Se melhorar, estraga

Pico de vendas e compra de gráfica empoderam o Grupo Bomix

A parada na quarentena, dólar no cosmos e a escassez e encarecimento das resinas não conseguem tirar o lustro de 2020 aos olhos do Grupo Bomix, pedra de toque dos baldes industriais e bombonas no Brasil. Além da projeção de fechar o ano com 20% de engorda na receita, a compra da Gráfica Rami, estrela guia da rotulagem in mold label (IML), não só fortalece o poder do grupo no flanco da impressão como ilumina a expectativa de alçar seu faturamento à faixa de R$ 600 milhões, exulta o presidente Miguel Rosário.

Investimento não divulgado, a compra da gráfica é a primeira incorporação de uma empresa pelo grupo em seus 24 anos de ativa. Na selfie atual, constam três unidades de negócios. Uma delas, a Bomix, cuja fábrica de baldes em Simões Filho, na Grande Salvador, tem potencial para injetar 36.000 t/a de polipropileno (PP), é enaltecida por Rosário como a maior no gênero da América Latina. O mesmo município sedia a central de transporte e distribuição Bomixlog. Em Jundiaí, Grande São Paulo, o grupo concentra a produção de bombonas na Bomix Sopro, cuja capacidade é traduzida em 12.000 t/a de polietileno de alta densidade (PEAD) pelo presidente. “A Rami entra para nossas unidades de negócios e continuará operando em sua sede em Jundiaí de forma independente das demais empresas do grupo, com sua equipe comercial atuando à parte das outras marcas”.

Anjo Tintas

Mercado pintado de azul

Entusiasta dos baldes injetados de polipropileno (PP), a catarinense Anjo Tintas projeta faturamento de R$ 600 milhões neste seu 34º ano de ativa, saldo acima do esperado pré-pandemia, embora a receita pudesse ser bem maior não fosse a insuficiência e encarecimento de insumos e embalagens em geral na praça, constata o CEO Filipe Colombo. Mas o borbulhar do consumo em segmentos como tintas imobiliárias, automotivas e para impressão de embalagens é suficiente para a Anjo empresa fechar 2020 no azul e, mesmo sem o coronavoucher em cena a partir de janeiro, apostar na manutenção do pique atual no ano que vem, sustenta nesta entrevista o sócio e diretor de operações Rodrigo Colombo.

Antes da pandemia, qual era a participação do balde plástico de tinta em seus gastos com recipientes em geral e qual é essa parcela hoje?
Até março último, a embalagem plástica representava 7,5% do custo de recipientes dentro do nosso negócio e, de abril a novembro o índice passou para 9,5%. Acreditamos que as embalagens plásticas tendem a cada vez mais tomar espaço das metálicas no mercado nacional de tintas, tal como ocorre em países como os EUA, onde a maioria das tintas é envasada em recipientes de plástico.

Desde março, início da pandemia, até novembro qual é o reajuste acumulado nos preços das embalagens plásticas compradas pela Anjo Tintas?
Os reajustes do início de 2020 até novembro estão na ordem de 8% a 9% quanto tratados exclusivamente de embalagens plásticas, aumento devido principalmente a três fatores: falta de matéria- prima, demanda acima de média e variação cambial. Os reajustes praticados por nossos fornecedores dessas embalagens não foram abusivos, e sim apenas um repasse de um percentual recebido dos supridores (N.R.- de resina) deles para manter a viabilidade econômica dos seus negócios. Além das embalagens plásticas, sofremos diversos outros reajustes este ano.

Apesar do câmbio e inflação de insumos como embalagens, a Anjo Tintas projeta crescimento na receita este ano. Isso significa que conseguiu repassar satisfatoriamente os seguidos reajustes nos insumos que adquire?
A Anjo está prevendo fechar o ano com 6% de crescimento de faturamento em relação a 2019. Os reajustes recebidos foram trabalhados de forma a não impactar em sua totalidade nos clientes; nós absorvemos boa parte destes aumentos. Para 2021, a empresa acredita em um ótimo cenário econômico para o setor de tintas, projetando crescer na ordem de 15% de sua receita em relação ao resultado de 2020. Mesmo com o fim do auxílio emergencial a Anjo está preparada para atender este aumento de demanda projetado para 2021.

Antes da absorção da Rami, o Grupo Bomix já se verticalizara na impressão IML e offset. Apesar dessa escora, a alternativa de expansão do parque gráfico interno foi descartada.“Há mais de 10 anos a Rami é nossa principal fornecedora de rótulos IML, processo no qual aliás é líder no país”, expõe Rosário. “Avaliamos a possibilidades de investir internamente nessa área e de comprar outras gráficas. Concluímos pela aquisição da melhor empresa em IML como um ativo estratégico para o crescimento do grupo”. Conforme ele assinala, IML responde por 80% da receita da Rami e o naco restante provém da impressão em papel couché e metalizado. “Trataremos de manter satisfeitos os clientes da carteira atual da Rami, sejam quais forem os seus setores”, reitera Rosário. “O objetivo é agregar valor ao negócio do grupo, prosseguir com o que tem dado certo e fortalecer ainda mais a nova controlada”.

A compra da Rami é a cereja do bolo saboreado pelo Grupo Bomix num ano atípico. “Em seu início, a pandemia derrubou temporariamente as vendas”, conta Rosário, “mas a retomada da nossa indústria veio forte desde junho e registramos recordes consecutivos nas vendas em agosto e setembro, puxadas por setores como a construção civil, usuária de baldes de tinta, e alimentos, mercado para embalagens de grande volume”. •

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