Tampas: Valgroup deslancha com compra da Mirvi Brasil

Sinergias da aquisição estendem-se aos negócios de flexíveis e rígidos
Valgroup deslancha com compra da Mirvi Brasil
Valgroup deslancha com compra da Mirvi Brasil

O grupo espanhol Betapack, peso-pesado em tampas na Europa, possui uma planta homônima na Espanha e, desde os anos 1990, outra fábrica no Brasil, a indústria Mirvi Brasil. Em 2012, o grupo passou ao controle acionário (80%) do fundo privado madrilenho Alantra. Em 2019, ele resolveu se desfazer do grupo Betapack, então faturando € 80 milhões, e contratou para tanto o banco de investimentos Greenhill. Segundo o site El Economista, um empecilho para a venda do grupo foi o fato de haver uma unidade no Brasil, país cuja instabilidade econômica intimidou investidores internacionais interessados na oferta. Pois cinco anos depois fica claro que Alantra e Greenhill optaram pela venda fatiada do grupo Betapack, processo pelo visto iniciado com a compra da Mirvi Brasil pela Valgroup, única múlti brasileira de embalagens plásticas. Na entrevista a seguir, Tiago Geromini, diretor executivo para sopro PET & PEAD e tampas da Valgroup, comenta os meandros dessa transação divulgada ao final de janeiro e cujo montante não foi revelado.

 

Tiago Geronimi: compra da planta espanhola do grupo Betapack pode ser avaliada pela Valgroup.
Tiago Geronimi: compra da planta espanhola do grupo Betapack pode ser avaliada pela Valgroup.

Além de maior conglomerado transformador do Brasil, a Valgroup encontra-se em acelerada fase de internacionalização, em particular na Europa.  A compra da planta espanhola do grupo Betapack não seria uma oportunidade para fortalecer e complementar a presença da Valgroup na Europa, com sua produção de garrafas PET na Itália?
De fato, a Valgroup vem acelerando o crescimento fora do Brasil, portanto estamos abertos a novos investimentos. A planta Betapack é uma excelente empresa, com boa participação no mercado europeu de tampas, ótimos clientes e produtos e, certamente, poderemos avaliar essa opção no futuro. No momento, estamos pensando apenas em consolidar todos os investimentos realizados nos últimos meses.

Quais foram os predicados e atrativos da operação da Mirvi Brasil que animaram a Valgroup a comprá-la em lugar de incorporar algum concorrente ou ampliar sua capacidade de tampas em Itamonte (MG)?
Foram vários pontos positivos. Para começar, a Mirvi é uma empresa 100% idônea, sem riscos fiscais e tributários. O fato de fazer parte de um fundo de investimentos sério é um ponto favorável nesse âmbito, pois demonstra prezar pela legalidade, formalidade e compliance. Outro ponto muito importante é a grande sinergia de clientes que a Mirvi possui e que já são atendidos por outras unidades de negócios da Valgroup (flexíveis e rígidos). Ela também possui uma excelente estrutura (máquinas, equipamentos, instalações, controle de qualidade etc.) e dispõe de uma capacidade ociosa que podemos explorar no curto prazo, além de  know-how para lançarmos modelos de tampas ainda não produzidos com baixos investimentos. Outro atrativo fundamental foram as pessoas. Encontramos na Mirvi um time com muita vontade de trabalhar, de encarar os desafios e tornar a operação melhor do que é hoje.

Quais os eventuais tipos de tampas produzidos pela Mirvi Brasil em Cabreúva (SP) e até hoje fora do mostruário da  Valgroup ?
Todos os tipos de tampas injetadas podem ser produzidas na planta da Mirvi. Atenderemos com ela os segmentos de alimentos, bebidas, limpeza doméstica, cuidados pessoais etc. Hoje, a  planta de tampas da Valgroup, em Itamonte, roda  100% dedicada ao segmento de bebidas, com uma tecnologia diferente e menos versátil de injeção. Com a aquisição da Mirvi estamos pensando não somente no portfólio atual, mas em mais mercados que possam ser explorados.

Quais os setores de bebidas em que a Mirvi atua com suas tampas (em regra para PET) e que até então não eram atendidos ou atendidos com discrição pelas tampas da Valgroup? Ou a compra da Mirvi Brasil visou apenas ganhos de escala?
O setor de bebidas PET (água, refrigerantes, sucos), atendido pela Mirvi, é o mesmo que a Valgroup já atendia. Portanto éramos concorrentes diretos nesse segmento. Com a aquisição, vem uma carteira muito importante, com clientes novos e já atendidos pela Valgroup.

Com a incorporação da Mirvi Brasil a capacidade de produção de tampas da Valgroup aumenta quanto %? Passa a liderar a produção de tampas para garrafas PET no país?
A Mirvi produz tampas de PEAD, PP e PEBD. São tampas variadas, com uma, duas ou mais peças (componentes). Não temos os dados seguros de mercado para afirmar nossa posição, mas com esta aquisição nos tornamos um player muito representativo no setor de tampas e com soluções bastante completas. Além dessa incorporação da Mirvi, continuamos investindo para aumentar a produção e atender o crescimento de nossos clientes.

A Valgroup planeja manter ou substituir a razão social Mirvi Brasil e passar ou não a operação em Cabreúva para Itamonte?
A planta de Cabreúva continua, pois tem uma localização excelente, próxima a diversos clientes importantes e potenciais. Não só ela não será transferida como passa a ser um ponto avançado para eventuais novos projetos de outros segmentos (pré-formas, sopro etc.). No devido momento deixará de se chamar Mirvi e passará a ser Valgroup.

Com a aquisição da Mirvi Brasil, a Valgroup incrementa sua posição como fornecedora integrada na garrafa PET, tampa, rótulos e PET reciclado grau alimentício. Qual a possibilidade de a Valgroup acentuar este cerco ingressando com serviço de envase para os clientes fabricantes de bebidas?
Nosso negócio é fabricar soluções em embalagens, com a melhor qualidade possível, com o menor custo possível e da forma mais sustentável. Estamos sempre pensando na melhor maneira de atender os clientes, agregando cada vez mais serviços que tragam valor, além de estarmos sempre abertos a discutir novas soluções. Portanto, apesar de não termos planos de prestar o serviço de envase neste momento, não podemos descartar esta opção para o futuro.

 

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