Celofane ensaia ataque a BOPP

Finlândia estuda ressurreição do filme de fonte renovável
Celofane
VTT: cinco anos para celofane finlandês ganhar uso comercial.

Destronada em custo/benefício por filme biorientado de polipropileno (BOPP), eis que a película de celulose é içada do século passado pela doutrina da economia circular. Entre os promotores da segunda vida para o celofane, um dos mais ativos é o Centro de Pesquisas Técnicas da Finlândia VTT. Ele está investindo 1,5 milhão de euros numa planta piloto do biofilme e no desenvolvimento de agentes de barreira biodegradáveis específicos para ele. Release do VTT atesta que o flanco vulnerável de BOPP é seu uso em embalagens flexíveis de inseparáveis estruturas multimaterial e multicamada que dificultam sua reciclagem, resultando no seu condenável despejo em aterros. O centro finlandês persegue filmes de celulose simples de reciclar e, com base  na receptividade a seus corpos de prova  já manifestada por 30 brand owners finlandeses e internacionais, alimenta a expectativa de seu celofane ganhar em cinco anos uso comercial em embalagens em geral.

E se recordar é viver, como diz o samba, a produção brasileira de celofane nascia há 75 anos, pelas mãos da fábrica Votocel, do Grupo Votorantim. Em 1989, curvando-se à modernidade, a Votocel passou da película de celulose para BOPP, negócio do qual se desfez em 2005, quando o vendeu para a Vitopel, um dos quatro produtores em cena nesse nicho de flexíveis no país. Corte para hoje: a capacidade brasileira de BOPP ronda 200.000 t/a para um consumo interno arredondado em 180.000 t/a em 2022. Segundo fornecedores de linhas de extrusão, nenhum convertedor de BOPP no Brasil moderniza seu parque fabril há mais de 10 anos, defasagem atribuída à estagnação do mercado e a agressivos investimentos na produção do filme na região do Pacto Andino, pelo peruano Oben Group, resultando na capacidade atual bem acima da procura na América do Sul.

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