EUA: viés de baixa contamina preços de PP e PE este ano

O efeito da trombada frontal entre oferta ampliada e inflação inclemente
Poliolefinas: superoferta no pior momento
Poliolefinas: superoferta no pior momento

Capacidade ascendente e demanda a meio pau compõem salada indigesta para margens e preços de poliolefinas, um tempo fechado que dá o tom para 2023 na petroquímica norte-americana, formadora mundial de cotações e opiniões no ramo, na garupa da sua matéria-prima, a rota do gás natural, a mais barata do planeta. Segundo apregoa na mídia Zachary Moore, analista da plataforma Icis, consultorias econômicas de fina estampa tipo da Fitch Ratings pressentem recessão nos EUA a partir do segundo ou terceiro trimestre deste ano, decorrência da inflação causada sob uma praxe mundial – chuvarada de dinheiro de governos para animar a economia prostrada nos pandêmicos 2020 e 2021 e a inflação resultante hoje é combatida com taxas de juros nas alturas para esfriar o consumo.

Na selfie atual, como descreve Moore, a petroquímica norte-americanas de PE e PP encontra-se no final da  sua segunda onda  de novas expansões. Na rabeira de 2021 partiu a planta de PE da Gulf Coast Groth Ventures (ExxonMobil e Sabic). Na metade final do ano passado, entrou em cena a planta de PE da Shell e para 2023 espera-se o funcionamento de fábricas da mesma polioleifna da Bayport Polymers e, no Canadá, da Nova Chemicals (Advanced Sclairtech 2). Em PP, brotaram em 2022 na América do Norte plantas da ExxonMobil e Nova Chemicals. Moore calcula que, entre 2020 e 2024, as capacidades norte-americanas de PE e PP saltarão, respectivamente, 17,3% e 22,4. O cenário de crista baixa atual é bem diferente do das saudosas margens e spreads de 2021, quando imperava demanda mundial acima do suprimento restrito por desacertos climáticos e, sequela da pandemia, o desarranjo do encarecido transporte marítimo mundial.

A ducha de água fria jorrou no desdobrar do estagflacionado 2022. Rastreamento da Associação Brasileira da Indústria de Embalagens Plásticas Flexíveis (Abief) testemunha que, em 10 de janeiro do ano passado, estava nesta maviosa faixa de preços nos EUA a tonelada média dos seguintes polímeros: PP, US $ 1.532; PEBD, US$ 1.466; PEBDL, US$ 1.400; PEAD injeção, US$1.444; PEAD sopro, US$1.422 e PEAD filme, US$ 1.433. Corte final para 26 de dezembro último: PP, US$ 948; PEBD, US$ 992; PEBDL e PEAD graus injeção e filme, US$ 904 e PEAD sopro, US$ 882.

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