foi entendida por entrevistados com grau universitário em nível 11% acima dos participantes que deixaram de estudar aos 16 anos.

“É preciso trabalhar mais para engajar consumidores na defesa ambiental, um convencimento que deve começar pela linguagem empregada para sensibilizá-lo, pois o vocabulário hoje em uso revela-se incompreensível para essas pessoas”, constatou para The Guardian Marc Stretton, sócio fundador da agência Fleet Street. “A falta de entendimento absoluto de termos como ‘net zero’ é chocante e revela um grau de desconexão  entre as marcas e seus consumidores”.

À guisa de estímulo ou consolo, vale lembrar que, no século passado, pesquisa de campo indagou a população de Washington, sede da Casa Branca, sobre o significado da palavra democracia. Chamou a atenção a incidência de respostas que diziam tratar-se de um peixe.

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