PET reciclado: altos e baixos na Europa

Cenário exibe investimentos em contraste com intenções de paralisar produção
PET reciclado

Prova do fiasco no combate às mudanças climáticas, Roma a 40ºC em julho emite alerta vermelho na Europa para a onda de calor, drama sazonal que, em contraste, faz a alegria do balanço de PET no sedento continente. A quentura reinante pega a reciclagem europeia do poliéster em facetas regadas a molho agridoce. Do lado do amargor, fala por si a decisão da francesa Veolia (sócia da Braskem em recicladora em São Paulo) de fechar sua planta de reciclagem de PET grau alimentício na alemã Rostock. Após mais de 20 anos de ativa, a unidade de 36.000 t/a, usuária do processo UnPET, assinado por Veolia e Coca-Cola, descerá as portas em 31 de dezembro próximo, noticia a mídia mundial.

A gota d’água para a decisão de fechar a planta foi, alegou a Veolia, a falta de segurança a longo prazo para as vendas de sua resina reciclada.  Nesse sentido, a empresa lamenta o constatado desinteresse dos atores de seu segmento em respaldar uma perspectiva referente a um período mais demorado para PET reciclado grau alimentício ser adquirido em termos econômicos palatáveis. A frustração da Veolia foi endossada pela representação das indústrias alemãs de reciclagem mecânica, a entidade BVSE, papagueia na mídia que o pesaroso desfecho da recicladora da Veolia reflete a conjuntura problemática para PET reciclado, pois tornou-se mais caro que o polímero virgem importado, em especial da China e que hoje alaga o mercado europeu. Além da diferença de preços desfavorável à resina reciclada, fenômeno aliás mundial, os porta-vozes da BVSE comentam que uma recicladora de PET desligada não pode ser reativada com facilidade numa fase favorável  do mercado, pois depende da garantia de uma sequência de pedidos volumosos de material de qualidade por tempo razoável. O fim de linha decretado para a planta em Rostock, informa a Veolia, não altera o desempeno de suas duas recicladoras na Suíça e Suécia nem do centro de marketing em Hamburgo, Alemanha.

Mas nem só de baixas vive a narrativa de PET na Europa. O barateamento da resina virgem e a invasão de termoplásticos do exterior (em especial da Ásia) no continente aparentam não turvar o otimismo da recicladora PET Baltija. Com escora do fundo de investimento INVL Baltic Sea Growth, a empresa alardeia aporte superior a 10 milhões de euros numa fábrica de PET reciclado grau alimentício de construção iniciada e, sem data de partida anunciada, a PET Baltija sustenta que será a maior e mais moderna no gênero do continente. A parcela complementar do investimento, estimada em 35 milhões de euros, virá da Picha, empresa desenvolvedora de negócios. A futura planta deverá ocupar 70.000 m² em Olaine, Letônia. A primeira fase da construção foi concluída em maio e já foi acertada a aquisição de tenologia bottle to bottle da austríaca Starlinger, informa a publicação bimensal Plastics Recycling World.

No Reino Unido, divulga o mesmo veículo, a gestora de resíduos Biffa comunica a a aquisição, por montante não revelado, da recicladora de Pet Esterpet, à frente de planta de 25.000 t/a em Leeds e suprida por flakes. Seu poliéster recuperado é utilizado em garrafas e frascos de brand owners europeus de peso em cosméticos, produtos de limpeza e bebidas não alcoólicas. A aquisição dessa unidade aumenta o poder de fogo da Biffa na cadeia local de PET reciclado. Afinal, segundo divulgado, a Bifa já controla três unidades recicladoras da resina na Inglaterra, totalizando capacidade situada em 165.000 t/a. No arremate, a Bifa ainda adquiriu participação minoritária numa transformadora em Leeds vinculada a Esterpet, a indústria de pré-formas Esterfom.

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