Resultado da diferença entre capacidade e demanda, o mega excedente mundial de PEs deve roçar o cume das 26 milhões de t/a entre 2024 e 2030, projeta o banco de dados da consultoria Icis. A reboque do inchaço na oferta da resina, assomam pesadelos como o colapso dos spreads petroquímicos (diferença entre preços da matéria-prima e do polímero) e as promessas de banimento mundo afora dos produtos de uso único, maior campo de PEs. O epicentro dos saltos na produção mundial da resina hoje passou para a Ásia, com China e Oriente Médio à frente. Neste bimestre inicial, duas correntes de investidores trombaram de frente no Oriente Médio. De um lado a Shell desanimou com as minguadas oportunidades de lucro sob super oferta global e caiu fora da rascunhada ideia de um integrado complexo de PE no Iraque, de mãos dadas com o governo local. O mesmo quadro, no entanto, não intimida a iniciada construção de empreendimento do mesmo calibre na região, a cargo da norte-americana Chevron Phillips Chemical (30%) com a petrolífera estatal Qatar Energy (70%). Orçado em US$ 4.4 bilhões já obtidos com financiamentos, o complexo envolve um complexo munido de cracker de etano da ordem de 2.08 milhões de t/a e duas plantas de PEAD com capacidade total de 1.680 milhão de t/a na cidade industrial de Ras Laffan.
Licenciado com tecnologia de PEAD loop slurry Mar Tech da Chevron, o complexo no Catar deve partir ao final de 2026, elevando então a capacidade petroquímica o país para 14 milhões de t/a, informa o site da Icis. No mesmo período, ambos os parceiros programam acionar nos EUA um complexo integrado como o do Catar no Texas, sob tutela da joint venture Golden Triangle Polymers. A propósito, Chevron e QatarEnergy já pilotam no país asiático as joint ventures Qatar Chemical Co., Qatar Chemical Company II e Ras Laffans Olefins Co.