Em efeito dominó, a tailandesa Indorama Ventures, nº1 mundial em PET, avisou à praça o fim de linha para seu complexo de óxidos e derivados na Austrália, conforme postado em 10 de junho no site Chemical Week. Sediado em Botany Bay, subúrbio de Sydney, a instalação da Indorama rodava alimentada por eteno da unidade da petroquímica Qenos Group no mesmo local e cujo encerramento das atividades, por falência, também privou a Oceania de seu único produtor de eteno e PE.
No complexo em Bottany, a Indorama gerenciava desde 2019, quando comprou este negócio da Hunstman, capacidades instaladas de 40.000 t/a para óxido de eteno, 35.000 para surfactantes, 5.000 para eterglicóis e 16.000 para glicóis. Por seu turno, o Quenos Group contava com unidades de eteno/PE em Botany, esta já encerrada e apta a gerar 250.000 t/a de eteno, e em Altona, subúrbio de Melbourne cuja data de despedida do mercado ainda não foi definida.
Instaurados pelo último ciclo, ainda em curso, de expansão da capacidade mundial de poliolefinas, os novos padrões de competitividade em petroquímica estabeleceram contagem regressiva para plantas obsoletas em tecnologia, de custos impraticáveis, não integradas upstream e com escalas hoje vistas como ínfimas. São essas forças que selaram a sorte do Qenos Group, de falência confirmada no início de maio, dias após ter sido vendido pela estatal chinesa Chem China, sua controladora por 19 anos, ao fundo privado Laop BidCo Pty Ltd., relata matéria no site Plastics News. Segundo foi divulgado, a quebra da petroquímica foi causada pelos altos preços do gás natural australiano e pelo fechamento, em 2021, de uma refinaria na localidade de Altona pela ExxonMobil, acionista anterior da Qenos, com a empresa nativa Orica.
Remanescente dos anos 1960, o complexo em Altona rodava com etano de terceiros duas plantas que totalizam capacidade aproximada de apenas 120.000 t/a de PEAD. Por sua vez, a operação em Botany exibe, com quatro fábricas, capacidade total na órbita de 60.000 t/a de PEBD e cerca de 100.000 de PEBDL. A notícia repassada por Plastics News assinala perdas da ordem de US$ 52 milhões no balanço do Qenos relativo ao ano fiscal terminado em 30 de junho de 2022. E para cavucar mais a chaga aberta, o site em Botany está paralisado desde fevereiro de 2023, devido ao colapso de uma torre de resfriamento, de restauração interrompida, enquanto o parque fabril de Altona vem funcionando com duas de suas quatro unidades desde que a ExxonMobil desligou a refinaria nas imediações.