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Em pelo negrume da recessão e no meio de uma briga de cachorro grande...
Embalagens da Zandei: salto de 33% na receita líquida entre 2014 e 2016.

Em pelo negrume da recessão e no meio de uma briga de cachorro grande, a ferro e fogo em embalagens sopradas de cosméticos e alimentos, a gaúcha Zandei Plásticos é um ponto fora da curva. Em pesquisa a quatro mãos da consultoria Deloitte com a revista Exame, a indústria presidida por Edilson Deitos pinta como a única transformadora de resinas entre as 100 pequenas e médias empresas que mais crescem no Brasil.
E como ela cresce. Em 2014, a receita líquida atingiu R$ 21.136 milhões; em 2015 foram R$ 23.338 milhões e, no ano passado, R$ 28.048 milhões. Crescer à média anual de 15,2% nesse triênio bicudo não é mesmo para qualquer um.

Deitos: planejamento e transparência na gestão.

Deitos fundou a Zandei em 1989, para atender ao vivo a demanda gaúcha de embalagens de cosméticas, então suprida por indústrias do eixo Rio-SP. Mas a transfiguração que inflou seu negócio vingou por volta de 2004, fruto de um planejamento estratégico. “Adotamos um monitoramento mensal dos resultados e metas, aliado a lançamentos constantes de embalagens e a uma renovação do parque de máquinas”, sintetiza, arrematando com a conquista de avais e credencimentos oficiais ambientais, de saúde pública, ISO 9001 e, como ele frisa, “regularidade quanto às negativas de todos os impostos”. Por sinal, a transparência da gestão é outro diferencial da Zandei no setor de transformação, como ilustram os números, dados e documentos postados em seu site.

O pontapé inicial, 28 anos atrás, foi dado com cerca de US$ 15.000 numa sopradora pneumática de uma cavidade, uma injetora usada, um molde de sopro e outro de injeção. O pulo do gato, conta Deitos, foi uma brecha entrevista no mercado de hidratantes populares, à época usuário de frasco de 500 ml com tampa lacre, originalmente concebida para recipientes de óleo lubrificante. “Detectamos em pesquisas que, para checar a fragrância do hidratante, consumidores deslacravam a embalagem no ponto de venda e, se devolvida à prateleira, acabava sendo levada por outra pessoa que voltava à loja depois com o produto violado, gerando o estorvo de inúmeras trocas ao varejista”, assinala o dirigente. “Além disso, a clientela dominante de mulheres relatava a dificuldade de deslacrar e transportar o hidratante para a piscina ou praia, pois a tampa acabava saltando”. Em resposta, a Zandei lançou o frasco com a mesma identidade visual, mas diferenciado pela tampa rosca. “O sucesso foi tanto que, desde a fundação, sempre operamos 24 horas contínuas”.

Na selfie atual, a Zandei roda com 18 sopradoras – 10 máquinas retrofitadas da finada Battenfeld Pugliese e 8 da MultiPack Plas –; 4 injetoras da Arburg e 6 serigráficas Dubuit, tendo a escora de ferramentaria interna para manutenção preventiva dos moldes adquiridos. “Transformamos em média 150 t/mês de polietileno de alta densidade e polipropileno e a carteira atual tem mais de 240 clientes ativos e uma de nossas metas é que o maior deles não represente além de 12% no nosso faturamento”, situa Deitos. A Zandei dá conta da criação e design de suas embalagens e terceiriza a área de mídias sociais. Lastreada na vasta gama de cores que o negócio exige, completa o dirigente, “criamos um sistema de vendas de masters a partir de 3 kg, pois os lotes mínimos de 25 kg entregues pelos fabricantes de concentrados dificulta sua compra por pequenas indústrias”.

A grande quantidade de set ups, alega Deitos, complica o intento de reduzir a intervenção manual na produção. Apesar disso, ele encaixa, os níveis de automação estão sendo ampliados em determinadas linhas no tocante a testes de furos e inspeção óptica. “Também foi iniciada a implantação do sistema integrado de gestão, monitorando on line a produção e ciclo de cada máquina”.

Deitos fatia por igual a picanha da receita da Zandei entre os setores alimentício, de cosméticos, farmacêutico e hospitalar. Quanto a este último, ele sente o minuano a seu favor desde a patente e registro de uma inovação na Agência Nacional de Vigilância Sanitária. “Desenvolvemos um espaçador respiratório com o Hospital de Clínicas de Porto Alegre”, ele comemora. •

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