Poliolefinas: a adrenalina do arranjo emergencial em 2020

Poliolefinas a adrenalina do arranjo emergencial em 2020

A combinação do auxílio emergencial com uma presença dominante em embalagens de bens de consumo explica, com o adendo da concorrência importada diminuída pela escassa disponibilidade internacional, o desempenho empinado em 2020 das poliolefinas da Braskem, único produtor dessas resinas no país. No escalão dos polietilenos (PE), à sombra de uma capacidade brasileira de 3.055 milhões de t/a, a empresa produziu no ano passado 2.567.112 toneladas contra 2.593.958 em 2019. As vendas internas atingiriam 1.886.711 toneladas perante 1.789.683 precedentes. Por fim, as exportações fecharam 2020 acumulando 690.505 toneladas, degraus abaixo das 834.924 anteriores. Já no ancoradouro do polipropileno (PP), sob a escora de uma capacidade nacional dimensionada em 1.850 milhão de t/a,a Braskem produziu 1.568.722 toneladas no último período contra 1.639.474 no antecedente. As vendas no país passaram de 1.142.834 toneladas em 2029 para 1.250.308 em 2020. Por fim, as exportações brasileiras de PP da empresa restringiram-se a 361.314 toneladas no último período, volume inferior às 556.847 embarcadas em 2019.

A Braskem também lidera no reduto de PVC. Além de operar uma capacidade nominal de 710.000 t/a, a empresa é a única fonte de eteno para a concorrente Unipar Carbocloro rodar sua unidade de 300.000 t/a do vinil em São Paulo. Com sua operação afetada desde 2018 pelo desastre geológico em Alagoas, a Braskem ainda assim produziu 448.501 toneladas de PVC em 2020 versus 461.135 em 2019. As vendas domésticas culminaram em 525.723 toneladas no ano passado, à frente das 491.329 anteriores. No fecho, a Braskem exportou 21. 673 toneladas do polímero em 2020, algo acima das 15.924 remetidas no exercício precedente. Procurada por Plásticos em Revista, a Unipar Carbocloro negou-se a informar seus volumes de produção, venda interna e exportação de PVC. Única produtora de PVC na Argentina, a Unipar enviou para o Brasil 40.912 toneladas do vinil em 2020 e 67.510 em 2019, informa com base em dados do governo a Associação Brasileira da Indústria Química (Abiquim). De acrodo com a consultoria Platts, o complexo argentino da Unipar foi o terceiro maior exportador de PVC para o Brasil em 2020, com 34.677 toneladas despachadas para cá, perdendo para Colômbia, com 211.964 toneladas, e Taiwan, com 41.141 toneladas. Retomando o fio, a Abiquim situa as importações brasileiras de PVC em 406.974 toneladas em 2020 contra 421.027 em 2019. Para a Platt’s, foram desembarcadas no brasil 386.292 toneladas do polímero no último período, abaixo das 404.290 anteriores. Por seu turno, a consultoria Townsend fixa as importações brasileiras de PVC em 355.526 toneladas no ano passado. A lupa da Abiquim revela exportações de PVC nacional da ordem de 58.187 toneladas em 2020 e 45.468 em 2019.

De volta ao compartimento das poliolefinas, a Platt’s atesta que o Brasil importou 1.079.488 toneladas de PE em 2020 contra 936.931 em 2019. Quanto a PP, o país comprou no exterior 384.548 toneladas no ano passado, calcula a consultoria, ou 2% a mais do que em 2019. Já a Townsend projeta em 1.099.027 toneladas as importações brasileiras de PE (incluso EVA) e em 384.548 as de PP em 2020. Por seu turno, a Abiquim totaliza em 746.911 toneladas (fora EVA) as remessas de PE para cá em 2020 e em 511.771 toneladas em 2019. No tocante a PP, a entidade estima em 396.280 toneladas as importações de PP pelo Brasil no ano passado e em 390.623 o saldo anterior. De volta a PE, a Platt’s dimensiona em 278.919 toneladas as exportações para o Brasil da resina argentina, ali produzida pela Dow. No monitoramento da Abiquim, as importações brasileiras de PE argentino atingiriam 151.345 toneladas em 2020 versus 123.939 em 2019.

Dos volumes para os cifrões, o acompanhamento dos preços internacionais das resinas pela Platt’s espelha a alta que causou engasgo em transformadores mundo afora, em particular no país do real hiper depreciado. Assim, na semana de 20 a 27 de maio de 2020, a consultoria anotou as seguinte mediana das cotações em US$/t: PVC, 695 / 705; PEBDL, 600 / 720; PEBD, 720 / 750; PEAD para filme, 710 / 730: PP homo, 910 /930 e PP copolímero, 950/980. A semana de 30 de dezembro último a 6 de janeiro deste ano mostra o quanto a situação pretejou em US$/t: PVC, 1.645 /1.655; PEBDL, 1.190 / 1.210; PEBD, 1.540/1.560; PEAD para filme, 1.150 / 1.170; PP homo, 1.550 / 1.570 e PP copo, 1.590 / 1.610. Detalhe: na semana de 24 de junho a 1 de julho passado, tonelada de grades de PEAD para injeção e sopro eram cotados pelo Platt’s a, respectivamente, US$ 830 / 850 e US$ 850 / 870. Já na semana de 30 de dezembro último a 6 de janeiro de 2021 as cotações das mesmas resinas rondavam US$ 1.100 / 1.130 e US$ 1.290 / 1.310.

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