O futuro cada vez mais perto

Economia circular engata arrancada de BOPE

De dois anos para cá, a caça mundial a flexíveis de reciclagem mecânica facilitada pela estrutura monomaterial tem guindado filmes biorientados de polietileno (BOPE) ao estrelato, por tornarem dispensáveis laminados de materiais incompatíveis em determinadas aplicações. Grande parte dessa notoriedade é mérito do trabalho de formiguinha exercido por pilares da vanguarda em extrusoras junto a transformadores de embalagens de alimentos formadores de opinião em seus mercados. Que o diga a junção de forças da alemã Brueckner com o Grupo Polivouga, líder em flexíveis de Portugal e desde 2019 imerso no desbravamento da demanda para BOPE na Europa. “Nos últimos anos, nossos investimentos têm sido baseados em prover soluções vinculadas à economia circular”, pondera o CEO Tiago Barros.
Sediado em Albergaria-A-Velha, cidade da região do Aveiro, o Grupo Polivouga, fundado e controlado pela família Barros, chega aos 40 anos com capacidade instalada superior a 250.000 t/a, situa o diretor João Belo. No momento, a corporação agrupa seis empresas atuantes em flexíveis para agricultura, indústria, varejo (sacos e sacolas) e embalagens de alimentos. Dedicado de início a filmes de PE, o grupo estreou em polipropileno biorientado (BOPP) em 2015, comprou a segunda linha deste filme em 2017 e, completa Belo, abriu os desenvolvimentos em BOPE dois anos depois, justo no último período antes da primeira onda da pandemia. Para fundamentar a investida, Tiago Barros explica ter sido adquirida um equipamento híbrido BOPP/BOPE da Brueckner. Segundo divulga em seu site a companhia alemã, a máquina conta com largura útil de 8,7 metros, velocidade de 525 m/min e configuração para cinco camadas. O diretor Belo estima a capacidade nominal da linha acima de 50.000 t/a. “BOPE representará a solução para uma importante parte das necessidades do mercado de embalagens de alimentos e daí porque acreditamos que seremos confrontados com rapidez com a oportunidade de incrementar nossa produção desse filme”,arremata o CEO Tiago Barros.
O portfólio de BOPE do Grupo Polivouga ostenta a marca Helix. “O produto pode constituir uma resposta ao design de flexíveis monomaterial para alimentos”, reitera o dirigente. “ Se você perguntar à indústria de reciclagem qual a sua principal preocupação ouvirá que é a contaminação do fluxo do processo causada por embalagens multimaterial”, argumenta Barros. “Isso conduz à desvalorização dos resíduos pós-consumo, limita severamente a capacidade da embalagem de contribuir para a economia circular e, neste contexto, BOPE sobressai por poder substituir poliéster biorientado (BOPET) laminado com PE com performances mecânica e óptica semelhantes”.
O diretor Belo ressalta que a vinda da máquina híbrida conferiu à sua empresa sustentação para responder aos projetos de BOPE já em curso. Impedido por acordos de confidencialidade de nomear interessados nos préstimos da série Helix, Barros define sucinto os parceiros como companhias donas de grandes marcas e os projetos em questão focalizam, em especial, stand up pouches e sacos de pet food. “BOPE não representa uma solução para as barreiras ao oxigênio e vapor d’água requeridas por determinados alimentos”, ressalva o CEO. “Em decorrência, já ativamos projetos para desenvolver versões de BOPE com barreira”.
A corrida por flexíveis monomaterial de PE revela uma contenda entre a película biorientada e a mono orientação do filme no sentido da extrusão (MDO). “Ambas as tecnologias poderão coexistir e ainda estão em maturação, com MDO em estágio mais adiantado e BOPE sobressaindo por vantagens mecânicas como a resistência ao impacto”, compara com diplomacia Barros.
Barros e Belo definem como multisetorial o projeto de BOPE do Grupo Polivouga e, além da tecnologia específica de extrusão, a cargo da Brueckner, ele envolveu o desenvolvimento de grades de PE por fontes não reveladas. Nessa mesma trilha, Sebastian Ruhland, gerente comercial senior e para desenvolvimento de novos negócios para BOPE da Brueckner lista dois requisitos-chave para resinas destinadas ao filme. “Tratam-se do comportamento na cristalização e da disponibilidade de cadeias moleculares com ramificações”, ele delimita. “Isso traduz um detalhado know-how do desenho do grade para exigências do processo de matriz plana, essencial para resinas submetidas a uma produção estável do filme”. Além do mais, ele insere, a densidade da resina está em conexão direta com as propriedades buscadas para BOPE. “São oferecidos grades de alta densidade (PEAD), para preencher exigências relativas à resistência mecânica e estabilidade térmica, e resinas lineares (PEBDL) para filmes dependentes primordialmente de selagem e toque macio”. Na Alemanha, divulga a propósito a Brueckner, BOPE já dá as caras em sacos de ração felina Whiskas e de confeitos Aribo, por exemplo.
A força motriz de BOPE, retoma o fio Ruhland, não é a performance na extrusão ou conversão, mas os sustentáveis compromissos de pesos-pesados em alimentos e varejistas da Europa em favor da sua adesão a embalagens monomaterial a partir de 2025. “A infraestrutura mundial para reciclagem de flexíveis de PE está mais adiantada e o mercado acena com significativas oportunidades para reúso da poliolefina recuperada. “Uma composição com PEAD no filme base e PEBDL na camada de selagem resulta em BOPE com resistência à punctura equiparável à de poliamida 6 (resina de barreira) e abertura facilitada para o rasgo linear da embalagem”.
Desde 2019, a Brueckner vendeu 16 linhas híbridas BOPP/BOPE. “Foram seis para China, três para o sudeste asiático, três para a Europa (uma para o Grupo Polivouga), duas para a América do Norte e duas para Índia”, reparte o gerente. BOPE constitui grande chance para transformadores de filmes construírem um novo mercado, separado do negócios ultra competitivos em BOPP e BOPET, salienta Ruhland. “Por causa desses atrativos, esperamos ver em poucos anos o investimento na máquina híbrida BOPP/BOPE também na América Latina, Brasil inclusive”.

Resinas do estado da arte
Entre as petroquímicas precursoras na oferta mundial de materiais específicos para polietileno biorientado (BOPE), a saudita Sabic sobressai com a resina linear (PEBDL) BX202. Desenhada para trabalho em máquinas híbridas, também utilizadas na produção de polipropileno biorientado (BOPP), esta resina adequa-se ao fornecimento de películas finas, transparentes, de rasgo facilitado e boas propriedades mecânicas, atesta a Sabic. Conforme divulgado, BOPE resultante do grade BX 202 apresenta dureza e resistência a impacto, punctura e tensão duas vezes superior aos indicadores de filme blow de PE da mesma espessura. A Sabic assinala que tais predicados possibilitam substancial economia de matéria-prima na embalagem e flexibilidade para o design de soluções monomaterial facilitadoras da reciclagem mecânica de flexíveis. •

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