< PreviousJunho/2018plásticos em revista19Exxon Mobil, titã global em PE, forma na ala de quem tem uma visão algo diferente. “O filme manual ainda representa a maior parte da demanda”, ele julga. “O stretch automá-tico convencional também está bem estabelecido no país, mas a procura por tipos para envolvedoras de alta velocidade ainda encontra-se em estágio relativamente inicial e hoje eles são diri-gidos, em especial, à exportação”. Dunaway considera que, à medida que mais ênfase for colocada na esta-bilidade da carga e no custo unitário da embalagem, deverá crescer a demanda por tipos de stretch para linhas automá-ticas de embalamento mais rápido e por filmes manuais pré estira-dos e mais finos. “Na área onde predominava o filme manual convencional, ob-servamos a transição para o tipo pé-estirado manual, impulsionada pela redução de custo sem investimen-to”. Na esteira, o executivo comenta que a recessão brasileira não animou, nos últimos anos, as compras de envolvedoras. “Com o retorno do crescimento da economia e o aumento da capacidade produtiva”, ele condiciona, “o interesse na automação do embalamento será renovado, favorecendo o filme automático”. Na garupa da expansão em curso da capacidade de PEBDL da ExxonMobil nos EUA, Dunaway antevê um fornecimento estável para o Brasil de especialidades para a coextrusão de stretch. Entre os destaques, ele distingue a resina Ex-ceed 3518, recomendada em especial para stretch automático. “Marca pela excelência no alongamento e resistência a impacto e perfuração, abrindo oportu-nidades para a redução de espessura”, salienta o conhecedor. No embalo, o gerente assinala que Exceed 3812, gra-de de densidade muito baixa, aumenta a resistência à punctura em alta razão de estiramento, qualificando o material para o envolvimento em alta velocidade e tensão, contribuindo para a estabilidade da carga paletizada. Outra joia da coroa da ExxonMobil é o grade Enable 2010, enaltecido pelo equilíbrio entre o processamento e as propriedades mecânicas do filme. “Sua combinação coma a resina Exceed 3518 Dunaway: transição do stretch manual convencional para o pré-estirado manual.Junho/2018plásticos em revista20VISORconfere ao stretch automático aumento da força de retenção, possibilitando a dimi-nuição de sua parede”, acena Dunaway. Na raia do filme manual, ele atesta que a conjugação de Enable com PEBDL ZN C4 viabiliza a coextrusão de filmes ultra finos. “Enable também pode ser aplicado na camada antiaderente do stretch, para facilitar o desenrolamento do filme”, adiciona o executivo. Dunaway sustenta que suas resinas Vistamaxx 6202 e 6102 constituem a solução para cling mais econômica da praça. “Em baixa dosagem e na mistura 4-8% com o PEBDL ZN C4, esses materiais pro-porcionam uma pega de alta qualidade”, assegura o especialista. Ainda na quadra da série Vistamaxx, Dunaway exalta os atri-butos do tipo 6000 para stretch. “Foi projetado para uso na camada funcional de filmes automáticos top de linha, primando pela excelência na resistência na propagação de rasgos, na força de retenção e elasticidade, mesmo na produção de filmes finos”, ele esclarece.RENTABILIDADE DO PROCESSONa voz corrente na praça, o mercado brasileiro de stretch é um superofertado reduto commodity, com incidência de informalidade, alta competição e baixa condição para se buscar maior valor agre-gado. “Mas mesmo dentro dessa visão geral, há espaço para a venda de valor dentro da necessidade buscada pelos clientes”, contrapõe Roberto Castilho, gerente comercial para o Brasil e Argen-tina da componedora norte-americana A.Schulman, com planta no país. “Por exemplo, masters auxiliares de fluxo e antioxidantes que diminuam a frequência de paradas de máquina para limpeza ou o concentrado branco com estabilização UV e resistente a pesticidas.Castilho reitera que seu master auxiliar de flu-xo e antioxidante N02816 acena para o transforma-dor de strertch com econo-mia energética de até 12% e até 30% de ganho de produtividade. “Também melhora a qualidade do filme quanto ao perfil de espessura e por evitar a for-mação de anomalias como riscos e pontos negros”, complementa o técnico, elegendo o produto como seu carro-chefe no mercado de stretch. Para a função de aderência (cling), a pedida da Schulman é o concen-trado com agente de pega TAC 100 e, para proteção de cargas como feno, o especialista aponta dois masters brancos com estabilização UV da família Polywhite: 8360 UV e 60 PUV, este resistente a pesticidas. FOCO NO CUSTO/BENEFÍCIONa carteira da brasi-leira Cromex, o mercado de stretch é o quintal de dois auxiliares, delimita o diretor de vendas Cesar Ortega. “O auxiliar de fluxo PE-AX 13279 garante mais velocidade à coextrusão, redução na formação de géis e no die build-up, di-minuindo assim o número de paradas para limpar a matriz”. O outro ás que a Cromex tira da manga é o antio-xidante PE-AO 5080. “Deve ser usado em paradas de máquinas por longos perí-odos, evitando-se assim a degradação polimérica e a formação de géis”, realça o diretor.Se o requisito referir--se à vida útil do filme esti-rável, a pedida da Cromex é o aditivo antiestático PE-AE 50026. “Evita a deposi-ção de pó sobre o palete, resguardando o visual da carga”, explica Ortega. Também tem boa acolhida no setor de stretch, ele indica, o estabilizante PE-UV 1359, por ajudar a preservar a mercadoria da degradação causada pela radiação UV sobre paletes estocados ao ar livre por muito tempo. No âmbito da pigmentação, o diretor da Cromex elege como os materiais mais vendidos para stretch os masters pretos PE-BA 170 e PE-PR 14926. “Não inter-ferem nas propriedades de aderência”, ele atesta. Na trincheira da Termocolor, outro dínamo nacional em especialidades plásticas, o gerente comercial Wagner Luiz Catrasta assedia o mercado de stretch com um misto quente de adi-tivos. “O carro-chefe para esse filme é o agente an-tiestático para eliminação de pó, mas o segmento também procura nosso antioxidante para casos de utilização de aparas e alguns transformadores também requerem aditivos anti UV”, observa o espe-cialista. •STRETCH / PE & AUXILIARESOrtega: auxiliares de fluxo e antioxidante para diminuir paradas para limpeza de máquina.Catrasta: aditivo antiestático é o carro-chefe da Termocolor para stretch. Castilho: masters da A.Schulman geram ganhos de produtividade em stretch.Junho/2018plásticos em revista22OPORTUNIDADESQuem diria, o milenar gesso está na reta para acabar enges-sado num de seus mercados mais cativos e ime-moriais: a modelagem artesanal de arcadas dentárias. Os pro-téticos já sentem este pisão no calo dado pela sondagem em curso da impressão de plástico em 3D, ofensiva desatada no Brasil pela Monster, fabricante de filamentos para a chamada manufatura aditiva e uma divisão da transformadora de injeção Companhia Brasileira de Embalagens (CBE). “A saída para quem produz modelos de gesso é migrar para a impressão 3D e prestar serviços às clínicas dentárias que não desejam ter o equipa-mento”, sustenta Klaus Gargitter, chefe de operações da Monster. “Nem todas elas estão dispostas a investir na impressora e em pessoal treinado para operá-las, pois o processo de utilização não é simples”. Na realidade, ele reitera, ainda são bem poucas as clínicas radiológicas dotadas de impressoras 3D, discrição justificada pelo fato de a tecnologia ainda engatinhar por aqui. “Estimo que apenas 1% delas já opere com fluxo digital e, motivados por entrar no ramo nesse estágio embrionário, estamos desenvolvendo mate-riais para o segmento. O futuro é promissor”.A viga-mestra da pros-peção iniciada sem alarde pela Monster, pondera o dirigente, é colocar a tecnologia digital a favor da evolução da odontolo-gia. “Os métodos de avaliação e diagnóstico migram com rapidez para o fluxo digital, com uso de scanners intra-orais”, ele esclarece. A impressão 3D reluz nesta van-guarda mediante o emprego de filamentos (FDM) com o intuito exclusivo da produção de modelos ortodônticos para estudo, quintal histórico do gesso. Como trata--se de aplicação na qual os mate-riais não entram em contato com o paciente, frisa Gar-gitter, a tecnologia FDM prescinde de credenciamento de órgãos regulatórios como a Agência de Vigilância Sanitá-ria (Anvisa). Boca livre, portanto, para os filamentos. No fluxo tradicional, explica Gargitter, o dentista esculpe dentes em cerca de 22 minutos trabalhando com moldeira e massa (alginato). “Uma vez retirado da moldeira, o molde segue para a produção dos modelos de gesso, etapa que, se bem sucedida, demora em torno de dois dias. “Compreende desde a formulação do gesso à secagem”, diz. Para engrossar o caldo, entre o envio do molde e o retorno do mo-delo em gesso pode levar uma semana. “O custo desse processo ronda R$ 25,00 por boca, computando-se o tempo e os gastos com a moldeira, alginato e da versão em gesso”, estima o técnico. Em contraste, o tempo cai de forma drástica quando o scanner intra-oral é ligado. “O escanea-Filamento bom de bocaImpressão 3D prepara aposentadoria do gesso na modelagem de arcadas dentáriasMONSTERScanner intra-oral: geração de arquivo para impressão 3D do modelo ortodôntico. Gargitter: migração inescapável do gesso para impressão 3D.Junho/2018plásticos em revista23mento de um paciente fica na faixa padrão de sete minutos e gera um arquivo STL adequado à impressão 3D”, situa Gargitter. “Para a produ-ção do modelo ortodôntico, o arquivo passa pelo processo de colocação da base e nome do paciente, etapa realizada em 12 horas em média, inclusa a geração do gcode para impressão”. Uma boca requer, em média, três ho-ras para ser impressa, conforme o tamanho da arcada e qualidade da impressora e do filamento empregados. “Em dois dias, é possível ter o modelo impresso pronto, por R$ 22,00 cada boca no caso de a clínica dispor de impressora”, projeta Gargitter. “Quanto às clínicas que terceirizam a impressão 3D, o trabalho pelo fluxo digi-tal resulta em economia logística, pois a arcada resultante dos filamentos é muito mais leve que a de gesso”. Em geral, ele nota, dentistas não possuem o scanner intra-oral por carecerem de volume de trabalho suficiente para justificar a compra e manutenção dessa ferramenta, razão pela qual as clínicas radiológicas centralizam, com sua estrutura adequada e investimen-tos em equipamentos de ponta, a oferta deste escaneamento. “O scanner intra-oral é muito mais preciso que a moldagem com massa e, no processo tradicional, o molde corre risco de deformar durante a retirada da boca do paciente”, compara Gargitter.A Monster ainda não deparou com concorrência importada para seus fila-mentos em modelos ortodônticos, por tratar-se de aplicação ainda recente por aqui, entende Gargitter. E são complexas as entrelinhas do filamento adequado. “Ele deve ter baixa variação dimensional, para a arcada não apresentar variações ao longo da impressão, e exige-se para o material do filamento um bom contraste, para o dentista visualizar os detalhes dos dentes, e um comportamento reológico apto para altas velocidades de impressão. Ou seja, assegurar a manutenção do extrusado no diâmetro do bico, com baixo inchamento. Caso o material impresso não corresponda, surgirão problemas como rachaduras, por falta de adesão entre as camadas”. A Monster desenvolveu uma formulação cumpridora à risca de todos esses requi-sitos. “Nosso filamento é um composto de copolímero de acrilonitrila butadieno estireno (ABS) e cerâmica, comercializado sob o nome ABS Premium Marfim, bem mais resistente à queda que o gesso”, garante o chefe de operações da empresa e guitarrista de heavy metal nas horas vagas. “Ainda estamos trabalhando na me-lhoria desse composto, mas ele já mostra excelente comportamento na impressão a 180 mm/s”. Um desempenho para deixar qualquer gesso com dor de dente. •Arcada: impressão em 3 horas e modelo pronto em 2 dias.Junho/2018plásticos em revista24OPORTUNIDADESDe certa forma, a globalização lembra os moldes para injeção: há muitas cavidades para ne-gócios acontecerem com alta fluidez, mesmo em ambientes sujeitos a turbulências do câmbio e barreiras tarifárias e logísticas. Foi esta a percepção da matri-zaria norte-americana R/D Leverage ao se debruçar sobre as oportunidades imersas nos mercados de embalagens no Brasil e confrontá-las com tudo o que se sabe para desanimar um importador. Com o lastro de quem já militou no setor plástico daqui, Michael Warkentien, diretor responsável pela América Latina da empresa sediada há 42 anos no estado de Missouri, resolveu bater de trivela para o gol, articulando par-ceria com dois trens bala em moldes do sul do Brasil: a ferramenta-ria paranaense Artis Matriz e a catarinen-se Btomec. “Fornecemos moldes para a maioria das empresas múltis e muitas delas têm filial ou ações conjuntas com indústrias no Brasil e restante da América do Sul”, expõe o executivo fluente em porfuguês. “Nosso foco principal é traba-lhar com os parceiros selecionados para poderem crescer e se diferenciar na região. Os moldes da Btomec e Artis Matriz são de alta qualidade e formam um pacote completo com tampas e frascos com as ferramentas da R/D Leverage”.Na prática, a meta é a montagem final de moldes no país, concebidos por engenha-ria da R/D Leverage, esta também incumbida de remeter determinados componentes para Btomec e Artis Matriz concluírem seus en-cargos. Em circunstâncias extremas, caso de pressão para cumprimento de prazos aperta-dos de entrega, moldes poderão ser trazidos prontos da planta nos EUA. “A R/D Leverage dedica-se a moldes de alta performance, produtividade e duração e nem sempre são os mais baratos”, admite Warkentien. “Mas para quem aprecia o custo/benefício somos bem competitivos”. Uma referência recente do know how da empresa é sua assinatura no molde de pré-formas pelo qual um titã norte-americano de bebidas, Dr Pepper Snapple Group, trocou a icônica garrafa Gol de três dedosTriangulação de matrizarias vai agitar o mercado de moldes para injeçãoMOLDESWarkentien: peças de tolerância apertada virão dos EUA para moldes montados no Brasil.Nunes: projetos customizados de moldes para grandes tiragens. Tiergarten: moldes para ISBM e IBM vendidos pela Btomec. R/D Leverage: moldes de alta produtividade e vida útil.Junho/2018plásticos em revista26OPORTUNIDADESde vidro da linha Snapple de chá premium e sucos pelo contratipo de PET de elevada espessura e tampa metálica que manteve o clássico e sedutor som “pop!” ao ser aberto.“Para moldes de pré-formas”, retoma o fio Warkentien, “iniciaremos o trabalho no Brasil com versões de 1 a 96 cavidades junto à Artis Matriz e incorporaremos nossas câmaras quentes nas matrizes de até 48 cavidades”. Além disso, insere o diretor, a R/D Leverage vai fornecer o ferramental do robô de extração das pré-formas. “Também ofertaremos modificações de moldes exis-tentes, como ‘restacking’”, ele acena. Na raia da Btomec, delimita Warken-tien, a parceria tomará corpo com a confec-ção de moldes para injeção, estiramento e sopro (ISBM) e injeção/sopro (IBM). “Para estes processos, também produzimos a patenteada câmara quente Gêneses”, ele completa. Quanto aos elementos de moldes cuja remessa dos EUA para cá está em cogitação, o diretor explica tratarem-se de peças dotadas de tolerâncias bem apertadas. “Nossos parceiros têm condições de manter as medidas exigidas, mas a R/D Leverage dispõe de processos e equipamentos dedicados ao fornecimento desses com-ponentes com alta eficiência e qualidade”, justifica o diretor. “Além do mais, este compartilhamento de tarefas não só evitará que sobrecarreguemos os dois parceiros, sem afetar portanto as entregas dos moldes, e constitui uma forma de reagirmos com rapidez ao momento econômico do Brasil, seja positivo ou negativo”. Conforme reitera, os moldes montados aqui terão trunfos bem atraentes. “Para cada projeto há requisitos específicos que impactam as vantagens para cima ou para baixo e a Artis Matriz e a Btomec monitorarão essa situação, pois estão mais próximos da conjuntura do país”.Fabiano Nunes, gerente de vendas e marketing da curitibana Artis Matriz, esfrega as mãos diante das perspectivas abertas pela aliança com a R/D Leverage. “Já atuamos em muitos mercados de embalagens em vistas, a exemplo da construção de moldes para injeção de tampas destinadas a indús-trias de cosméticos, cuidados pessoais e alimentícia”, ele alinha, encaixando como atestados de excelência a participação da empresa como expositora na Interplast e um complexo molde de 24 cavidades para tampas flip top para a grife gaúcha de confeitos Docile. “Com a parceria da R/D Leverage, poderemos oferecer uma solução completa para tampas e frascos”.O acordo firmado pela Artis Matriz com a ferramentaria de Missouri, confirma Nunes, refere-se à montagem e suporte técnico no âmbito de moldes de pré-formas, em complemento, as câmaras quentes e a automação da extração por robôs providas pela R/D Leverage. “A parceria não se limita a um serviço que prestamos”, frisa o exe-cutivo. “Nosso trabalho está balizado pelo comprometimento e compartilhamento das informações em projetos customizados. Afi-nal, estamos falando de moldes ‘Class SPI 101’, para produções acima de um milhão de ciclos”. Em paralelo, Nunes encara como um caminho rumo à transição de tecnologia o fato de a R/D Leverage despachar para cá determinadas peças das matrizes em construção. “Ela dispõe de um sistema muito eficaz de manufatura de componentes críticos dos moldes”, ele reconhece. Quanto à competitividade nos preços, Nunes brande aos clientes a vantajosa possibilidade da compra em reais e o acesso a linhas de crédito como as da Finame. Transações em moeda local, isenção ou redução de taxas de importação e o atrativo do pacote completo – moldes para tampas e frascos – traduzem nessa parceria um jogo de ganha ganha para as matrizarias e clientes, interpreta Wiland Tiergarten, CEO da Btomec. A seu ver, a junção de forças com a R/D Leverage converge para um trabalho conjunto e através do qual os mol-des montados na planta-sede em Joinville serão comprados diretamente da Btomec. “Nesta fase incial do acordo, nosso objetivo primordial é a construção de moldes para ISBM e IBM para frascos. “Podem ser de grande ou pequeno porte e, em geral, são desenhados para máxima cavitação, em prol da otimização do processo de injeção”, comenta Tiergarten.O portfólio construído em mais de 33 anos de estrada pela Btomec explica muito da sua seleção pela R/D Leverage. Tiergarten evidencia este status com a confecção de moldes para injeção bi e tricomponente, para paredes finas, para aplições nos setores médico-hospitalar e de higiene bucal e, para não alongar o menu, tampas para embala-gens de cosméticos, produtos de limpeza, alimentos, bebidas e fármacos. “Os projetos de moldes com a R/D Leverage marcam por peculiaridades que exigirão análises a quatro mãos para determinar o que trará mais be-nefícios ao cliente final”, arremata o CEO. • MOLDESArtis Matriz: molde de 24 cavidades para injeção de tampas flip top.Junho/2018plásticos em revista28SENSORAntes mesmo da lar-gada da piora da economia, ao final de 2014, o segmento brasileiro de poliprolileno biorientado (BOPP) arfava sob o descompasso entre a atual capacidade instalada, da ordem de 210.000 t/a e o consumo estabilizado na ór-bita de 140-150.000 t/a e com participação relevante de bobinas importadas. Mas tudo passa, crises inclusas, e o negócio desse filme imperador em embalagens que vão de massas e biscoitos a chocolates e snacks continua com muito espaço a descoberto no país. Com esse voto de confiança, a Geribá Investimentos, fundo privado até então à margem do setor plástico, formalizou em novembro último a compra da Polo Films, indústria de BOPP posta à venda pelo Grupo Unigel sob pressão de seu endividamento. Com a transação, o fundo assume o leme da fábrica há 18 anos em operação na gaúcha Montenegro e com potencial para gerar 78.000 t/a de BOPP a cargo de três linhas da alemã Brückner. Nesta entrevista, Paulo Figueiredo, sócio fundador da Geribá, deixa claro que o saneamento financeiro da Polo é página virada e o desbravamento de aplicações do filme em embalagens de maior valor agregado está na ordem do dia do novo modelo de gestão. PR – Qual a motivação da Geribá para adquirir uma indústria ligada ao setor plástico, pelo qual o fundo nunca transitou? Entendemos que a Polo era uma oportunidade única, por se tratar de uma empresa bem estru-turada com produtos de qualidade reconhecida e parque fabril mo-derno. Com uma gestão renovada, poderia ter resultados bem mais atrativos, até porque o grupo a quem pertencia não tinha foco em BOPP. A Geribá já tem experiência com aquisições de subsidiárias non-core, por exemplo na aquisição da Iqara Energy (depois Ecogen do Brasil) do grupo BG. A Polo estava à venda há anos, efeito do endividamento da Unigel. Nesse ínterim, não atraiu concorrentes nem investidores de outros segmentos de flexíveis plásticos. Quais os atrativos e oportunidades enxer-gados pela Geribá que passaram batido, pelo visto, aos olhos de quem milita há bom tempo no ramo?De fato, a Polo era, sim, enxergada por vários potenciais investidores como um investimento muito atrativo. No entanto, a Unigel não estava preparada para vender a empresa que fazia parte do seu grupo por mais de duas décadas. Na realidade, foi o agravamento recente da situação financeira da Unigel que fez com que tivéssemos a oportunidade de estruturar esta operação e efetivar a aquisição tentada no passado por vários competidores. Qual o montante investido pela Geribá na Polo e em quanto tempo antevê o retorno do capital aplicado?Além do investimento de cerca de R$ 80 milhões no capital de giro da empresa, a Geribá reestruturou as dívidas com os principais credores, estendendo o prazo para saldá-las para 10 anos – aliás, um prazo nada habitual nesse tipo de operação envolvendo indústrias no Brasil. Vencida essa etapa, podemos assegurar que as finanças da Polo estão hoje bem estruturadas. Quanto ao retorno do capital, a Geribá tem uma visão de longo prazo e estamos melhorando a perfor-mance da empresa para garantir este retorno. Quais as principais mudanças que a Geribá está implantando na gestão da Polo?O modelo de gestão da Geribá tem alguns valores fundamentais, tais como agilidade e transparência, baixa hierarquia e foco em pessoas, no cliente e em resultados. Um diferencial importante será o foco e acompanhamento dos acionistas, lado a lado com a diretoria, do dia a dia do negócio. A Polo já mudou seu escritório em São Paulo para ficar contígua à sede da Geribá e as equipes trabalham em conjunto. Nós já en-contrávamos os mesmos valores em muitos A nova orientação do filmeGeribá Investimentos injeta sangue novo na Polo FilmsBOPPFigueiredo: finanças da Polo estão saneadas.Next >