O Brasil é campeão mundial na produção de proteína animal e não è à toa que churrasco reluz entre os pratos preferidos da população. Apesar de tão chegado – vale o duplo sentido – aos prazeres da carne, alguma coisa começa a mudar no regime alimentar nacional. Para calcular a quantidade de brasileiros que se consideram vegetarianos, pesquisa do Ibope situou este contingente em 9% dos habitantes em 2011. No ano passado, o repeteco constatou subida para 14% neste público, inclusa a categoria vegana, avessa a qualquer subproduto animal. Tem mais: 61% dos respondentes disseram ao Ibope que alimentos veganos teriam sua preferência se os preços equivalessem aos de origem animal.
O mercado de produtos substitutos de carne animal é, há mais de meio século, a razão de ser da Superbom, formadora de opinião no país em alimentos saudáveis. Impulsionada por estudos como a aferição da Mintel de que, de março a setembro de 2018, cerca de 37 milhões de brasileiros adquiriram alternativas à carne animal, a Superbom está lançando o Burguer Gourmet Vegan. Trata-se de um hambúrguer de 114 g, similar no visual, textura e sabor ao bovino, contendo 15 g de proteínas à base de ervilha, teor calórico de 8% e é ofertado nas versões resfriada e congelada. Orçado em R$ 9 milhões o desenvolvimento consumiu um ano, entre outros motivos pela busca da embalagem adequada.
Cristina Ferreira, diretora de pesquisa e desenvolvimento da Superbom, explica que o lançamento é comercializado em bandejas de polipropileno (PP) grau alimentício e com alta barreira e lacradas a vácuo com filme laminado também de elevada impermeabilidade. “A embalagem depende de ótima resistência mecânica, para evitar deformação do hambúrguer durante o transporte e armazenagem, e de alta resistência térmica, pois o produto é mantido a -18ºC e até em graduações menores”, esclarece a executiva, situando o shelf life em 12 meses se o pitéu vegano for mantido nas condições adequadas.
Para garantir o shelf life e as própriedades físicas requeridas para o embalamento, a Superbom bateu o martelo em prol de um filme transparente de nove camadas. “Possui 35 micra de espessura e sua composição básica alinha poliolefinas, poliéster biorientado (BOPET) e copolímero de álcool eteno vinílico (EVOH)”, descreve Cristina. “Utilizamos filme sem impressão porque optamos por outro tipo de exposição no PDV e todas as informações e dizeres sobre o hambúrguer são apresentadas numa cinta de papel couchê com verniz especial”.
Apesar da sobra na praça de convertedores à altura das expectativas da Superbom, a empresa preferiu trazer o filme de Israel.” Podemos ter intercorrências no câmbio com este suprimento, mas não encontramos um filme nacional com todas as características que necessitamos para assegurara o shell life do Burguer Gourmet Vegan”, justifica Cristina.
“Somos parceiros da empresa nacional Solupack, que importa e armazena as bobinas para nos abastecer à medida que nossa produção exija”, expõe a diretora. “Por este esquema, projetamos a demanda trimestral e a Solupack mantém estoque de segurança local”. •
