Como é que pode?

Parece até que a recessão não existe para a Krona
Perin: é preciso tirar a letra s da palavra crise.

PVC é irmão siamês da construção civil e uma prova do naufrágio desse setor provocado pela recessão é que, desde 2015, o Brasil passou de importador a exportador regular do vinil. O tempo continua fechado em todos os fronts para tubos e conexões, ribalta nº1 do polímero. Com as contas públicas postas a pique pelo governo Dilma, as obras de saneamento e déficit habitacional minguam. O mercado imobiliário assiste à fuga de compradores, cortesia dos juros altos, desemprego e falta de confiança. O estoque de imóveis em 2015 chegou a 111.300 unidades perante vendas de 52.000 e o total de lançamentos no período foi 50% inferior ao saldo de 2011. Do lado do consumidor formiga, de reformas residenciais, a Associação Brasileira da Indústria de Materiais de Construção (Abramat) põe o dedo na ferida: a receita do setor murchou 12% no ano passado e , para o 2016, a entidade trabalha com expectativa de queda de 3% no varejo do ramo e de 12% a 13% nas vendas para construtoras. Pois com todos esses penares e agravantes, a catarinense Krona Tubos e Conexões trabalha convicta da ausência de desvios na rota do crescimento mantido há bons anos, a cavaleiro do seu complexo sede em Joinville e da filial alagoana. Na entrevista a seguir, o presidente Vilson Perin reitera a meta de aumentar em dois pontos percentuais o faturamento deste ano contra todos os contratempos da conjuntura.

Perin: é preciso tirar a letra s da palavra crise.
Perin: é preciso tirar a letra s da palavra crise.

PR – Como a empresa reage à conjuntura instável para a construção civil?
Perin – A Krona é uma das três maiores empresas de tubos, conexões e acessórios hidráulicos voltados para o ramo predial. Para chegarmos a esta posição, passamos por momentos positivos e negativos e, em qualquer desses casos, precisamos de serenidade e bom planejamento. A turbulência atual é preocupante, mas procuramos responder a ela com mais trabalho, ações concretas e otimismo. Um dos pilares para nosso desempenho é o investimento na capacitação dos colaboradores. Acreditamos na perspectiva de uma retomada da economia. Para 2016 projetamos crescimento de 12%.

PR – Pelo menos dois fabricantes de tubos representativos pediram recuperação judicial este ano. Esses pedidos tendem a se intensificar mais, até dezembro, entre indústrias menores de tubos plásticos, de alcance não mais que regional, ou entre indústrias de médio porte, que miram uma presença geográfica mais ampla?
Perin – Nós só podemos falar pela experiência da Krona. Temos tido um crescimento importante, mesmo em momentos difíceis da economia. A gente aqui diz que é preciso tirar o “s” da palavra “crise”. O momento exige criatividade, com os pés no chão, com planejamento; tudo isso sem abandonar a ousadia. No nosso caso, os resultados têm a ver com uma postura coerente da empresa, seja sob céu de brigadeiro ou sob turbulência.

PR – Em 2015, as vendas de materiais de construção caíram 12%; o consumo formiga recuou sob crise e crédito restrito, os lançamentos prediais diminuíram bastante e, com a quebra do governo, as verbas para programas de infraestrutura e combate ao déficit habitacional baixaram de modo drástico. Como a Krona ampliou em 15% o faturamento no ano passado? Qual o pulo do gato?
Perin – Não há pulo do gato. Há trabalho, planejamento e fortalecimento de nossos diferenciais. Por exemplo, com a crise, nós vemos como uma oportunidade a exigência cada vez maior dos consumidores na busca por produtos que ofereçam a mesma qualidade por preços mais justos. E completamos isso com os serviços agregados. Outro ponto importante é estarmos cada vez mais próximos dos clientes. Assim, aperfeiçoamos um de nossos pontos fortes, a eficiência na distribuição. Além disso, reforço o já citado investimento na capacitação profissional.

PR – Todos os analistas sustentam que o capital deve continuar caro este ano, o crédito seguirá restrito, o poder de compra se manterá enfraquecido, os recursos do governo para obras baixarão mais e o setor predial permanecerá retraído. Como a Krona conseguirá crescer 12% este ano?
Perin – Trabalhamos com cenários para os próximos anos que mostram tendências de recomposição da renda real, queda na inflação e nos juros, investimentos em construção, volta gradativa do crescimento do PIB, avanço do agronegócio e, em consequência de tudo isso, o retorno da confiança entre os empresários. Vamos continuar crescendo pois estamos fortalecendo pilares fundamentais de nosso avanço até aqui. Com nossa nova campanha de marketing, estamos mais incisivos na comunicação para mostrar aos clientes e consumidores que temos qualidade e ao mesmo tempo uma excelente relação custo/benefício agregada a ótimos serviços. Para aperfeiçoar nossa excelência na distribuição, além dos investimentos realizados nas unidades do Sul e Nordeste, em cinco anos estaremos com fábricas no Sudeste e Centro-Oeste. Também ampliaremos a linha de produtos: passará de 700 para mais de mil itens.

Campanha publicitária: chamariz do custo justo com qualidade.
Campanha publicitária: chamariz do custo justo com qualidade.

PR – Quais deles considera mais relevantes?
Perin – A entrada em tubos e conexões de copolímero random de polipropileno para água quente será o grande destaque deste ano.

PR – No ano passado, qual foi o carro chefe da Krona?
Perin – Os produtos mais vendidos são os tubos e conexões de PVC para água fria. Há um amplo reconhecimento do mercado sobre a qualidade deles, o que nos coloca entre as três marcas mais vendidas nesse segmento no Brasil.

PR – Qual a expansão proporcionda à filial no Nordeste pelo anunciado aporte de R$ 45 milhões?
Perin – Com esse investimento na unidade de Alagoas, a Krona aumentará em 55% a capacidade da planta geral (tubos e conexões) ainda este ano. A expansão está atrelada ao forte crescimento do Nordeste, região dona de uma das maiores participações no nosso mapa de vendas e tem ótimo potencial.

PR – Hoje em dia, é cada vez mais acirrada a briga por espaço físico para expor produtos nas lojas de materiais de construção. Como a Krona encara esse problema?
Perin – Ao longo de mais de 20 anos de atuação, a Krona buscou o respeito junto a seus clientes, de forma que as parcerias já são de longa data. Em função desse ótimo relacionamento e de uma credibilidade conquistada, as lojas de materiais de construção nos auxiliam a ter um espaço definido em seus estabelecimentos. É uma parceria em que todos ganham.

PR – Quais as ações este ano para ampliar sua rede de pontos de venda (PDV), a oferta de serviços ao cliente e para diferenciar a marca nas lojas e na mídia?
Perin – Os investimentos em PDV auxiliaram muito a Krona. Com a decoração, os lojistas começaram a gostar cada vez mais de ter um espaço próprio para nossa marca. A nova campanha ‘Quem Questiona usa Krona’, criada pela agência Propague, usa do bom humor para incentivar o espírito crítico e questionador dos consumidores. A ideia é mostrar que, se a qualidade entre as concorrentes é a mesma – e isso é garantido pelas normas técnicas obrigatórias – por que não optar pela marca que, além do melhor custo/benefício, oferece uma ótima relação de serviços agregados? Fizemos dois comerciais com o grupo de humor Os Barbixas, dois jingles para rádio, anúncios, outdoor, material para PDV e ações nas redes sociais. A campanha tem abrangência nacional em TV fechada, nas mídias sociais e em PDV. Nos demais meios estamos em todo o Nordeste e em cidades estratégicas de Santa Catarina e Paraná. •

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