Recicladores europeus perdem competitividade

Efeito da sobra de resinas virgens ultra em conta
Reciclagem na União Europeia: custos sem fôlego para encarar a concorrência
Reciclagem na União Europeia: custos sem fôlego para encarar a concorrência

Resinas virgens na bacia das almas, na garupa da super oferta e contínuo aumento das capacidades na Ásia e EUA, andam arrepiando os nervos e lucratividade das recicladoras europeias, em particular aquelas não incorporadas a petrolíferas com braço na petroquímica. No início da segunda quinzena de janeiro, quem atirou a toalha no ringue foi a recicladora holandesa Umincorp. À beira da falência, conseguiu na Justiça sustar temporariamente o pagamento de débitos e paralisou sua unidade em Amsterdã, a única que lhe restara após o fechamento, em 2022, da planta em Roterdã, informa matéria no site Sustainable Plastics.

O diferencial da Umincorp é a patenteada tecnologia de separação por densidade magnética de resíduos plásticos, a seguir mecanicamente recuperados na forma de polímeros com alto padrão de qualidade e pureza. Em suma, a separação é exercida por fluido magnético, modelo tido como acessível, preciso e mais produtivo que os métodos convencionais de triagem de sucata plástica convencionais. O xis do problema é a anulação dessas vantagens da Umincorp pela hiper sobra das resinas virgens, tornando-as tão ou mais acessíveis que contratipos para segundo uso, e pelo desembarque na Europa de poliolefinas e PET reciclados da China em cotações inalcançáveis pelas indústrias do velho continente, estas atormentadas por ônus como demanda sofrível e gastos com energia salgados, apesar do declínio aferido desde o início da invasão da Ucrânia por Putin.

A Umincorp não é a única recicladora à deriva na União Europeia. A francesa Veolia, sócia da Braskem na reciclagem de poliolefinas no Brasil, anunciou o fechamento na virada do ano de unidade na Alemanha em condições de reciclar 36.000 t/a de garrafas PET, alegando instabilidade da demanda a ponto de impedir o estabelecimento de contratos de longo prazo de suprimento do poliéster recuperado. Outros ossos duros de roer para a reciclagem na UE são os de ordem trabalhista, cita a matéria no site Sustainable Plastics. Na Holanda, por exemplo, acordos coletivos desembocaram em reajustes salariais de 6,1% no terceiro trimestre de 2023 versus os registros de 2022. Um fiapo de esperança para o setor europeu de reciclagem é a pressão pela homologação de leis obrigando o emprego de teores mínimos de plástico reciclado em produtos finais, chegando a 30% em 2030. Fica no ar se esse calendário pode assegurar sobrevida a recicladores mecânicos com caixa em pane como a Umincorp.

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