Tempo de comprar

Gualapack abocanha convertedora Teruel num momento ideal
Baumgarten: Teruel aproxima Gualapack de indústrias maiores e médias usuárias de SUPs.

Abrir um texto hoje com malho na política econômica é um convite para o leitor bocejar e virar a página, pelo lugar comum e baixo astral. Ainda assim, não há desgoverno capaz de fazer sombra a um mercado que, quando mostra seu apetite, vira notícia mundial. De olho nessa plenitude e relação ao consumo de produtos essenciais, alimentos à frente, a italiana Gualapack, nº1 mundial em stand up pouch (SUP) com bico e seu sistema de envase, formaliza em seu sexto ano de Brasil a compra, por montante em sigilo, da Teruel Embalagens – Papéis Amália Ltda., convertedora nacional fera na flexografia. No embalo, ela já alardeia o intento de repicar a aposta no país mediante aporte de R$125 milhões em produção e portfólio até 2023. “O Brasil possui desafios, mas é uma das maiores economias mundiais, configurando uma oportunidade para nós”, justifica Alexandre Baumgarten, CEO da subsidiária brasileira da companhia piemontesa. A propósito, ele frisa que os movimentos de internacionalização da empresa transcorrem sempre de braço dado com empreendedores locais. “Seu conhecimento da dinâmica do mercado em vista reforça a segurança da nossa matriz quanto à forma de realização dos investimentos e maior controle sobre o retorno”, alega o dirigente.
A Gualapack iniciou sua estratégia de crescimento inorgânico por aqui em 2015, quando adquiriu a Tradbor, convertedora líder local em SUP, controlada por Baumgarten e com planta em Iperó (SP). Anunciada no início de outubro último, a incorporação da Teruel, companhia familiar com 52 anos de estrada, trouxe ao parque fabril da Gualapack uma unidade em Jaguariúna (SP) e outra em Ouro Fino (MG). Pelo sextante dos analistas, a pontaria da Gualapack é de sniper, pois, junto com tecnologia, escala é o nome do jogo em seu ramo, os ativos brasileiros estão atraentes em moeda forte e comprar um rival em funcionamento significa reduzir a concorrência e entrar logo em campo com o negócio absorvido.
Até emplacar esta sua segunda compra, a Gualapack Brasil já liderava a capacidade nacional de SUPs, com volumes anuais acima de 300 milhões de unidades, situa Baumgarten, destacando em sua carteira celebridades tipo Nestlé, Danone e Catupiry. “A compra da Teruel não altera esse potencial produtivo, mas amplia a capilaridade para conseguirmos parcerias com indústrias finais maiores e médias em laminados complexos, estruturas sustentáveis e SUPs pré-formados e em bobinas para form-fill-seal”. No pano de fundo, deixa claro o CEO, a evolução de SUP no Brasil vai de vento em popa, empurrada até pela pandemia. “O aumento do hábito de comer em casa causado pelo distanciamento social favoreceu a cadeia de alimentos embalados em geral”, reconhece o dirigente. “Até mesmo produtos que fornecemos para uso com viés fora do lar, caso de pouches para alimentação infantil, nos surpreenderam com demanda inalterado no período sem relaxamento das restrições sanitárias”.
No mostruário de soluções diferenciadoras para flexíveis da Teruel, sobressaem tecnologias para selagem, bactericida e de auréola verde, caso de filme contendo aditivo oxibiodegradável. “São tecnologias de aplicações importantes para SUPs progredirem na rota da sustentabilidade e termos novidades em breve”, percebe Baumgarten. Nessa mesma trilha, ele insere a Gualapack no panteão global de petroquímicas e convertedores que burilam soluções de filmes e SUPs monomaterial, de modo a a simplificar a reciclagem mecânica do laminado sem abalar suas propriedades de performance. “Foi a primeira empresa no mundo a lançar SUP para envase a quente de alimentos infantis à base de um único polímero”, enaltece o dirigente. Em lugar da preferência dominante por polietileno (PE), ele conta, a Gualapack abraçou polipropileno (PP), por depender no caso de estrutura resistente ao envase a quente para estes SUPs já em uso regular na Europa por medalhões de alimentos como Nestlé e Kraft Heinz. Em paralelo, Baumgarten prevê para curto prazo o ingresso de laminado 100% de PE em seu mostruário de SUPs.
O CEO da Gualapack Brasil descarta, por ora, a possibilidade dos recursos disponíveis na Teruel zerarem o fornecimento por terceiros de itens para sua produção de embalagens. “A longo prazo existe a tendência de estruturas hoje adquiridas no mercado migrarem para nossa produção interna de laminados”, aquiesce Baumgarten. “Mas o nível de complexidade dos filmes que utilizamos determina que esse movimento ocorra de forma gradual”. •

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