Poliolefinas: cambaleiam os spreads na China

Declínio também reflete os excedentes globais de PP e PE
Poliolefinas: cambaleiam os spreads na China
China: crise imobiliária influi na calmaria da demanda de PP e PE.

Petroquímica anda fazendo mais jus à expressão tortura chinesa que a negócio da China. Indicadores ponta firme do balanço da oferta e procura, os spreads (diferença entre preço das resinas e matérias-primas) de PE e PP na China rondam o fundo do poço de seus históricos. Na noticiada marcação do banco de dados Icis Pricing, os spreads de PE e PP registraram no mercado chinês, entre 1 de janeiro e 17 de março último, respectivas cotações de US$ 290/t e US$ 222/t (copolímeros de bloco e homo para injeção). No exercício de 2021, o spread médio de PE na China foi de US$ 321/t (média de US$532/t entre 2000 e 2021) e o dos referidos grades de PP, US$ 258/t (US$512/ em 2019, período pré-pandemia).

Passado o feriadão de 23 dias do Ano Novo Lunar, iniciado em 22 de janeiro, não aconteceu a exuberante retomada da China, esperada mundo afora. Sua economia vem rodando com pique acima dos níveis aferidos sob os repiques da covid, mas aquém do necessário para o mercado interno vibrar como ocorria até o fim de 2019. Pela voz corrente dos analistas, o atual cenário de mornidão é dado como irremovível nos próximos dois anos e, entre os empecilhos a uma boa volta por cima, eles destacam a gigantesca crise imobiliária chinesa e o envelhecimento da sua população – duas flechadas nas compras dos bens duráveis e produtos de consumo imediato e giro rápido. Também esfriam esperanças de retomada da China os crescentes excedentes medidos pelo Icis em relação às capacidades mundiais de PP (hoje, 21 milhões de toneladas) e PE (hoje, 23 milhões de toneladas). Trata-se de uma engorda contínua e danosa aos spreads e, em boa parte, decorrente da nova leva de investimentos na China e Sudeste Asiático. Por exemplo, calcula-se que um acréscimo da ordem de 1.5 milhão de toneladas de PE devam entrar em produção na China este ano e, apimenta John Richardson, analista blogueiro do Icis, partiu no primeiro trimestre o primeiro complexo integrado de poliolefinas do Vietnã. Controlado pelo conglomerado Siam Cement, é constituído por fábricas de 450.000 t/a de PEAD; 500.000 de PEBDL e 400.000 de PP.

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