Quem não corre, voa

Dispara a busca de soluções em resinas para fundir produtividade com sustentabilidade em filmes técnicos

Uma triangulação da petroquímica Sabic, a transformadora portuguesa Polivouga e o grupo espanhol Nueva Pescanova emplacou o lançamento, no mercado europeu, de um filé de peixe empanado e congelado cujo plus é a embalagem em filme monomaterial de polietilenos de baixa densidade e linear (PEBD e PEBDL) reciclados a partir de resíduos marinhos, materiais sancionados por órgãos reguladores para contatos com alimentos. Eles integram o leque de poliolefinas recicladas premium Trucircle da Sabic e que também comparecem com copolímero de alto impacto de polipropileno (PP) recuperado em novo pouch retort multicamada fornecido pela finlandesa Huhtamaki à ração de gato Sheba, da norte-americana Mars Petcare, obcecada por ampliar o teor de reciclado nas suas embalagens como prova de sublime amor à economia circular.
Sacadas como estas começam a botar a cabeça para fora dos centros tecnológicos e a estrelar pontos de venda em países desenvolvidos, estando em vias de fazer o mesmo no mundo emergente, Brasil incluso. Por trás da arrancada, pulsa a fé cega de brand owners (múltis donas de grandes marcas globais de produtos de consumo) no desenvolvimento sustentável. Em resposta à determinação dessa sua clientela platinum, a cadeia internacional de filmes técnicos, tem promovido, nos últimos anos, a convergência entre referências de produtividade e mostras de sustentabilidade. Um exemplo: no passado, economizar resina no processo era indício de produtividade; hoje em dia, virou contribuição à sustentabilidade, por diminuir a quantidade de plástico no ecossistema.

Estrutura enxuta
Regentes dos filmes técnicos, PE e PP harmonizam em cima da nova partitura. Exemplo recém-saído do pipeline da ExxonMobil, global player em poliolefinas: a interface da produtividade com a sustentabilidade embutida na plataforma de resinas de alto desempenho Exceed™S. “Seus três grades de PE (9272, 9243 e 9333) proporcionam, a depender da solução desejada, combinações diferenciadas de rigidez, resistência mecânica e processabilidade dos filmes”, expõe Emili Lucht, responsável por desenvolvimento de clientes e aplicações. Por meio dessas interações de propriedades físicas, ela assinala, a família Exceed™S pode ser empregada na capa selante de estruturas monomaterial (PE/PE), de reciclagem mecânica simplificada, como alternativa a laminados mais complexos de reciclar, por agregarem filmes de poliamida (PA) ou poliéster biorientado (BOPET). “Isso proporciona um significativo aumento da rigidez e resistência mecânica de substratos (filmes) submetidos à mono orientação no sentido da extrusão (MDO)”, ela nota.
Estudo de Tom Miller e Etienne Lernoux, especialistas da ExxonMobil, disseca a união da simplicidade de processamento com o balanço aguçado de dureza e tenacidade conferidos a flexíveis pela plataforma Exceed™S. “Um técnico que queira aumentar a resistência relativamente baixa de uma estrutura coextrusada de cunho genérico decerto recorre a PEBDL metaloceno (PEBDLm)”, assinalam os pesquisadores. “Para facilitar o processamento, em geral se adiciona PEBD para baixar a pressão e aumentar a resistência do fundido, o que aumenta o rendimento da linha. PEAD também costuma ser acrescentado para elevar a dureza da película, embora possa reduzir a tenacidade”. Amarrando as pontas, Miller e Lernoux salientam que, por oferecer melhor produtividade e resistência do fundido que grades concorrentes de PEBDLm, as resinas Exceed™S ensejam o desenvolvimento de composições bem menos complexas de filmes técnicos, diminuindo ou até zerando a necessidade de incorporação de PEBD e PEAD. A queda proporcionada à temperatura e pressão do fundido reduz ou elimina exigência de PEBD, assim como a dureza e resistência dos polietilenos Exceed™S enfraquecem o imperativo tradicional de recorrer a PEAD, acentua o estudo da ExxonMobil. “Os grades dessa nova plataforma permitem a redução parcial ou total de PEAD da estrutura do laminado sem afetar sua performance mecânica”, completa Emili.

Quando menos é mais
Antenada na tendência em prol de estruturas de filmes de reciclagem mecânica facilitada e que ensejem sua produção com menos matéria-prima, a Braskem vem alargando o mercado para suas duas famílias de PEBDLm, Flexus e Process, sendo a primeira diferenciada pela performance (quesitos como resistência mecânica, selagem e propriedades ópticas) e a última pela processabilidade, separa Fábio Agnelli, líder de desenvolvimentos e serviços técnicos. “Os grades Proxess possibilitam a diminuição do teor de PEBD em blends para filmes avançados devido às suas ramificações mais longas que as de resinas lineares convencionais”, atesta o especialista. “O teor de redução de PEBD varia conforme as peculiaridades da aplicação, mas temos homologados no mercado casos de declínio de até 75%, resultando em redução da gramatura da película devido ao aumento da participação de PEBDLm.”
Laminados à base de uma poliolefina e com poder de barreira no nível daqueles providos de vários materiais incompatíveis entre si são a bala de prata para o dilema da reciclagem mecânica de flexíveis pela qual suspiram todas petroquímicas. E a Braskem não é exceção. “Os desenvolvimentos recentes de composições monomaterial e/ou com teores de barreira baixos a ponto de viabilizar a reciclagem mecânica sem delaminação prévia das camadas exigem avaliações criteriosas como a dos requisitos da embalagem”, pondera Agnelli. “Passamos anos evoluindo na concepção de estruturas para prover características técnicas específicas, mas que tornavam a embalagem ultra complexa de reciclar”. Ainda no tocante à simplificação das estruturas laminadas, o técnico salienta os préstimos do grade de PEAD homopolímero HD5000N pela barreira ao vapor d’água proporcionada.
A sempre procurada economia na produção dos filmes técnicos também cintila entre os chamarizes da família de PEBDLm Proxess. “Os grades 1806S3 e 1509XP apresentam menor pressão de massa nas extrusoras, implicando menor gasto energético”, coloca Agnelli. Por sua vez, ele complementa que os mesmos grades e a resina Proxess 1809 contemplam transformadores adeptos da extrusão tubular com maior estabilidade de balão e espessura do filme técnico, levando à queda na geração de aparas e consequente ganho de produtividade.
O aumento do poder de barreira de polipropileno biorientado (BOPP), por meio de coating ou melhora na ancoragem da metalização sobre este filme, também inspira pesquisas na Braskem. “No momento, comparecemos neste campo com a alternativa do homopolímero de PP HP 427 J, desenhado para metalização de BOPP com alumínio”, disntingue Agnelli. “Seu pacote de antioxidantes impede a migração de componentes de baixo peso molecular para a face exterior do filme, reduzindo assim a aderência ou quebrando o tratamento superficial”. Em paralelo, o engenheiro de materiais adianta que a Braskem vem rastreando soluções em PP que proporcionem barreira à umidade abaixo de 0,3 g/m² e de oxigênio inferior a 0,6 cc/m².d.atm. “São desenvolvimentos ainda em fase de validação no mercado”.
Ainda no âmbito do poder de barreira, a Braskem apalpa as chances para BOPP trinchar aplicações em mãos de BOPET. “O mercado utiliza o laminado BOPET/PE por aliar a barreira do poliéster com a força de selagem da poliolefina”, justifica Agnelli. “Pois a Braskem desenhou o copolímero random RF150 SS para compor uma estrutura apenas de BOPP com maior força de selagem e capaz de substituir a alternativa multimaterial de BOPET/PE”. Por fim, BOPP também está em vias de receber da Braskem outro banho de loja de apelo sustentável. “Estamos avaliando em transformadores desse filme o desempenho na biorientação da resina DP240A, cuja composição é 50% de PP pós-consumo reciclado”.

Cordão de isolamento
Resinas de barreira mais disponíveis no mercado, as poliamidas com cadeira cativa em laminados formam na série Ultramid®, integrante do portfólio da Basf, nº1 mundial no polímero de engenharia. “A vida útil de produtos alimentícios embalados em laminados é estendida pela impermeabilidade ao oxigênio, aromas e elementos químicos proporcionada pelos grades Ultramid® B (PA 6) e C (PA 6/6.6)”, assinala Murilo Tambolim, representante técnico de poliamidas. Na mesma trilha, ele distingue os tipos B pelo poder superior de barreira, mérito da sua maior cristalinidade, em especial no tocante a tipos nucleados, a exemplo de Ultramid® B36 LN e B 40 LN. “Além dessa propriedade, os grades B e C aumentam a resistência mecânica dos filmes multimaterial, garantindo a integridade da embalagem”, complementa o executivo.
Tambolim salienta que o uso dos grades Ultramid®, em particular dos tipos nucleados citados, possibilita reduzir a espessura total de PA no filme sem prejuízo para o poder de barreira requerido. No tocante à reciclagem mecânica de laminados com resina de barreira, tema volta meia questionado no circuito da economia circular em razão da incompatibilidade química entre PA e poliolefinas, o especialista da Basf recorre ao currículo do grade Ultramid® C37 LC. “Sua temperatura de fusão, em torno de 182ºC, é inferior à das demais soluções de PA e isso facilita a reciclagem mecânica de laminados contendo este grade”, ele sustenta. “Afinal, as temperaturas utilizadas na extrusão durante a reciclagem podem ser menores para se atingir uma dispersão e distribuição adequada de PA no material recuperado”. Tambolim acrescenta que, além do uso de Ultramid ® C37LC como substrato, “pode ser interessante agregar compatibilizantes de PE graftizado com anidrido maleico já na composição original das embalagens, para se aprimorar a reciclabilidade de filmes PE/PA e obter materiais de propriedades similares às de PE recuperado”.
Shopping center de termoplásticos, a Activas distribui grades de PA 6 para filmes técnicos da chinesa Juheshum. Aurelio Mosca, especialista de produto, ressalta a barreira ao oxigênio proporcionada pela resina de engenharia a flexíveis laminados e assinala a possibilidade do emprego de teores menores do polímero, mediante sua diluição em várias camadas, sem risco de ocorrer permeação e facilitando a reciclagem por dispensar a necessidade de separação prévia dos substratos de PA e PE ligados por adesivo. A propósito, ele encaixa que PA 6 responde, em regra, por 7% a 20% da estrutura do laminado para alimentos e, mesmo sendo complexa sua separação da camada de poliolefina no filme pós-consumo, há vantagem em reciclar a resina de barreira devido à procura por sua versão recuperada para o mercado de compostos de injeção off grade.

PA avança sobre EVOH
Resina de barreira a gases mais requintada, o copolímero de etileno e álcool vinílico (EVOH) acusa escassez mundial, constata Marcos Yuki Kodaira, gerente comercial da distribuidora de especialidades plásticas Master Polymers. Diante disso, sua empresa, que comercializa EVOH da Mitsubishi, tem procurado preencher este hiato com soluções nobres de PA da suíça EMS Grivory. “O uso do grade Grivory G 21 com PA 6 convencional melhora ainda mais a barreira a gases e aromas e melhora atributos como transparência, flexibilidade e orientação do laminado flexível”, realça o especialista. “Isso possibilita espessuras inferiores na camada de barreira e consequente redução de PA 6 na embalagem multicamada, resultando num teor menor de poliamidas para serem compatibilizadas com poliolefinas para simplificar a reciclagem do resíduo da embalagem”. Outra via apalpada pela Master Polymers para contrabalançar a insuficiência de EVOH, segue Kodaira, é blendar esta resina, sem necessidade de aditivos ou compatibilizantes, com a copoliamida Grilon CF 7 Natural. “Essa combinação aperfeiçoa a uniformidade da espessura nos filmes técnicos”, observa o gerente.
Grades puros de PA 6 e copoliamida 6/6.6 não são páreo para a barreira de EVOH, considera Kodaira, mas ele acrescenta que a EMS Grivory concebeu uma alternativa à altura, sob o codinome Grivory HB5299. “Na mão oposta de EVOH, que perde barreira em altos teores de umidade relativa ou mesmo em embalagens tipo cook in bags e retort pouches, este novo grade mantém esta propriedade em diferentes condições de umidade”, sublinha o especialista. “Estamos trazendo esta tecnologia para testes e no final do segundo semestre teremos condições de atender o mercado brasileiro com grandes volumes”.

Barreira recorde
A falta de EVOH na praça mundial resulta de uma conjunção de reveses em cena desde o espocar da pandemia em 2020, situa Guilherme Ferreira do Nascimento, supervisor técnico da Intermarketing Brasil, agente do copolímero de barreira da japonesa Kuraray. “ O cenário relaciona paradas de plantas EVOH com escassez de componentes como acetato de vinila e a ruptura na cadeia mundial de produção e suprimentos piorada pela guerra na Europa e lockdowns na China”.
Nascimento informa comercializar duas famílias da série EVAL de EVOH da Kuraray: a linha F, com teor molar de 32%, e L, de 27%, esta última ressaltada por ele como detentora da maior barreira a gases no gênero disponível no mercado. “A depender da aplicação, a alta barreira fornecida a embalagens por EVOH possibilita reduzir a perda de alimentos em até 30%”, ele coloca. “E o uso do copolímero dispensa a necessidade de congelamento, economizando assim gastos com energia na cadeia de fornecedores de alimentos embalados”. Além do ponto a favor da sustentabilidade na poupança energética, Nascimento assinala que, segundo a iniciativa europeia Circular Economy for Flexible Packaging (Ceflex), o uso de EVOH inferior a 5% em espessura permite a reciclagem mecânica de filmes coex com a facilidade desfrutada por uma película monocamada.

Sempre em movimento

Torrente de inovações em materiais auxiliares blenda produtividade e sustentabilidade em filmes técnicos

Está para nascer quem tire performance e processamento das molas propulsoras do avanço dos filmes técnicos. Nos últimos tempos, desenvolvimentos mostram pesar com igual intensidade nessa evolução as reivindicações de brand owners (companhias donas de marcas múltis de produtos finais) e consumidores pelo fortalecimento da sustentabilidade dessas embalagens. E grande parte das respostas da cadeia de flexíveis a este clamor corre pelos trilhos da produtividade, a exemplo de engenhos facilitadores da produção e reciclagem dos filmes, ou então, a busca de materiais de fontes renováveis e de economia de energia na manufatura. Outro fator influente é a chuvarada de regulamentações internacionais determinando que embalagens plásticas sejam recicláveis ou reutilizáveis a partir da próxima década.
Jogar esse jogo é parada federal para filmes técnicos, dadas suas composições de diversos materiais incompatíveis, mas essenciais para dar conta dos requisitos físicos e químicos para a embalagem. Daí os aplausos na praça ao surgimento de estruturas monocomponente, quando possíveis, mérito de grades de poliolefinas de melhor desempenho mecânico, ou os elogios rendidos a estratagemas como coatings ultra finos de agentes de barreira, em lugar de seu uso em teores maiores nas camadas internas, permitindo a reciclagem mecânica do laminado sem separação prévia dos materiais.
Os aditivos traçam mais uma rota alternativa neste sinuoso trajeto dos filmes técnicos, como ilustram os masterbatches UltraGuard 1002 da Milliken. “Proporcionam aumentos substanciais na barreira ao vapor d’água em filmes de PE, podendo chegar a 60% conforme a estrutura e resinas utilizadas”, explica o gerente senior de contas Márcio Biaso, acrescentando aos préstimos de Ultraguard 1002 a barreira a permeantes como gordura e atrativos ópticos requeridos para embalagens como as de pet food.
Biaso salienta que o UltraGuard 1002 pode ser utilizado em blends de polietilenos linear (PEBD) e de alta densidade (PEAD). “A incorporação desses concentrados na formulação do filme permite, devido ao aumento proporcionado na barreira ao vapor d’água, que convertedores trabalhem com blends ricos em PEAD ou com teores menores de PEBDL, ensejando ainda a redução de espessura da película, a depender de sua aplicação e composição de materiais”, nota o gerente.

Clone do alumínio
A economia de resina na extrusão é uma meta que atrela produtividade e sustentabilidade na produção de filmes técnicos. Antenada na tendência, a componedora Ampacet montou um show room de auxiliares denominados melhoradores de processo. “O foco inicial recaiu sobre um reduto 100% de PEBDL, a produção de stretch, atendida com nosso material 103751-AB ”, conta Eliton da Silva, gerente do negócio estratégico de flexíveis para a América Latina. “Acontece que transformadores de filmes blow se interessaram por benefícios conferidos pelo produto, a exemplo do uso menor de polietileno de baixa densidade (PEBD) no blend com PEBDL e dos ganhos percebidos na estabilização de processamento e na geração de menos sujidades nos cabeçotes das extrusoras”. Outros pináculos do mix de melhoradores de processo para filmes, distingue o especialista, incluem o auxiliar 1000447-S, desenhado para corresponder às peculiaridades de novos catalisadores e poliolefinas bimodais, e o produto 1000978-S, desenhado para afiar a performance de linhas mono e coex cast. “Aumenta a produtividade, baixa a incidência de impurezas no cabeçote e prolonga o prazo de troca de telas. Silva completa o mostruário com o antioxidante Naturblend, trunfo para afiar o processamento, performance mecânica e selagem de flexíveis. “Rende o esperado com dosagem de apenas 1% na composição do filme”, ele frisa.
O potencial para incrementar a produção e desempenho de um ativo fixo em laminados, polipropileno biorientado (BOPP), também inspirou desenvolvimentos da Ampacet. Entre as facetas do processo trabalhadas, desponta o filme cavitado, assim cognominado por suas microcavitações (cavidades microscópicas). Além de assegurar os requisitos mecânicos e de impressão, BOPP cavitado mantém os padrões de opacidade cobrados para a aplicação. Para se obter os micro orifícios, estira-se o filme laminado em sentido vertical e horizontal, o que diminui a densidade da película e lhe confere o aspecto perolado. O acréscimo de masterbatches diferenciados facilita e melhora a formação dos mini poros. Eliton da Silva retoma o fio sublinhando os aprimoramentos nesta faceta de BOPP servidos por concentrados da Ampacet. “Nossas soluções permitem reduzir a densidade tradicional de PP, de 0.90 g/cm³ à faixa de 0.80 a 0.55 g/cm³”, assinala o especialista. “Também aumentam a barreira à umidade e ao oxigênio e elevam o brilho e a opacidade”. Silva define estes masters como cavitantes orgânicos, ensejando a produção de filmes de espessura e densidade menores como os para empacotamento automático.
Embora ostente várias medalhas, tipo poder de barreira e magnetismo estético, a folha ou metalização de alumínio constitui, no púlpito da sustentabilidade, uma pedra no sapato dos laminados multimaterial, por complicar sua reciclagem mecânica. A Ampacet farejou neste entrave uma oportunidade e assim criou a denominada tecnologia Faux Foil. “ Além da reciclabilidade conferida aos filmes técnicos, ela garante o visual do alumínio e aumenta entre 20-25% o poder de barreira de poliolefinas em relação ao PE puro”, sumariza o gerente da Ampacet. A propósito, a simplificação da reciclagem de flexíveis multimaterial também é a praia de Revive 311 A, agente que compatibiliza poliolefinas com resinas de engenharia. “Pode ser usado pelo reciclador na etapa da regranulação, mas, em regra é incorporado na fabricação do laminado virgem para viabilizar sua recuperação pós-consumo”, indica Silva.

Aula de conciliação
A compatibilização de poliolefinas também ocupa o radar da ExxonMobil, que cobre este nicho com sua série de agentes Vistamaxx. “Consta de polímeros semicristalinos de propeno e eteno com conteúdo amorfo ajustável e composição molecular bastante uniforme”, descreve Arnaldo Oquendo, desenvolvedor de clientes e aplicações para a América do Sul. Além de arrasar nas vestes de compatibilizante para PP e PE, ele completa, Vistamaxx ajuda a baixar a temperatura de selagem de flexíveis (BOPP, CPP etc), viabiliza a produção de filmes elásticos para fraldas e pode ser empregado no processo de monorientação de um filme no sentido da sua extrusão (MDO).
Para uso específico em stretch, Oquendo indica os grades de Vistamaxx 6000, 6102 e 6202 em combinação com PEBDL base buteno. “Inseridos na camada estrutural, esses auxiliares influem na melhora do limite máximo do estiramento e da resistência à punctura e ao rasgo, possibilitando ainda a redução do peso do filme”, enaltece o técnico. “Se for alojado na camada interna, o maior benefício conferido por Vistamaxx é a pega excelente”.

Secagem encurtada
Aditivos com lastro na química de siloxanos organo-modificados (OMS) compõem o esquadrão de soluções da Evonik para aliar produtividade e sustentabilidade nos filmes técnicos. “Esses aditivos integram três grupos: masters altamente concentrados; auxiliares de processo e de reciclagem”, alinha Gabriel Mattos, executivo de contas para a linha de negócios interface & performance para a América do Sul. No tocante aos auxiliares de processo, a Evonik introduz dois tipos livres de halogênio – Tegomer® 6810 (para PE) e 6850 (PP). “São alternativas aos aditivos convencionais no gênero, de elastômero baseado em flúor, atuando também como melhoradores do deslizamento do filme”.
No front da reciclagem mecânica, os pontos altos da Evonik se estendem por compatibilizantes de poliolefinas (Tego® XP 21024 e XP 21025) e a família de aditivos para a etapa de lavagem dos resíduos de filmes. “Inclui antiespumantes, como o Tego® Antifoam 4-94; umectantes e soluções para remover tintas e etiquetas e desmetalizar poliolefinas, como Tego® Surten W111”, exemplifica o técnico. “Para diminuir o teor de água do refugo plástico antes da sua secagem, reduzindo assim o tempo e gasto energético dessa etapa da reciclagem, a pedida é o aditivo Tego® XP11022 e, para remover o mau cheiro do filme pós-consumo, temos a linha Tego® Sorb”.

Degradação barrada
A Basf também cultiva as oportunidades na reciclagem de filmes poliolefínicos com dois aditivos de seu portfólio de soluções B-Cycle. “O tipo IrgaCycle PS031 foca a recuperação de resíduos de filmes contendo PEBDL, PEBD e PP, contribuindo para preservar propriedades mecânicas como o índice de fluidez e evitando a degradação do polímero”, coloca Pedro Belanga Granja, gerente de vendas e líder do portfólio B-Cycle para a América do Sul. “O impedimento da degradação converge para baixíssima formação de géis, resultando num excelente filme produzido com poliolefina pós-consumo reciclada”.
O material cuja reciclagem foi turbinada pela adição de de IrgaCycle PS031 contempla o transformador que o reutliliza com produtividade constante na extrusão de filmes. “A poliolefina assim recuperada influi para baixar ao redor de 50% a geração de aparas e diminuir a necessidade de paradas para manutenção e limpeza da máquina”.

Mão na roda
Global player em PE e PP, a LyondellBasell também acontece em materiais auxiliares, como as soluções que carregam o piano em prol do cruzamento da produtividade e sustentabilidade em filmes complexos. Uma referência é a economia de resina, caso de PEBD nos blends, acenada pela série de poliolefinas com fase elastomérica Hyflex. “Essa linha marca pelo balanço de impacto, rigidez e encolhimento em blends, pela ação facilitadora do processamento e por contribuir para a durabilidade, flexibilidade, alta resistência térmica, e baixo brilho e densidade do filme técnico”, assinala Roberto Castilho, diretor comercial para masterbatches, especialidades em pó e resinas especiais para a América do Sul. “Hyflex também dá conta como compatibilizante de PE com PP reciclados e como modificador da estrutura do filme, alterando suas propriedades e possibilitando a redução da espessura”. Ainda no âmbito da diminuição de parede de laminados, o dirigente estende o tapete para a performance de seus masters antiblocking em delgadas camadas externas. “Nossas resinas especiais Catalloy ou grades dos masters de aditivos Polybatch® (HC 606 para PE e CPS 606 para PP/BOPP) também alteram características dos filmes multicamada viabilizando espessuras menores sem prejuízo das propriedades em vista”, assevera Castilho.
Castilho distingue como capítulo à parte a mão na roda que Polybatch® CPS 606 constitui para BOPP, aumentando a rigidez do filme biorientado e ensejando, por tabela, a redução de espessura mantendo propriedades aferidas numa película de BOPP mais espessa e desprovida desse master. “Durante o processamento do filme, as macromoléculas do concentrado agem feito lubrificante na cadeia polimérica, facilitando o estiramento e o aumento da velocidade de produção”, detalha o diretor, estimando que, em média, extrusoras de BOPP hoje operam a 450 m/min com capacidade da ordem de 4 t/h e estirando perto de 50 vezes a resina.
Também não passa em branco na LyondellBasell a inclinação do setor de flexíveis por soluções monomaterial capazes de deslocar laminados à base de diversos polímeros, sob o chamariz sustentável da reciclagem mecânica descomplicada. “O master Polybatch BAR pode ser reciclado com PE ou PP e é a solução para quem busca filme técnico monomaterial com barreira ao vapor d’água e oxigênio”, indica Castilho. “Trata-se de um composto polimérico que pode formar uma morfologia de ligação de camada após a extrusão”. No arremate, o dirigente ressalta os predicados de Polybatch BAR para azeitar a reciclagem mecânica de refugos flexíveis e, no tocante à triagem prévia dos resíduos plásticos mistos, a bola da vez da LyondellBasell chama-se Polybatch NIR. “Constam de masters pretos identificáveis por sensores infravermelho próximo (NIR) para serem removidos dos rejeitos de cores naturais ou claras integrantes do fluxo de materiais qualificados para reciclagem”, sintetiza Castilho. •

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