Cerveja: Corona tira shrink de multipack

Movimento iniciado na década passada por cervejarias europeias, insuflado pela devoção à economia circular, o banimento do filme shrink de multipacks da bebida dá as caras na América do Sul através da marca mais infelicitada pela pandemia: Corona. Integrante do portfólio da AB InBev, essa cerveja pale lager debuta este mês na Colômbia em lote piloto de 10.000 unidades de garrafas long necks em multipacks de papel cartão resultante da combinação da palha da cevada com fibras de madeira recicladas.

A campanha do lançamento sublinha a circularidade da embalagem assinalando a destinação da semente da cevada para a bebida e sua palha para o multipack para seis unidades. Até o final do ano, esse experimento da Corona ganha o mercado argentino e a AB InBev já cogita disseminar a inovação em escala global. Conforme divulga a controladora da Corona, a transformação de palha de cevada em fibra de papel utiliza 90% menos água em sua produção do que processos tradicionais de polpação de madeira virgem, além de usar menos energia e produtos químicos agressivos.

Na percepção da diretoria da Corona, trata-se de um caminho a seguir para eliminar a necessidade de matéria-prima virgem de sua cadeia de suprimentos. Uma vez concluído o projeto piloto, a AB InBev, cervejaria líder mundial, avaliará a transposição desse multipack a outras de suas marcas – entre elas, cervejas produzidas no Brasil como Brahma, Antarctica e Skol.

Além de alfinetar a circularidade do papel cartão convencional, ao salientar na campanha que o novo multipack contribui para reduzir o desmatamento, a inovação da Corona não desce nada redondo no segmento do filme shrink. Afinal bebidas como cerveja e refrigerantes compõem a veia jugular do consumo dessa película termoencolhível composta de blend de polietileno de baixa densidade em folgada participação majoritária e fração complementar de polietileno linear. P

ente fino da consultoria MaxiQuim para a Associação Brasileira da Indústria de Embalagens Plásticas Flexíveis (Abief), o consumo de filme shrink mobilizou 279.000 toneladas no ano passado, volume correspondente a 13% do mercado nacional de embalagens plásticas flexíveis, dimensionado em 2.088 milhões de toneladas no último período. Em outra segmentação, o levantamento estima que 200.000 toneladas de embalagens plásticas flexíveis, shrink incluso, foram destinadas a bebidas em 2020.

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