Viés de baixa nos preços de PE deve persistir
A piora da guerra comercial EUA x China, provocada pelo aumento tarifário de 10% imposto em 1 de agosto pelo presidente Trump a um conjunto de produtos chineses orçado em US$ 300 bilhões pela régua das exportações norte-americanas, teve o efeito colateral de agravar a situação do mastodôntico excedente mundial de polietileno (PE).
Conforme noticia o portal Icis, os EUA em regra exportam 20% da sua produção da poliolefina, mas o percentual vai aumentar puxado por novas capacidades que debutam no golfo do país, refesteladas no gás natural mais barato do planeta, a partir deste semestre. Não fosse a guerra comercial instaurada por Washington, a China, maior importador de petroquímicos do planeta, garantiria um fluxo de desova palatável do volume sobrante do consumo norte-americano de PE. Em revide às barreiras iniciais norte-americanas, Pequim sapecou taxa de importação de 25% para polietilenos linear(PEBDL) e de alta densidade (PEAD) dos EUA. Em meio a esse tiroteio no comércio exterior, os EUA exportaram mais de 50% de sua produção de PEBDL e 30% da de PEAD no passado, projeta o Icis.
Para pretejar o quadro, os preços de PE dos EUA ,determinantes da cotação mundial, caíram num viés de baixa do qual não escapam tão cedo porque não há nem de longe um mercado capaz de substituir à altura os volumes de compras da China que, por seu turno, tem investido na ampliação da sua capacidade de poliolefinas e, por tabela, na minoração da sua dependência de resinas importadas.
Segundo as estimativas do portal, em torno de 2,8 milhões de toneladas devem ser agregadas até dezembro à já obesa capacidade de PE dos EUA, cortesia da recente partida do trem de 650.000 t/a da ExxonMobil e estão na fila da estreia uma unidade de 420.000 t/a da Sasol (partiu outra de 470.000 t/a este ano); uma planta de 500.000 t/a da LyondellBasell e duas novas fábricas da Formosa Plastics, totalizando 800.000 t/a. John Richardson, blogueiro do Icis e analista do setor petroquímico, estima que se o PIB chinês crescer 6,8% este ano e 5% no próximo, a demanda mundial de PE sofrerá redução de 3.8 milhões de toneladas no biênio 2019-2020, acentuando portanto o irremovível excedente da resina mais consumida no mundo.
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