< PreviousJunho/2018plásticos em revista39ESPECIALDACARTOCom meio século na ativa em com-postos vinílicos, a Dacarto hoje acumula capacidade instalada da ordem de 140.000 t/a em sua matriz em São Paulo e na filial baiana. Em seu estande, a empresa demonstra seu raio de ação em mercados encabeçados por fios e cabos, mangueiras, calçados e perfis rígidos.DIGITROL DYNISCOTransformadores de embalagens fle-xíveis de alimentos estão na alça de mira do lançamento da empresa de instrumentação industrial Digitrol. A vedete do estande é a nova série de robustos transdutores de pressão de polímeros Vertex. Medem a pressão de forma direta, sem estruturas mecânicas e fluidos de enchimento, re-sultando em maior rapidez na resposta e melhor controle para os sistemas de extru-são. A inovação-chave toma vulto na ponta do sensor, contemplada com revestimento diamantado DyMax, onde a pressão da massa é registrada por diafragma simples, mais espesso que contratipos disponíveis em outros sensores e fabricado em liga de níquel/cromo Inconel 178, de resistência à corrosão superior ao inox. Com garantia de quatro anos, o sensor Vertex exibe precisão por volta de 0.25% do fim de escala e é ofertado em faixas de 0-100 a 0-700 bar, com saídas de 3.33 mV/V ou 4-20mA e sensores de temperatura conjugados. Em complemento, abrilhanta o estande da empresa o plastômetro de extrusão LMI 5000, ajustado á regulamentação técnica internacional relativa à medição do índice de fluidez de polímeros e munido de novi-dades como display digital touch screen, software LAVASUIT para arquivamento e análise estatística de dados e, por fim, um sistema de gerenciamento de pesos passível de ser operado de forma segura e ergonômica. Outro chamariz do plastô-metro: a rotina especial de software que permite a correlação do índice de fluidez coma viscosidade intrínseca de PET. FEVAVoltada para filmes poliolefínicos, de PET e poliamida/polietileno, a flexográfica Evoluflex é o centro das atenções no es-tande da empresa. Permite o trabalho em velocidade máxima de 300 m/min com larguras a partir de 600 m em 6 a 8 cores e sobressai pelos sistemas eletrônicos para ajuste dos registros e troca de bobinas. A linha Evoluflex foi projetada com sistema de engrenagens, mas está preparada para facilmente ser transformada para o sistema sem engrenagem (gearless). Além disso, as suas guias lineares, com fixação dos mancais nas partes superior e inferior, reduzem as vibrações durante a impressão, trunfo para a qualidade final, e a rapidez no set up dessa flexográfica da Feva também é mérito do sistema de troca lateral da camisa anilox e do porta clichê (on board). Junho/2018plásticos em revista40INTERPLASTESPECIALGNEUSS Com pontos altos na degasagem e descontaminação, a extrusora MRS é a atração engatilhada pela alemã Gneuss para arrasar na Interplast. A máquina efetua o processamento direto de flocos de garrafas PET pós-consumo sem uso de pré-secagem ou cristalização. O material extrusado na forma de chapas tem passe livre dado pelas entidades regulatórias para contato em alimentos, através de embala-gens termoformadas. No mais, a empresa ressalta na feira as credenciais e seus filtros contínuos rotativos e sensores de pressão e temperatura de massa sem mercúrio.GOLDEN MAQImportadora de injetoras, a empresa joga luzes na feira sobre a máquina chinesa GEK 260WG/S, caracterizada pelo ciclo rápido, economia energética por obra de servomotor e geração mínima de ruído. Em exibição com robô, o modelo em questão, tal como todos da Golden Maq, dispõe de trunfos como unidade de fechamento com lubrificação automática, placas com rasgo T, regulagem automática de altura de molde por sistema planetário e abertura e fechamento em cinco etapas, com controle de velocidade e pressão. O sistema de comando possui painel de controle intera-tivo Techmation, em português, memória de armazenamento para 200 moldes e entrada USB.HECE Verbete brasileiro em termoforma-doras e linhas de corte e solda, a indústria destaca no estande a máquina automática HSC-1100-BL, de alta produtividade no trabalho com sacos de solda fundo.HERMANN ULTRASSOMAtuante em máquinas, sistemas e componentes para solda ultrassônica de termoplásticos, a empresa centra foco em seu estande em três frentes: a série Ultracell Dialong, a pistola manual HSG e um kit de demonstração do gerador de ultrassom Ultraplast AMG.IMMAC Uma injetora BS III de 260 toneladas e duas placas da chinesa Borche rouba a cena no estande dessa importadora de máquinas e periféricos. Os chamarizes do equipamento envolvem guias lineares de suporte, trunfo para precisão na injeção; sistema de extração na parte traseira da placa móvel, garantindo mais espaço e facilitando a troca de molde; colunas fixa-das na placa fixa, suportadas por buchas grafitadas sobre as guias lineares da placa móvel, e, por fim, a vantagem de o curso de abertura poder ser configurado baseado no processo do produto e não limitado pela estrutura de fechamento.IMPLASTIC/UWAY EXTRUSIONA empresa promove na Interplast a excelência de extrusoras de chapas e com-postos montadas na China com tecnologia norte-americana, dirigidas a altas tiragens e usuárias de dióxido de carbono como agente expansor. Junho/2018plásticos em revista41ESPECIALINBRA Fera em auxiliares para beneficiamen-to de PVC, a Inbra aproveita o mote da feira para lançar mais tipos de plastificantes da linha Inbraflex à base de ésteres de óleos vegetais epoxidados, além de turbinar o estande com novos estabilizantes térmicos base cálcio/zinco da série Plastabil.JONWAIA representação dessa grife chinesa de injetoras baixa na Interplast promo-vendo a nova série SEW, composta de equipamentos de 100 a 500 toneladas. Seu principal argumento de venda é o aumento da distância entre colunas e do tamanho das placas.JOSÉ RECHAgente de resinas e materiais au-xiliares, a empresa desfila no estande com destaques do mostruário de suas representadas. A mostra inclui aditivos es-tabilizantes vinílicos da Chemson; grades de PVC, dióxido de titânio, plastificantes e negro de fumo do mix da varejsta Coremal; poliéster insaturado da Reichhold; mate-riais para termofixos da RD International e carbonatos de cálcio da Lagos Química, Mocal e Mineração Ouro Branco.KARINAListada entre as principais compone-doras de PVC do país e forte em especia-lidades como masters coloridos, a Karina Junho/2018plásticos em revista42INTERPLASTESPECIALagita três novidades na Interplast. Na seara poliolefínica, o lançamento é o composto Karintox Eco contendo polietileno obtido de eteno resultante da rota renovável da alcoolquímica. Na série Karinprene, as estrelas são o composto TR, agregando elastômero termoplástico à base de co-polímeros em bloco estireno-butadieno estireno (SBS) e acenado para calçados, e o tipo TPE, também formulado com elastômero termoplástico e indicado para peças injetadas e extrusadas.MAIS POLÍMEROS Distribuidora de poliolefinas da Braskem, de poliestireno da Unigel e de copolímeros de acrilonitrila butadieno esti-reno (ABS) da Formosa, a empresa divulga na Interplast a entrada em campo de sua fi-lial em Caxias do Sul, na Serra Gaúcha. Em termos de materiais, o pódio das novidades é ocupado por três grades da Braskem. Em polipropileno (PP), as luzes do estande vão para o copolímero random de média fluidez DP 179ª, encaminhado para a injeção de utilidades domésticas. Na esfera de po-lietileno (PE), as atenções recaem sobre o tipo linear metalocênico Proxess 1509 XP, talhado para filmes laminados com barreira de melhores propriedades ópticas e resistência ao rasgo, e sobre o grade de alta densidade HD 3400U, focado no sopro de recipientes de agroquímicos.MULTI UNIÃO O ponto alto do estande dessa indús-tria de máquinas para a transformação é a linha de extrusão rígida com 35 mm de diâ-metro de rosca. recomendada para a produ-ção de artefatos como perfis, mangueiras, tubos corrugados e hastes de cotonete, além de prestar-se ao revestimento de fios e cabos. Dispõe de regulagem de altura, recurso que permite o acoplamento deste equipamento à outra máquina, participando assim do processo de coextrusão.NOVA PIRAMIDAL Formadora de opinião no varejo nacional dos plásticos e motor da profis-sionalização do seu setor, a distribuidora comandada por Wilson Cataldi e Amauri dos Santos (foto) é a agente da rede Braskem há mais tempo em atividade e um trem bala nas vendas de todas as bandeiras do seu portfólio. Na Interplast, o tapete vermelho para novidades é estendido no estande para os adesivos para filmes laminados da Henkel e para os grades de resinas micronizadas para rotomoldagem Icorene 3850 e 3933, ofertados em diversas cores pela componedora A.Schulman.PIOVAN Bússola global em periféricos com fábrica no Brasil, a italiana Piovan abre as cortinas na Interplast para a nova geração da sua série Quantum, constituída por compactos dosadores gravimétricos por batch, identificados pela perfeição na ho-mogeneidade, rapidez na troca de materiais e simplificação nas operações de limpeza. Imunes às vibrações das máquinas básicas de transformação, esses dosadores de capacidade proativa entre 70 e 800 kg/h garantem precisão da mistura, mesmo em trabalho sob condições críticas ao extremo. Outro ponto alto do estande: os novos chil-lers SLIM da Aquatech, condensados a ar ou água e com capacidades de até 85.000 kcal/h. Dispõem de circuitos frigoríficos independentes, condensadores microcanal e bombas de alto rendimento. PLASBOHNAtuante em injeção e extrusão rígida, a transformadora marca presença na feira realçando as vantagens de um trio de man-gueiras. Ente as flexíveis, destaque para Junho/2018plásticos em revista43ESPECIALQUALITERMONa ativa desde 1994 e à frente de um parque de injetoras de 35 a 320 toneladas, a curitibana Qualitermo expõe na Interplast seu poderio na produção de peças técnicas para os setores elétrico, eletroeletrônico, automotivo e de teleco-municações. Além da injeção sem e com insertos, a empresa dá conta, na esfera de processos auxiliares, de serviços de hot stamping, tampografia, soldagem ultrassônica e montagens industriais.RAXVerbete nacional em periféricos, a Rax promove na Interplast a excelência de um conjunto de dosador gravimétrico com alimentação automática.um tipo para alimentos e outro para solda (oxigênio e acetileno). A relação fecha com a mangueira PT 1000 para lavagem de veículos.PLASTIBRAS Sediada em Joinville, esta transfor-madora divulga na feira sua expertise e produtos termoformados por vacuum forming, processo para o qual dispõe de capacidade instalada da ordem de 80 t/mês.REMO POLÍMEROS Distribuidora de copolímeros estirênicos da sul-coreana LG Chem e componedora de plás-ticos de engenharia, a Remo enfatiza em seu es-tande grades de altíssimo e baixo brilho de ASA, a resina soft touch Remofeel e duas resinas difusoras de luz de LED: os tipos C e M da série Relux. Entre os mercados em vista, despontam autopeças, embalagens de cosméticos e o setor de iluminação.ROSCAN Em apenas cinco anos de estrada, a catarinense Roscan já conseguiu cadeira cativa no rol de fornecedores nacionais de roscas e cilindros para injetoras, soprados e extrusoras. Em paralelo, firma-se como fabricante de má-quinas básicas, assinado extrusoras monorrosca e de dupla rosca (paralela e cônica). Além de to-mar conhecimento desse Junho/2018plásticos em revista44INTERPLASTESPECIALknow how, os visitantes do estande têm a possibilidade de ficar a par de novidades como o aplicativo Roscan, disponível para Android. Permite ao usuário calcular o percentual de torque máximo admitido, usando algumas informações da extrusora, e o diâmetro mínimo requerido para o eixo da rosca, de modo a evitar o risco de cisalhamento dela.RULLI STANDARD Voltada para a fabricação de extruso-ras de filmes e chapas, a empresa divulga no estande nova verão de sua extrusora EF-2.½, bem mais fácil de ser montada, agilizando assim sua partida no transfor-mador de flexíveis. A capacidade do novo modelo, para trabalho com polietileno de alta densidade, é dimensionada em 200 kg/h e sua produtividade foi aguçada pela reformulação das roscas e anel de ar.SK USINAGEM SOLGIMA tiracolo de capacidade produtiva da ordem de 528 t/mês de ligas de cobre berílio, a empresa concentra os holofotes do estande no lançamento de uma empresa do seu grupo: a SC Berílio Metal.STAR SEIKI Verbete oriental em automação in-dustrial, a empresa destaca na Interplast os robôs da série EG-800, talhada para corresponder as expectativas do mercado de injeção em ciclo rápido e equipada com servomotor e controlador STEC-NCD livremente programável.STEINERT LATINO-AMERICANA Equipamentos de separação de mate-riais magnéticos e por sensores compõem o cardápio da empresa. Em seu estande, ela enfatiza as inovações das linhas Unisort Film e Unisort Blackeye. Os sensores óticos Unisort contam com avançada tecnologia de triagem por infravermelho, denominada High Spectral Imaging (HSI). Seu diferencial é a alta resolução espectral de câmera, afiançada como 16 vezes maior do que tecnologias convencionais concor-rentes. A tecnologia de triagem HSI aguça a precisão na separação de filmes e plásticos escuros/ pretos, atendidas respectivamente pelas tecnologias Unisor Film e Blackeye. TECK TRILCom mais de 20 anos de milhagem de vôo, a Teck Tril tem nome feito como fabricante de extrusoras. O mostruário da empresa, realçado no estande, apresenta linhas de mono e coextrusão (rígida e de laminados), troca-telas, bomba de engrenagem, feed block, flat die, calandra, unidade de aquecimento e resfriamento, esteira de resfriamento, puxador, guilhoti-na, mesa recolhedora e bobinador.TECNOSERVNa ativa desde 2004 em Joinville, esta indústria dedicada à usinagem de peças seriadas expõe na Interplast seu mostruário de porca calota, latão standard e latonados standard, luxo e super luxo.Junho/2018plásticos em revista45ESPECIALCentrada no setor metal mecânico, a indústria turbina seu estande com três lan-çamentos. Um deles é o sistema de câmara quente valvulado, recurso para reduzir a pressão de injeção, aliviar as tensões inter-nas da peça acabada e possibilita a injeção sequencial e produção de famílias de peças num mesmo molde. Opera com válvulas de acionamento automático com pressão da linha de 6 a 10 bar. Outra novidade na berlinda é o carro chefe para ferramentas de estampo de chapas, ofertado em vários mo-delos. No arremate, a Tecnoserv promove os méritos de suas placas de aço carbono com camada de 1,5 a 2 mm de espessura de aço sinterizado. Com vantagens como a vida útil de quatro a cinco vezes superior, essas placas substituem bronze grafitado na confecção de moldes de injeção e fer-ramentas de estampo. TERMOCOLORVeterana componedora paulista, a Termocolor elege como pivô do seu estande os masters e aditivos para o agronegócio. Com uma capacidade pro-dutiva projetada em 6.000 t/a, a empresa flerta com as oportunidades em flexíveis para estufas e mulching, silo bags e em equipamentos para criadouros de aves. No arremate, a empresa divulga na Interplast seu catálogo de cores para o período 2018-2019.THATHI POLÍMEROSReferência há mais de 30 anos no varejo de plásticos de engenharia e compostos no-bres, a empresa fundada por João Rodrigues (foto) enfeita sua vitrine na Interplast com seu portfólio de poliamidas 6 e 6.6, poliacetal e polibutileno teraftalato, de livre trânsito em componentes automotivos e demais peças técnicas. TOTAL PET Recicladora de sucata de garrafas de PET, a empresa ressalta na feira a qualidade de seu flake de poliéster super lavado. Ela recomenda o material para indústrias empenhadas em minimizar perdas no processo produtivo.TRIA Com foco em moinhos, a base bra-sileira dessa grife italiana de periféricos enaltece na Interplast o equipamento JM 4215. Com capacidade estimada em até 40 kg/h, este moinho é recomendado para trabalho ao pé de injetoras, triturando canais de injeção e refugos da produção.VTECH Agente no Brasil e Argentina da empresa alemã de medição óptica GOM, a Vtech aproveita a feira para divulgar o sistema automatizado Gom Atos Core. É indicado para a medição de pequenas peças e sua montagem exige apenas uma tomada de alimentação e conexão opcional com rede e sua operação também sobressai pela economia de tempo e energia.WITTMANN BATTENFELD Bússola global da vanguarda em injetoras, esta empresa austríaca recorre a um ímã para seu estande: a exibição da máquina multiuso e inteligente Smart Po-wer, de 180 toneladas e operação integrada com robôs, dosadores e sistema Insider, contando ainda com esteira integrada ao frame do equipamento. •Junho/2018plásticos em revista463 QUESTÕESAinda este ano a filial brasileira da Tederic, casa de força da China em injetoras, sai do escritório ad-ministrativo em Poá, Grande São Paulo, para um galpão na faixa de 5.000 m² na mesma região metropolitana. “Além da área de vendas e estoque de peças de repo-sição, teremos showroom e máquinas para pronta entrega”, antecipa Mário Bonando, diretor comercial da sucursal no país. As futuras instalações condizem com a en-vergadura alcançada nos últimos 15 anos pelo Brasil no atlas da Tederic que, encaixa o executivo, promete exibir na Feiplastic 2019 outra amostra do seu poderio: uma célula produtiva integrada por sua injetora e molde, robô e periféricos de parceiros tam-bém chineses. Nesta entrevista, Bonando comenta a ascensão de suas máquinas à margem da anemia econômica e assegura que, mesmo assim, as vendas de injetoras continuam a pipocar por aqui, embora em condições de pagamento hoje traçadas por quem encomenda os equipamentos. 1 Quantas injetoras Tederic rodam hoje no Brasil?Antes dos números, cabe uma explicação. A Tederic desembarcou no país entre 15 a 17 anos atrás, por meio de três fabricantes nacionais de máquinas, em condições financeiras a desejar. Eles compravam as injetoras e as rebatizavam para revendê-las com nome fantasia, eli-minando a marca original. A Tederic topou essa prática porque, fosse como fosse, estava faturando e entrando no mercado brasileiro. Como os vendedores eram indústrias idôneas, embora desinteressa-das de investir em ajustes da tecnologia à realidade local, e o transformador sempre esteve receptivo a novidades, os negócios fluíram a ponto de cerca de 150 injetoras terem sido entregues de 2002 a 2010. A essa altura, a Tederic acordou para o potencial do país e para a necessidade de vender máquinas de maior valor agregado e com a sua marca estampada. Decidiu então centralizar a comercialização numa distri-buidora, a BPS. Ela propôs àquelas três indústrias que continuassem comprando as injetoras que até então rebatizavam, mas a preço algo menor do que a própria BPS colocaria para os demais clientes na oferta de linhas com a marca original Tederic. Quando constataram que estavam perden-do vendas para a BPS, elas saíram do ne-gócio e a distribuidora então abriu caminho mostrando aos clientes que as injetoras que haviam adquirido eram na verdade da Tederic. Desse modo, somadas as vendas feitas pela BPS e antes dela, chega-se ao saldo de 800 máquinas colocadas. Perto de dois anos atrás, a Tederic resolveu cons-tituir filial comercial no Brasil, esquema que não interessou a BPS. Desse modo, mesmo sob a crise em vigor desde 2016, devemos ter vendido 130 máquinas até hoje, movimento bafejado, em especial, por dois fatores: a) condições melhores de pagamento, a exemplo de sinal de entrada mais acessível e financiamento por conta Investir também é pouparTransformador acorda para reduzir custos mediante compra de máquina nova, percebe diretor da Tederic BrasilMÁRIO BONANDOBonando: flexibilidade na concessão de crédito.Junho/2018plásticos em revista47da matriz da Tederic em vez de banco, e b) o atendimento a transformadores expelidos de marcas concorrentes de injetoras por suas políticas mais rígidas de concessão de crédito. 2 Devido à guerra comercial iniciada por Trump, surgiram restrições tarifárias à entrada de máquinas da China nos EUA. O mercado norte-americano é cliente top das 10.000 injetoras montadas anualmente pela Tederic. Como ela encara a possibilidade de explorar mais outros mercados para contrabalançar o eventual encolhimento das vendas aos EUA?A Tederic monitora as oportunidades em economias em crescimento como Índia, Emirados Árabes e Turquia, esta última possuidora de notório parque de injeção obsoleto. Este plano B ao risco Trump estende-se ao atual estudo para extrapolar o raio de ação da Tederic Brasil. Além do mercado interno, podem entrar no nosso radar os vizinhos Chile, Paraguai, Argentina e Colômbia. Para a matriz na China, afinal, é prioridade manter ou ampliar a produção de máquinas, mesmo que para tanto dependa de maior flexibilidade comercial para atuar em mercados emergentes. 3 A transformação brasileira de plás-tico grama em recessão há quase quatro anos, crise agravada pelas sequelas da greve dos caminhoneiros, Mário Bonando, diretor comercial da Tederic Brasil, reparte seu portfólio de injetoras em quatro cantões. “O mix de linhas elétricas cobre modelos de 128 a 380 toneladas; em ciclo rápido constam máquinas de 130 as 610 toneladas; nas versões de duas placas, as alternativas vão de 400 a 7.000 toneladas e, por fim, as injetoras de braçagem (fechamento de joelho) compreendem equipamentos de 60 a 700 toneladas”, alinha o porta-voz. É na última categoria, por sinal, que Bonando aponta seu carro-chefe. “Tratam-se de modelos de 300 a 600 toneladas, em sintonia com o segmento detentor de 75% das vendas de injetoras no Brasil: o reduto das máquinas de 200 a 500 toneladas”. Em paralelo, ele chama atenção para a procura crescente no Brasil por injetoras Tederic de duas placas com força de fechamento a partir de 1.000 toneladas”. TEDERIC: OS CARROS-CHEFE NO BRASILTederic: portfólio com quatro frentes de máquinas. alta dos combustíveis, disparada do dólar e em breve, pelo visto, virão os reflexos mundiais da guerra comercial de Trump. Como a Tederic encara as oportunidades para vender no Brasil com este cenário?O quadro está tomado por variáveis fora do nosso controle, deixando todo mundo no escuro. Mas, mesmo sob a incerteza atual, agravada também pela incógnita sobre o vencedor das próximas eleições, fique certo de que o mercado não está parado. Existe alguma demanda por injetoras, mas com uma troca de pa-péis: quem está ditando as condições de pagamento é o comprador e, para casos cujas condições exigidas para o negócio exigem mais lastro do fornecedor, a nossa matriz se predispõe a absorver o ônus para não deixar a venda escapar de sua filial. Vale notar ainda que, hoje em dia, não há um segmento específico de injeção mais empenhado em comprar máquinas; o interesse é geral. Ele é determinado não pela intenção de aumentar a produção, mas por reduzir custos, a exemplo do consu-mo de energia, mediante a renovação do parque industrial. Nem sempre, portanto, economizar trata-se de cortar; também pode significar investir. •Tederic: 10.000 máquinas montadas por ano na China. Junho/2018plásticos em revista48TENDÊNCIASRESINASMERCADOEm mais de 60 anos, sobra na memó-ria do plástico no país um bocado de momentos de choque e perple-xidade. Mas, mesmo diante deles, 2018 caminha para ficar como um período sem precedentes, por ter seu balanço deci-dido já no primeiro semestre – fala por si o corte pela metade alardeado em junho nas previsões originais de 2,5% a 3% de cres-cimento do PIB. As confiantes expectativas iniciais da cadeia plástica, embaladas num espasmo de retomada, num megaevento temático excitador de consumo, a Copa do Mundo, e na praxe de aquecimento da economia em ano eleitoral, foram levadas de roldão por uma tempestade perfeita. Junto com o nervosismo no comércio mundial, disparado pela metralhadora giratória de Trump, e com a subida das cotações do petróleo e derivados, pretejaram o céu do Brasil a bomba relógio da crise fiscal, a incerteza sobre o próximo presidente, a piora do déficit de um Estado quebrado, a consequente arrancada do dólar e, gota d’água para esfriar investimentos e otimismo, os 11 dias da greve dos caminhoneiros, entre o final de maio e início de junho, provo-cando forte queda da produção, aumento da ociosidade e da inflação e acúmulo de estoques indesejados. “2018 começou com de-manda aquecida de resinas no primeiro bimestre, mas, entre março e abril, o crescimento dimi-nuiu”, assinala Solange Stumpf, diretora da consultoria MaxiQuim. Esse ajuste, ela percebe, já traduzia a instabilidade econômica e política. “Maio começou razoavelmente bem, mas foi severamente abalado pela greve dos caminhoneiros”, prossegue a analista. “Esperávamos para o ano um aumento perto de 3% nas vendas de embalagens flexíveis, por exemplo. A partir de março, porém, já presenciávamos um comportamento muito oscilante do mercado, situação agravada pela parada do transporte rodoviário, e assim nossa previsão atualizada é de que o segmento amplie por volta de 2% em volume este ano”. Solange justifica a projeção de crescimento abaixo do esperado, mas, ainda assim, de alguma evolução, “porque a base de comparação é fraca, pois o país está saindo de uma recessão forte”, ela pondera. “Estimamos aumento médio de 3,6% no consumo aparente de resinas commodities em 2018 e o segundo semestre será mais vigoroso, com consumo 2,8% superior ao do primeiro”.A greve dos caminhoneiros afetou primeiro a produção do setor plástico, nota Solange, devido à falta de matérias-primas e insumos e às dificuldades de escoamento das entregas. “Acho difícil que a queda nas vendas de resinas em maio seja recuperada nos próximos meses, pois a maior parte da demanda de produtos transformados atrela-Parou no acostamentoO consumo de plásticos sentiu falta de combustível no primeiro semestre. Em todos os sentidos.Solange Stumpf: 15 dias de produção perdidos com a greve.Greve dos caminhoneiros.Next >