Ex-preferência nacional?

O que há por trás da demanda em queda de feijão e arroz

Filmes de empacotamento automático abraçam uma infinidade de alimentos, mas são em regra associados de bate-pronto a arroz e feijão. É uma ligação aparentemente indissolúvel, embora nos bastidores esteja ocorrendo uma mudança preocupante não só na demanda, mas na dieta dos brasileiros. De acordo com a edição divulgada este ano da Pesquisa de Orçamentos Familiares do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o consumo nacional de arroz e feijão caiu 41% entre 2003 e 2018.

Reynaldo de Carvalho, coordenador de marketing da Urbano Alimentos, estrela guia dos produtores de arroz e feijão, considera o declínio menor do que aponta a varredura do IBGE. “Mas, de fato, a queda acontece e decorre de aumento na refeição extra domiciliar no período da pesquisa”, ele atribui. “Além do mais, o público passou a diversificar a refeição em casa, adicionando novos produtos e diminuindo o consumo de alimentos mais tradicionais”.

Ajustes na rota
É difícil reverter este declínio, percebe o executivo. “Hábitos são impostos e temos que extrair o que a tendência apresenta e nos adaptar a essas mudanças”, ele pondera. A Urbano reage ao cenário atuando em duas frentes. “Uma delas é o aumento da presença da marca em novas praças e canais, com processos de vendas e trade marketing mais entrosados, e a outra focaliza a busca de novos produtos que possam fazer parte do dia a dia do consumidor e tenham alinhamento com o nosso negócio”.

A consultoria Euromonitor situa o consumo per capita nacional de arroz em 18,6 quilos no ano passado e, entre 2014 e 2019, estima queda de 7% no volume de vendas de feijão e de 5% nas de arroz. Em 2003, demarca o IBGE, os brasileiros compravam 44 quilos de arroz e feijão per capita e, cinco anos depois, o indicador despencava para 25,6 quilos. “O registro do IBGE representa o consumo domiciliar e este ano tivemos um evento (covid-19) que forçou o consumidor a ficar mais em casa, mas isso não é uma verdade absoluta, pois alguns segmentos trabalharam ou retornaram às atividades durante a quarentena”, julga Carvalho. “Desse modo, ainda é cedo para projetar o impacto no crescimento do consumo domiciliar, pois cada família apresentou comportamentos distintos durante a pandemia”.

O coordenador de marketing da Urbano sustenta que, ao ficar mais em casa, o consumidor amplia a compra de itens da cesta básica, caso de arroz e feijão. Mas ele repisa que estimar em números o efeito quarentena por ora é difícil. “Não está claro se as vendas dos dois produtos nos últimos meses têm a ver com migração de marcas, mudança de consumo extra domiciliar para o lar ou, até mesmo, aumento e retenção de estoque pelo consumidor”, ele expõe. “A incerteza de cenário gerada pela pandemia pode incentivar o consumidor a armazenar um volume superior ao habitual. Ou seja, as vendas de toda a cadeia de arroz e feijão podem representar uma transferência de estoque e não configurar um consumo real e imediato”.

Sem fogão em casa
No passado, arroz e feijão era um prato associado a refeições em família, preparadas em casa para um número significativo de pessoas no almoço, reflete Enori Barbieri, vice-presidente da Federação de Agricultura e Pecuária do Estado de Santa Catarina (Faesc). “Com o passar do tempo, já nos anos 1990, deslanchou o hábito de comer fora e o ingresso crescente de pessoas (em especial as mulheres) no mercado de trabalho reduziu bastante a atividade de cozinhar em casa, substituída pelo consumo rápido e simplificado de alimentos”, ele argumenta. “Com isso, a demanda de feijão e arroz caiu e assim continua. Eles permanecem na cesta básica, mas a melhoria do padrão de vida e dos ganhos da população ao longo dos anos, com muita gente subindo das classes mais baixas de renda, deu a esses consumidores acesso a produtos alimentícios melhores e que substituíram arroz, caso da batata. E com o recuo do arroz, o feijão foi atrás. É um caminho sem volta, assinala Barbieri, por força das mudanças nos hábitos de consumo. “Por exemplo, em muitos lares da nova geração de consumidores, sequer existe fogão”.

A análise dessa situação claudica sem o ângulo da produção dos dois cereais. No caso do arroz, explica Barbieri, trata-se de cultura primordialmente voltada para o mercado interno. “Apenas uma parcela de 6% da produção mundial é exportada e os EUA, por exemplo, só plantam arroz e feijão tendo exportações asseguradas”. O Brasil só começou a exportar quando produtores gaúchos investiram no plantio no Uruguai e Argentina, conta o vice-presidente da Faesc, remetendo boa parte dessa produção para cá. “Daí resultou um excedente remetido ao exterior para não baixar os preços internos já reduzidos”, nota Barbieri. “Os produtores obtiveram apoio do governo para essas vendas externas”.

Plantio diminuído
Lavoura pouco rentável e mercado interno declinante, afirma o dirigente, explicam a redução da área plantada de arroz no país. “O arroz admite, intercalando com a sua colheita, o cultivo na mesma área de outra cultura, como tem sido feito com a soja, bem mais rentável”, ele ilustra. “Hoje em dia, os principais plantios são registrados no Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Tocantins e Roraima e os maiores importadores de arroz brasileiro incluem México e Venezuela. Não há atrativo para aumentar a produção de arroz no Brasil”.

Por sua vez, ele emenda, feijão é cultura de alto risco, de colheita rápida e às voltas com incidência crescente de doenças como a mancha branca ou angular. “Também por causa disso, o Brasil importa complementarmente feijão da China”. Outro entrave do plantio do feijão, segue Barbieri, é o fato de ele ocorrer no mesmo período de outras culturas mais rentáveis, como milho e soja. “Ou seja, não há como intercalar o cultivo de feijão com o de outras culturas”, ele comenta. “É outra razão para a área da lavoura do feijão ceder espaço a culturas mais seguras, consolidadas e rentáveis, caso da soja”.

Dólar golpeia auxílio emergencial
A conjuntura de arroz e feijão este ano combina, então, a redução da produção com o câmbio, nota Barbieri, tornando a via das exportações primordial para o agricultor cobrir os custos de sua produção, o que não consegue com os preços aferidos no mercado interno. “Para tentar contrabalançar a decorrente alta dos preços de arroz no Brasil, o governo zerou em setembro a tarifa de importação até dezembro para 400.000 toneladas de arroz vindo de fora do Mercosul. Ocorre, porém, que quando este arroz importado ganhar o mercado estará com preços mais altos, em razão do câmbio”. O caldo engrossa com o valor declinante do auxílio emergencial, encaixa Barbieri. “O público contemplado com este subsídio diminuído vai comprar menos alimentos, como arroz, hoje ofertados a preços mais altos e este preço não deverá recuar de forma significativa quando a produção da próxima safra chegar ao varejo”.

O Ministério da Agricultura prevê que o atual patamar de preços só recue a partir de 15 de janeiro e que a próxima safra acusará aumento da área plantada e da produtividade nos arrozais.

Seja como for, retoma o fio Barbieri, essa redução nos preços não será significativa. Afinal, os custos de produção são elevados. Desse modo, ele amarra as pontas, a inflação dos preços das commodities agrícolas, inclusas as da cesta básica, vai prejudicar mais as classes de baixa renda, dependentes do auxílio emergencial, do que aquelas mais acima na pirâmide. “Alimentos no Brasil estão entre os mais baratos do mundo e, apesar disso, seus preços impactam mais no bolso da população mais pobre”.

Safras frustrantes
A forte elevação do preço do arroz para o consumidor reflete as dificuldades para se conciliar oferta com demanda no Brasil, constata em análise repassada à mídia José Zeferino Pedrozo, presidente da Faesc. “Os arrozeiros amargaram prejuízos nos últimos anos, razão pela qual boa parte deles migrou para outras culturas, levando a uma redução da produção. Além disso, boa parte foi exportada. Assim, a oferta no mercado interno caiu e o preço subiu”. Apesar do aumento de quase 25% ao consumidor final, julga o dirigente, os rizicultores ainda não conseguiram compensar os prejuízos das safras anteriores.
“Em pouquíssimas vezes na história o Brasil teve que importar arroz”, reitera Pedrozo. “No ano passado, foram colhidas 12 milhões de toneladas, mas, os preços ruins dos anos anteriores e a seca deste ano levaram à redução da área plantada no país. Além disso, houve migração para soja e a safra baixou para cerca de 10,4 milhões de toneladas”. Em paralelo ao encolhimento do plantio, o presidente da Faesc observa que o dólar valorizado estimulou a exportação de arroz industrializado para o México. “Resultado: faltou produto no mercado doméstico e será necessário importar porque a próxima safra só entra em fevereiro de 2021”.

O efeito dominó

Plaszom e Epema comprovam como a evolução das linhas de envase contagia todas as frentes da cadeia de filmes técnicos

 

“O que anos atrás seria impensável, hoje é uma realidade”, percebe admirado o engenheiro químico Carlos Alberto Araújo, membro do comitê gestor da Plaszom, bola de ouro na transformação brasileira de flexíveis. Sua constatação refere-se aos saltos dados pela tecnologia na cadeia dos filmes para empacotamento automático. “É o caso dos atuais equipamentos de envase (form fill seal) vertical, com velocidades acima de 175 batidas por minuto (bpm), e horizontal, operando em faixa superior a 500 bpm”, ele exemplifica.

A celeridade no empacotamento, nota o especialista, exigiu que os materiais acertassem o passo com ela. “Isso levou a desenvolvimentos como novos grades de poliolefinas que possibilitaram o aumento da velocidade de envase sem perda da resistência final de selagem (hot tack e hot seal) e do desempenho mecânico do filme, demonstrado na sua resistência ao impacto, perfuração e rasgo”, expõe Araújo. Na cola dessa evolução, ele acrescenta, também progrediram os adesivos de laminação com ou sem base solvente. “Foram aperfeiçoados os tempos de cura, força de laminação e flexibilidade sem interferir em substratos cada vez menos espessos”.

Filmes no spa
Nas áreas de impressão e acabamento, Araújo atenta para o avanço das chapas de fotopolímeros (clichês) e seus sistemas de gravação. “Merece destaque a implementação das microcélulas”, ele assinala. “Elas ensejaram grande ganho de qualidade e estabilidade de impressão, em especial na flexografia”. Na mesma trilha, ele aponta para gravações anilox hoje capazes de alcançar até 600 linhas. “Em decorrência, há um aumento na lineatura dos clichês””, associa Araújo, inserindo que as tintas também tiveram que evoluir na printabilidade, densidade, transferência e ajustes de formulação, na qual diluentes promovem estabilidade durante as impressões. “Os avanços em fotopolímeros, anilox e tintas pressionaram por melhorias no conjunto da produção gráfica, incluindo também clichê, dupla-face, solventes, controles de processo e a impressora”, enfatiza o especialista. “Vale ressaltar ainda os ganhos na produção e qualidade proporcionados à flexografia pela tecnologia de gama estendida (sistema aprimorador da impressão de cores), em ascensão no Brasil”.

A título de referência da escalada da redução da espessura dessas embalagens, Araújo comenta que filmes para envase de cereais com capacidade para suportar cinco quilos diminuíram seu peso em 30% perante o registrado oito anos atrás. O mérito, ele atribui, deve ser partilhado entre a evolução das extrusoras e das resinas. “Novas tecnologias de catálise e polimerização introduziram grades de propriedades mecânicas e ópticas muito superiores, contemplando o transformador com um processamento mais rápido, seguro e sustentável das embalagens para empacotamento automático”.

Epema

Muita bala na agulha

Reduto mais atrasado da infraestrutura do Brasil, o saneamento básico ganhou alento em julho último, com a sanção presidencial ao novo marco regulatório desse segmento. Para alívio da população carente e júbilo do setor de PVC, o Plano Nacional de Saneamento Básico impõe aos municípios metas de universalização dos serviços até 2033, com coleta de esgoto para 90% da população e água potável para 99%. Uma vez vencidas as lacunas e controvérsias de cunho jurídico hoje apontadas por investidores nos meandros das norma, calcula-se que o setor de saneamento atraia R$ 700 bilhões. Na foto atual tirada pelo Instituto Trata Brasil, uma parcela de apenas 46% do esgoto recebe tratamento; falta acesso ao suprimento de água tratada para 35 milhões de habitantes e mais de 100 milhões não contam com a cobertura da coleta de esgoto. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) 1.935 dos 5.570 municípios do país acusam endemias ou epidemias ligadas à ausência ou falhas de saneamento básico.

Banho de loja
Em linhas gerais, a cadeia de empacotamento automático tomou um banho de loja nos últimos três anos, deixa claro Alexandre Mayer da Costa, engenheiro de qualidade e melhoria contínua da Epema, transformadora ponto fora da curva em filmes técnicos. “Inovações como combos de aditivos, resinas de alta performance e coextrusoras com controle automático de espessura, longos L/|D e menor gasto energético, pois geram menos atrito e degradação, proporcionam ao mercado filmes de menor risco de rompimento devido a propriedades mecânicas superiores”, salienta o especialista.

Na garupa desse turbo motor evolutivo, ele enxerga, o reduto de empacotamento automático pende para embalagens de shelf life crescentes. “Hoje em dia pacotes de alimentos como arroz e feijão têm vida útil de um a dois anos, mas a busca constante de melhorias nos processos e produtos pelos convertedores caminha para esticar esses prazos”. Além disso, encaixa Costa, a moderna tecnologia de coextrusão e novas soluções de poliolefinas ensejam a redução da espessura sem afetar a selagem instantânea e a estabilidade da embalagem. Por sinal, filmes mais finos de empacotamento automático requerem maior aditivação e quantidade de tinta na impressão. Para evitar o aumento do preço por quilo e diminuição da qualidade e estabilidade do produto, Costa indica a alternativa do desenvolvimento de filmes coextrusados, à sombra da ampla variedade atual de resinas e tintas.

Ele também enaltece o requinte alcançado na produção gráfica de filmes técnicos. “Junto com resinas de baixíssimos níveis de géis e maior brilho e transparência, os novos recursos de gravação de clichês proporcionam impressões muito limpas e bem definidas”, avalia o engenheiro. “Tudo isso nos permite imprimir com qualidade cromias e chapados de alto poder de cobertura em anilox de baixo volume de tinta transferido à matriz da impressora (bilhões de microns³ por polegada quadrada-bcm/in²”, arremata Costa.

Soluções na prateleira

As matérias-primas que roubam a cena nos filmes técnicos

Distanciamento social, semi-flexibilização e auxílio emergencial fazem a festa dos produtos essenciais, alimentos à frente, eletrizando a reboque a procura por filmes de empacotamento automático e suas matérias-primas, as poliolefinas. “No ano passado, esse segmento consumiu cerca de 425.000 toneladas de polietilenos, inclusos os tipos de baixa densidade (PEBD) e linear (PEBDL), e a perspectiva para 2020 ronda 450.000 toneladas”, antevê Fabio Agnelli, responsável por engenharia de aplicação da Braskem, único produtor no país desses termoplásticos. “No âmbito de polipropileno, filmes técnicos, abrangendo os não orientados (CPP) e biorientados (BOPP), em torno de 175.000 toneladas foram para extrusão desses filmes em 2019 e a estimativa para este ano se aproxima das 182.000”.

Com nome feito como compêndio em flexíveis, Agnelli comenta que enfatizadas exigências de redução da gramatura e eficiência crescente das empacotadoras automáticas vêm repaginando os blends de PEBD/PEBDL para renderem a contento quanto à solda e resistência mecânica dos pacotes. “Seja do tipo convencional ou metalocênico, PEBDL preenche essas lacunas, uma das razões pela qual responde por teor mínimo de 75% no blend para esses filmes”.

A propósito, insere o engenheiro, o campo do empacotamento automático é arado por igual por filmes técnicos monocamada e laminados com PP, sendo que os últimos vêm ganhando proeminência. “A preferência é explicada pela proteção à tinta da impressão e o controle do coeficiente de atrito (COF)”. No embalo, Agnelli pinça do portfólio da Braskem os predicados de dois grades lineares metalocênicos e aditivados para prover COF mais estável após a laminação. “ O tipo Proxess 1509 XP sobressai pela processabilidade, com 0,9 g/10 min de fluidez e contendo agentes antioxidante, deslizante, antibloqueio e auxiliar de fluxo. Os três últimos aditivos também figuram na resina Flexus 9212 XP, com 1 g/10min de fluidez e de reconhecida performance mecânica e óptica, além de melhorar a solda”.

PP também bate ponto no empacotamento automático, nota Agnelli, quando os requisitos para a embalagem são puxados pela maior resistência térmica e estabilidade da estrutura (rigidez do filme), além da atenção ao visual do pacote. Na cola dessas diretrizes, a Braskem põe na vitrine o grade DP228A (codinome provisório), cinzelado para azeitar a produção de BOPP em alta velocidade. “Ajustes na distribuição de peso molecular e a precisão no acerto da cristalinidade no reator de polimerização aprimoraram as propriedades mecânicas e ópticas dessa resina, em especial brilho e transparência, e o desempenho da sua barreira à umidade, oxigênio e dióxido de carbono”, assinala o técnico. Ainda no mirante de PP, Agnelli aponta a chegada à praça de DP187X (codinome provisório), terpolímero de PP/eteno/buteno de baixa cristalinidade. “Ele possibilita a selagem em 105ºC de BOPP ou CPP em máquinas de alta velocidade”.

Economia de resina
Um blend padrão de PE para empacotamento automático apresenta teor aproximado de 70% a 80% para a resina linear e o restante cabe à de baixa densidade. Esse balanceamento de participações assegura ao filme técnico um processamento e propriedades mecânicas e ópticas nos conformes, coloca Gustavo Ribeiro Fonseca, especialista no desenvolvimento de clientes e aplicações de flexíveis para alimentos da norte-americana ExxonMobil, atuante em poliolefinas no Brasil com famílias de PEBDL metalocênico importado.

Entre as soluções do mostruário da empresa para empacotamento automático, Fonseca acena à praça com dois grades da série Exceed. O tipo XP 8784, ele esclarece, pavimenta a extrusão de filmes com indicadores de alto desempenho como a resistência à perfuração. “Ao garantir uma integridade mecânica superior à embalagem, essa resina viabiliza a redução da espessura do filme”, amarra as pontas o especialista. Já o grade 2012, ele segue, possibilita a extrusão de filmes de impecáveis propriedades físicas aliadas a uma baixa temperatura de selagem, ajustando-se assim ao empacotamento em alta velocidade.

Alta velocidade sem derrapagem
Para abreviar a selagem ou reduzir perdas nessa etapa do empacotamento automático, a pedida de Juliano Barbosa, especialista em tecnologia de produto e marketing da Cromex, é uma trinca de ases em aditivos. “A solução é a combinação do antiestático PE-AE 50026 com antibloqueio PE-AB 50035 e o agente deslizante PE-DL 50017”, ele alinha. “Para pacotes transparentes, o antibloqueio PE-AB 5643, à base de sílica sintética, auxilia no aumento de velocidade sem interferir na propriedade óptica”. No arremate, o técnico frisa que seu agente antibloqueio contribui para a ancoragem da tinta impressa e recomenda seu combo PE-AX 13279, aliando auxiliar de processo e antioxidante, para ajudar a acelerar a extrusão do filme técnico.

Antioxidantes resguardam a superfície do filme, cujas imperfeições resultam em muitos problemas de selagem, considerra Thiago Ostorero, diretor comercial da componedora Engeflex. Para aliar o desempenho ok da película com suas espessuras cada vez menores, ele observa que, caso sejam utilizadas resinas de características inconciliáveis, a Engeflex comparece com masters compatibilizantes e auxiliares de processo. “Colaboram para velocidades maiores na extrusão e ajudam a reduzir defeitos superficiais, uma conveniência ainda mais relevante no trabalho com filmes de baixa espessura”. E como a aderência da tinta impressa na embalagem está relacionada com qualidade superficial do filme, o diretor ressalta, para aumentar essa adesividade os préstimos de seus aditivos e masters de alta performance, entre eles concentrados com cargas, cujos pontos altos são o poder de dispersão e homogeneização.

Ceras especiais
A possibilidade de elevar a qualidade de impressão e a aderência da tinta ao filme técnico é utilizada como argumento de venda de uma componedora referencial, a Termocolor. “Indicamos nosso aditivos com agentes de ancoragem química que modificam a resina, assim como o agente antifibrilante, que também ajuda na aderência de tintas, e o antiestático para facilitar a impressão mediante a eliminação de poeira”, expõe Wagner Catrasta, gerente comercial para América Latina.

A Termocolor abre um atalho rumo à excelência na selagem com aditivo antioxidante e masters com ceras especiais. “O agente evita a degradação da poliolefina, colaborando assim para não afetar a selagem, tornada também mais efetiva por aqueles concentrados com baixo teor de aditivos migratórios”, argumenta Catrasta. Para completar, ele acena com seu antioxidante, antiestático e masters com ceras diferenciadas para ajudar a reduzir o COF e facilitar a tramitação do empacotamento automático.

Desbloqueio químico
Entre os principais entraves na manufatura dessas embalagens, Carlos Assumpção, gerente técnico da componedora Cromaster, atenta para o bloqueio das paredes no embobinamento do filme, dificultando a abertura do tubo no momento do empacotamento automático. “O problema decorre de frações de polímeros de baixo peso molecular que funcionam como adesivos e da presença de carga estática gerada na produção do filme pela sua fricção com partes metálicas da extrusora”, ele descreve. A Cromaster livra o transformador dessa enxaqueca brandindo um trio de concentrados. “Nosso master de agente antibloqueio reduz a área de contato superficial entre as paredes, baixando a intensidade de aderência”, ele enaltece. “Por sua vez, temos o master com agente deslizante talhado para agir através da formação de fina camada de lubrificante na superfície do filme, reduzindo a condição do seu atrito com as partes metálicas de contato e baixando assim a incidência de carga estática. Por fim, dispomos de master com aditivo antiestático para reduzir essa mesma carga, acumulada através de sua transferência para a umidade do ar”.

Quanto ao desempenho da selagem e da aderência de tintas de impressão, Assumpção alerta para o risco de características serem afetadas pela inadequada incorporação dos aditivos já mencionados. “A escolha correta da carga mineral e da composição do concentrado determinarão a menor interferência negativa na capacidade de selagem do filme”.

Sinergia de aditivos
A ausência de resíduos do conteúdo envasado na área do filme técnico submetida à selagem, pondera Eliton da Silva, gerente estratégico de novos negócios na América Latina da Ampacet, é condição inegociável para agilizar e reduzir perdas nessa etapa do empacotamento. “Asseguramos esse desempenho com os masters antiestáticos PE-1000977 e PP-9033126, ambos de efeito imediato e sem interferência na força da selagem do filme”.

A Ampacet também está antenada na busca, notada na cadeia do empacotamento automático, de meios para aumentar a aderência da tinta e a qualidade da impressão. “Nossos concentrados PE-1000359 e PP-400026 destacam-se por uma sinergia de aditivos que, além de diminuir o COF e a força do bloqueio, incrementa a adesividade da tinta, aumentando a área superficial do filme”, assegura o gerente. No tocante ao desafio de conciliar altas velocidades de empacotamento com filmes de paredes cada vez menores, a Ampacet acena com dois masters deslizantes de baixo COF, os tipos PE-10090 e PP-40876. “Para filmes técnicos dependentes de controle do COF desde a extrusão à laminação, as soluções deslizantes recomendadas são os concentrados PE-102109 e PP-400875”, conclui Silva. •

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