< PreviousAbril/2018plásticos em revista30ESPECIALNesses tempos em que baixar a lenha no plástico virou esporte mundial, nada como silenciar a ira ecooxiita com um divisor de águas traçado pelo material em proveito da humanidade. Ao substituir o vidro, nos anos 1950, o filme de polietileno de baixa densidade acendeu o rastilho do cultivo protegido ao sul do Equador. Se na Europa a proposta chave era proteger viveiros do frio, aqui nos trópicos os agrofilmes se impuseram em hortifrútis, legumes e mudas ornamentais como solução contra a luminosidade excessiva, pragas, doenças e intempéries. Entre estas, chuva demais, corriqueira em grande naco do Brasil, é um serial killer para a quantidade e qualidade física e organoléptica das hortaliças em campo aberto. Por sua vez, o controle de pragas e insetos invasores tem funcionado como argumento de venda para filme de recobrimento do solo (mulching). Afinal, ele barra essas espécies impedindo a passagem da luz solar, diminui as varia-ções térmicas no ambiente protegido e contribuem para o agricultor poupar água, herbicida e mão de obra.“Se comparado ao seu potencial, o volume de plástico na agricultura brasileira ainda é pequeno, mas cresce a cada ano”, concordam Ana Paiva e Marcial Cesar Vieira, respectivamente especialis-ta de desenvolvimento de mercado/plataforma agro e engenheiro de aplicação da Braskem, único produtor de poliolefinas do país. No ano passado, eles distinguem, chamou a atenção a demanda por stretch para envelopar fardos de silagem pré-secada e o cresci-mento nas vendas de silo bolsa, projetadas pelos dois técnicos em torno de 100.000 unidades em 2017. A propósito, Ana e Viei-ra discordam da visão, bem disseminada no meio rural, do silo bolsa como opção paliativa para o já crônico déficit nacional de silos estáticos para estocagem de grãos. “Trata-se de uma solução complementar ao armazém tradicional e seu espaço está assegurado tanto para atenuar a carência de silos estacionários como apara viabilizar ao agricultor a segregação de lotes específicos de grãos”, eles frisam. Na mesma pegada, a dupla contesta críticas noticiadas de produtores de grãos à resistência do silo bolsa ao ataque de animais. “Tratam-se de problemas pontuais de alguns usuários que não atentaram para as orientações de manejo fornecidas pelos fabricantes do silo bolsa. No mais, se essa falha fosse generalizada, as vendas do produto não atingiriam o expressivo volume atual.”Na raia do filmes de cobertura, pondera o en-genheiro de aplicação, a Braskem tem se esmerado em blends de polietilenos de baixa densidade (PEBD) e linear (PEBDL).Vieira exemplifica a resistência mecânica e estabilidade no processamento dada pela resina TX7001 a filmes de grandes dimensões, colaborando ainda na passa-gem e distribuição da radiação solar no interior da estufa. “Combinados com esta resina, os grades lineares metalocênicos das séries Proxess e Flexus ampliam a resistência mecânica do filme”, encaixa Vieira. Ainda para estufas, ele acena com o lançamento do grade linear Proxess 1809, diferenciado pela resistência à perfuração e rasgadura e pela alta transparência man-tida em espessuras maiores. O mostruário de avanços se completa com TN 2005 e TN 2006, duas resinas de copolímero de eteno acetato de vinila (EVA) indicadas para aplicações de cunho específico no Chove na hortaNova safra de avanços nas resinas semeia ganhos para o cultivo protegido AGROFILMES/POLIETILENOAna Paiva: stretch em alta na silagem pré-secada.Abril/2018plásticos em revista31ESPECIALcultivo protegido e cujo chamariz é o espalhamento de luz no interior da estufa. Para silos bolsa, uma boa pedida é o tipo de polietileno de alta densidade HE 150, devido ao balanço oferecido entre rigidez e resistência ao rasgo.COMBO DE ATRIBUTOS“Os ganhos em produtividade na colheita explicam a busca crescente, pelo mercado de estufas e mulch, por filmes de desempenho superior em resistência, propriedades ópticas e vida útil”, pon-dera Guilherme Neves, desenvolvedor de mercados para a América Latina da ExxonMobil, dína-mo global em polietilenos. Na esfera dos polímeros de alto desempenho, recomenda para agrofilmes as resinas Enable™, escoradas no atra-tivo da redução da espessura sem detrimento da perfor-mance mecânica, e, na série Exceed XP™, os tipos 6026 e 6056, distintos pela exce-lência na processabilidade, e os grades 8358 e 8656, cujo trunfo plus são as propriedades físicas. No geral, ele sumariza, as linhas Exceed XP™ vitaminam os agrofilmes com um combo de diferen-ciais: resistência mecânica, características ópticas, durabilidade e a produção em paredes mais finas. Para regiões mais frias, como o Sul, Neves põe no balcão suas resinas de EVA Ultra ™. “Possuem teor de acetato vinila superior ao das usuais referências de EVA na praça, proporcionando assim melhor isolamento térmico ao absorver radiação solar e evitar perda de aquecimento na estufa durante a noite”. A escalada nas vendas brasileiras de silo bolsa também não passa em branco aos olhos da ExxonMobil. “Desenvolvemos soluções com Enable™, Exceed XP™ e XPTM™ a esse sistema de estocagem balizadas na economia de PEBD no blend, redução de espessura do filme e proprie-dades mecânicas a exemplo da resistência a rasgadura e punctura e recursos que facilitem a dobra da bolsa”. Neves nota que, ao longo de anos, o mais promovido atributo do silo bolsa foi a resistência ao rasgo e a tecnologia da ExxonMobil lapidou não só esta, mas outras frentes do desempenho do sistema de estocagem de grãos. “Com polímeros de ponta, em particular a série Exceed XP™ desenvolvemos soluções contra intempéries como granizo e para impedir a penetração no silo bolsa de roedores, insetos e pássaros”. Neves: resinas incrementam produtividade no cultivo protegido.Silo bolsa: solução complementar ao armazém de grãos tradicional.Abril/2018plásticos em revista32ESPECIALEmbora agrupados sob o guarda-chuva do cul-tivo protegido, estufas, mulching e sistemas de silagem não compartilham as mesmas frentes para concen-trados e aditivos fertilizarem a excelência dos agrofilmes. “O trabalho em estufas requer filtros estabilizadores de radiação ultra violeta (UV), assim como filtros de raios infravermelhos (IV), em favor dos ganhos de produtividade no viveiro proporcionados pelo controle do ambien-te interno”, distingue Roberto Castilho, gerente comercial para masterbatches no Brasil e Argentina da componedora norte--americana A.Schulman. “No mais, estufas demandam soluções para ampliar a resis-tência a defensivos, master antifogging e, para evitar bloqueio de luz, concentrados anti poeira e anti algas e fungos”. Em mulching, ele prossegue, reina a busca de filmes que melhorem a cobertura com teor mínimo de master e resistam mais à ação de agroquímicos. Por fim, fecha Castilho, o aumento da vida útil tem dado o tom dos desenvolvimentos de auxiliares para filmes coextrusados de polietilenos para silo bolsa.Todos esses quesitos pai-ram sobre as novidades no balcão da Schulman para o cul-tivo protegido. Para mulching, Castilho acena com o master branco Polywhite MTB 8757 e preto Poliblak MTB 7275 à base de resinas e destinados às ativi-dade em solos compostáveis. Mulching, por sinal, é o palco do carro-chefe mundial da Schul-man para agrofilmes. “O master Polyblak 1423 não contém enxofre e aumenta a re-sisitência às intempéries das coberturas do solo”, descreve o especialista, “por possuir partículas de 19 nm de negro de fumo, reduz o teor de aplicação necessário para se atingir determinada cobertura ou opacidade”. Na raia do silo bolsa e stretch para envelopar silo de feno pré-secado, insere o gerente comercial, sai bem no Brasil o master Polybatch 8360, na garupa de atrativos como resistência às intempéries e pesticidas. “O concentrado acompanha o prazo meio de vida útil do stretch para silagem de feno, que pode ficar em campo aberto por até um ano”. No âmbito dos filmes para estufas, o gerente comparece com três concentrados de efeitos especiais da série Polybatch:o tipo AD 20 evita o acúmulo de pó; o master PNOVA AZ PE previne contra a formação de algas e fungos e, por fim, o concen-trado AF G11 consta de um antifogging de longa duração. “Evita danos ao cultivo por queimaduras do sol, devido à formação de gostas no interior da estufa”, explica Castilho.O imperativo da resistência dos agrofilmes a pesticidas, assinala o ge-rente, expeliu do pipeline da Schulman dois grades recentes da série Polybatch: os tipos LLUVS 44x e SACT 74 (vida útil de três anos), respectivamente evitam a degradação de mulching e estufas à exposição térmica e luz UV. Por seu turno, o controle térmico no interior da estufa é o ponto alto de duas novidades da mesma série Polybatch. Casti-lho esclarece que o master IR 2994 é indicado, em particular para regiões frias, "pois reduz o gradiente de temperatura entre dia e noite". Já o tipo NIR 4261 limita o aumento de temperatura no ambiente do cultivo,diminuindo o stress AGROFILMES/MASTERS & ADITIVOSPara estufar a colheitaNovas especialidades fertilizam os viveiros de plantasCastilho: Schulman aguça resistência dos filmes a pesticidas.Catrasta: lançamentos norteados por mapeamento do agronegócio. Abril/2018plásticos em revista33ESPECIALda planta e restringindo a evaporação da água”, ele finaliza. PRETO MAIS QUE DEMAISO master blindado contra defensivos também merece pedestal entre as espe-cialidades da Cromex para agrofilmes. “Sua formulação contém um aditivo para garantir a vida útil dos filmes em contato com pesticidas que entram em reação com a molécula do estabilizante UV, protegendo da degradação a cadeia polimérica”, expõe Giovanni Dias, especialista em projetos e produtos da veterana componedora nacional. Seu portfólio faz o cerco ao agronegócio com masters brancos, pretos e de aditivos, entre eles absorvedores e estabilizantes UV.Dias indica para fil-mes de estufa seu aditivo antivírus, bloqueador de luz IV e insetos, e os masters difusores de temperatura. “Conferem aos filmes redu-ção de calor no interior do viveiro”, ele explica. Por seu turno, mulching e silo bolsa são contemplados com a proteção de concentrados estabilizantes UV. No mapa de vendas da Cromex para o agronegócio, delimita Dias, ocupam o topo os concentrados brancos para silo bolsa, pretos para mul-ching e aditivos UV. “O mais recente reforço ao portfólio para filmes e lonas agrícolas é o master preto Superblack, contendo teores encorpados de negro de fumo e de ex-celente poder de cobertura e dispersão”.MENOS PRINCÍPIO ATIVO Silo bolsa e stretch para envelopar silos convencionais de polietileno também estão na alça de mira da Ampacet, com-ponedora norte-americana com fábricas na Bahia e São Paulo. “Devido à forte demanda, estamos transferindo expertise da matriz nessas aplicações para ofertar soluções consolidadas”, declara Gustavo Passarelli, gerente de negócios estraté-gicos para agricultura latino-americana. Na alçada dos agrofilmes, ele abre estar em curso na região testes de campo com masters da Ampacet contendo baixas con-centrações de princípio ativo no produto final. “Seu desempenho é igual ou superior ao de alternativas tradicionais em termos de proteção contra UV. Nos EUA, por sinal, um prato quente do menu da Ampacet para o mundo rural é Agrostab 372, master estabilizador de UV que a empresa anuncia superar a performance de citados estabi-lizadores HALS e NOR HALS em estufas dependentes de uso intenso de pesticidas. Segundo foi justificado para o desen-volvimento, os filmes usuais neste cultivo protegido duram em média três anos, resistindo até 3.000 ppm de acúmulo de enxofre presente nos agrotóxicos.Ocorre que, alega a Ampacet, o mercado rural tende a exigir vida útil de até cinco anos, com resistência até 5.000 ppm de acúmulo de enxofre. Passarelli também se acerca de es-tufas, mulching, mantas e lonas revelando Estufas: produtividade dependente de controle de radiação UV e IV.Dias: master preto com teores maiores de negro de fumoAbril/2018plásticos em revista34ESPECIALestar em andamento a transferência de tecnologia para produção no Brasil de tipos mais específicos de masters antifog e anti poeira. Na América do Norte, por sinal, a Ampacet introduziu Agroclear 572, concentrado antifogging com duração estimada para duas colheitas e indicado para agrofilmes. Entre seus predicados, consta manutenção da transparência da película e o mérito de evitar problemas decorrentes de névoa como a redução da transmissão de luz no interior do cultivo protegido. PENTE-FINO NO AGROPOTENCIALAo longo do segundo semestre, começam a chegar à praça os masters e aditivos gestados pela Termocolor sob inspiração de mapeamento do agronegócio hoje em curso. “Teremos materiais que contribuirão para elevar a produção protegida de frutas, legumes e verduras; reduzir a aplicação de defensivos e aumentar a resistência dos agrofilmes ao intemperismo”, adianta Wagner Catrasta, gerente comercial da veterana componedora nacional. Na selfie atual da Termocolor, os campeões de vendas para agrofilmes são antioxidantes, absorvedores de luz e es-tabilizadores UV, distingue o executivo. “Atuamos em mulching com soluções para garantir resistência química e às intempéries com duração a partir de seis meses”, encaixa Catrasta, destacando ainda o desenvolvimento de aditivos antigotejamento, bactericidas e para gerenciamento térmico, além de cores e soluções como oxidantes e estabilizadores de luz. “Alteram o comprimento de onda da radiação UV, auxiliando no controle de pragas e crescimento do plantio”, assinala. No âmbito do silo bolsa, Catrasta nota o foco da Termocolor assestado, em especial, sobre especialidades para blindar o filme para armazenar grãos por até 24 meses. BLINDAGEM CONTRA INSETOSA silagem plástica é o objeto de desejo de nova série de soluções da Aditive. “A linha Masterfil Anti Pragas provê o o filme de camada protetora contra espécies nocivas que atacam os grãos estocados sem prejuízo de sua qualidade”, atesta o presidente da componedora João Ortiz Guerreiro. O leque de energizantes da Aditive para o cultivo protegido exibe desta-ques como a linha Masterfil UV Agro, para proteger o filme da foto-degradação Passarelli: Ampacet assedia silo bolsa e stretch na silagem.Ortiz: desenvolvimento de master biodegradável para agrofilmes. Mulching: mercado busca resistência a pesticidas com teor mínimo de masterApesar do assédio das linhas multicamada, a monoextrusão está longe de atirar a toalha no ringue dos agrofilmes. “Nossos clientes desse segmento estão atrás de um filme que atenda aos quesitos de resistência, plastificação e plani-cidade e admita na sua produção o trabalho com auxiliares como anti UV e pesticidas sem risco de degradação prematura da película”, expõe Ricardo Minematsu, diretor da grife de extrusoras blown Minematsu, há 30 anos na ativa (ver última página). Para ofertar a produtividade almejada na extrusão de agrofilmes sem incorrer no desgaste demasiado dos conjuntos de rosca e cilindros, o diretor informa estar equipando suas linhas com materiais bimetálicos, trunfo para esticar a vida útil do sistema produtivo. Ricardo Minematsu assinala ainda que o reduto de filmes agrícolas pende em regra para máquinas dotadas de grades larguras e capacidades. “Mas, no geral, se man-tém a demanda por linhas de larguras menores”. MINEMATSU: TERRA AINDA FÉRTIL PARA MONOEXTRUSÃOMinematsu: materiais bimetálicos ampliam vida útil do cilindro e rosca.AGROFILMES/MASTERS & ADITIVOSAbril/2018plásticos em revista35ESPECIALmesmo quando em contato com defensivos, e o concen-trado Masterfil Difusor de Luz (M9446). “Aporimora a disper-são de luz UV em ambientes cobertos, evitando o indesejado efeito de autossombreamento, acelerando a fotossíntese e en-sejando o crescimento uniforme das plantas em em períodos de menor incidência solar”. Por sinal, a junção de proteção contra UV e degradação explicam a pole nas vendas da Aditive aos agricultores desfrutada pelo master SL-L 4213. No embalo, Ortiz insere a entrada em campo recente de SL-L4217, integrante da linha Masterfil UV Agro. “Su-porta a incidência de agrotóxicos em altas concentrações,assegurando prolongada estabilidade ao filme”. Uma bala de prata em forma de aditivo progride no pipeline da Aditive: a linha Masterfil Biodegradá-vel. “Está em desenvolvimento com uma empresa europeia e os resultados de sua eficiência em testes de laboratório e de campo devem surgir a partir de um ano”, solta conciso o dirigente. NANOTECNOLOGIA ACESSÍVELA gangorra do custo/ benefício equli-bra a novidade com que a com-ponedora Dry Color pretende arar o agronegócio. “Estamos introduzindo masters e aditivos anti UV para nanocamadas na coextrusão de filmes de alta solidez à luz e resistência às intempéries e sem onerar o processo”, sintetiza o gerente comercial Marcelo Santana, adicionando que soluções cal-cadas na nanotecnologia de pigmentação e aditivação para manutenção do calor e controle climático e da umidade no ambiente coberto têm puxado seus fornecimen-tos para filmes agrícolas. Empresa brasileira com fábrica de especialidades em Taiwan, a FG Resinas pros-pecta transformadores de agrofilmes por vários flancos. Na esfera dos carbonatos de cálcio, distingue o diretor comercial Paulo Garnica, des-pontam os grades U-Carb. “São desenhados para não agredirem os aditivos utilizados, especialmente estabi-lizadores UV, assegurando maior vida útil ao filme”. Em auxiliares, ele prossegue a FG comparece com difusores de luz e estabilizantes UV de alto teor de princípio ativo e, no compartimento dos colorantes, com masters brancos com e sem cargas e aditivos e com concentrados pretos. “Constam de grades adequados a agrofil-mes, de alto poder tintorial e de dispersão”, sublinha o executivo.RETAGUARDA COBERTAMaster preto é, em plástico, uma suíte presidencial para negro de fumo, pig-mento produzido no país pela subsidiária da norte-americana Cabot. Para Wagner Bordonco, gerente de marketing e serviços técnicos da empresa para a América do Sul, Santana: especialidades anti UV em nanocamadas.Silo Bolsa: aumento da vida útil inspira desenvolvimento de aditivos.Abril/2018plásticos em revista36ESPECIALa seleção de negro de fumo para agrofilmes não pode se cingir ao fator preço condi-cionante para um material commodity. “No cultivo protegido, é pequeno o custo do filme na instalação da estufa, mas o sucesso da colheita depende do desem-penho dele”. Para essa expectativa não murchar, Bordonco orna sua vitrine com grades de negro de fumo diferenciados pela opacidade, dispersão e resistência a UV. “Combinados com outros materiais, eles dão forma a filmes de melhores resultados aos agricultores”. A Basf sobressai na retaguarda propor-cionada pelos aditivos aos agrofilmes pela sua proeminência global em estabilizantes à luz. A radiação UV ameaça a integridade da película na presença de produtos químicos agressivos e a participação de enxofre e halogênio na composição de agrotóxicos afeta a eficiência da maioria dos estabilizantes à luz convencionais, denomina-dos HALs, esclarece Daniella La Torre, especialista técnica em aditivos para plásticos do grupo alemão para a América do Sul. Para fechar esse flanco vulnerável do filme, ela conta, a Basf entra em cena com NOR HALS, estabilizante à luz obtido de amina estericamente bloqueada tipo NOR. “Com alta performance diante dos defensivos, o material amplia a durabilidade dos filmes para cultivo protegido”, completa a executiva.Não há brecha em coberturas de estufas que o portfólio de soluções de aditivos estabilizantes da Basf, agrupadas na série Tinuvin, deixe de preencher. Daniella abre as referências com os pro-dutos 11 e 494, talhados para filmes de moderada resistência a pesticidas e contaminantes. Para longa vida útil da película e resistência diferenciada ao enxofre, dois grades de Tinuvin NOR são indicados por Daniela: os tipos 371 e XT 200.Este úl-timo, ela destaca, tomou no plano recente mais impulso como solução preferencial para resistência média a defensivos em filmes de estufas. “Conferem a eles duração na faixa de dois anos com menos de 1.000 ppm de acúmulo de enxofre por ano”, conclui a técnica. •Top of mind da vanguarda global em extrusão, a alemã Reifenhäuser trata os agrofilmes com deferência a ponto de cunhar uma divisão de coextrusoras específicas para eles: as linhas blown Evolution Agriculture, constituída por máquinas denominadas jumbo, dada a sua envergadura. “Hoje em dia, agrofilmes tendem a ser produzidos em cinco camadas; até sete em alguns casos”, nota Márcio Viviani, agente da Reifenhäuser no Brasil. “As linhas Evolution de cinco camadas respondem por mais de 50% dos pedidos mundiais para o agronegócio, uma quantidade de substratos que melhora as propriedades mecânicas e a proteção conferida pelo filme ao cultivo protegido”.O portfólio da série Evolution Agriculture comporta equipamentos de três, cinco e sete camadas, equipados com extrusoras com diâmetro de rosca no limite máximo de 200 mm e diâmetros de matriz de 600 a 2.500 mm. “Para certas aplicações, a circunferência do balão pode chegar a 22 m”, situa Viviani, acrescendo, a título de referência, que duas linhas para agrofilmes de instalação recente na China têm 40 m de altura e elevador central para acesso às plataformas. Na retaguarda da performance dessas coextrusoas, o representante chama a atenção para Evolution C, sistema de automação que reduz perdas em trocas de receitas e inícioos de produção,além de apurar a precisão do controle da parede do filme. Outro ás na manga da tecnologia é a rosca Energizer Screw, capaz de processar o fundido a temperaturas até 20º inferiores às aferidas com roscas convencionais, convergindo para proporcional aumento de até 20% na capacidade de coextrusão. REIFENHÄUSER: O LATIFÚNDIO DA COEXTRUSÃOEvolution Agriculture: linhas podem ter 40 m de altura e matriz de 2.500 mm de diâmetro.AGROFILMES/MASTERS & ADITIVOSDaniella La Torre: aditivo estabilizante Tinuvin XT 200 preferido para filmes de resistência média a defensivos.Abril/2018plásticos em revista383 QUESTÕESO comércio mundial posto em xeque por rosnados protecionistas, a aversão ambientalista aos plás-ticos e a contagem regressiva iniciada para a super oferta de polietileno (PE) nos EUA acendem, com a retomada no Brasil tolhida pela política e a bola de neve da dívida pública& crise fiscal, um caldeirão de elucubrações sobre o desfecho disso tudo no mercado interno. Um prato cheio para José Ricardo Roriz Coelho, presidente da Associação Brasileira da Indústria do Plás-tico (Abiplast), mandar ver nesta entrevista. 1 A guerra comercial EUA x China agrava a colocação internacional do excedente norte-americano de PE, com entrada total em campo esperada para 2020. A América do Sul é um dos canais de desova sujeitos a entrevero em preços entre a resina importada e a doméstica. Como a Abiplast encara a possibilidade de pedidos de antidumping para PE dos EUA serem encaminhados ao governo brasileiro?Encaramos com preocupação a possi-bilidade de medidas de restrição ao acesso a essas matérias-primas. Entendemos a importância dos instrumentos de defesa comercial, mas compartilhamos com as novas visões apresentadas por setores do governo, principalmente o Ministério da Fa-zenda. Segundo elas, a argumentação sobre a aplicação de antidumping deve extrapolar a análise de “dano e nexo causal” e incor-porar a discussão mais ampla de interesse público dessa medida e seus impactos no universo produtivo, inflação e empregos. É preciso, nessas análises, considerar as estruturas das indústrias peticionárias, as implicações concorrenciais a jusante da cadeia causadas pela sobretaxa, bem como seu tempo de vigência. O objetivo é evitar que setores passem a contar com direitos de defesa comercial intermináveis, por conta das inúmeras renovações feitas apenas sob o alegado risco de se voltar a ter importações das origens penalizadas com antidumping quando livres desse ônus. Hoje em dia, 45% das matérias--primas consumidas pelo transformador nacional de plástico têm algum tipo de an-tidumping. Caso fosse instaurado processo de investigação antidumping sobre PEs, esse percentual subiria para praticamente 85% das principais resinas processadas, fornecidas por players altamente concentra-dos e restringindo assim a possibilidade de concorrência internacional. Tal constatação não pode ser deixada em segundo plano na análise da concessão de um direito antidumping.2 Um número crescente de indústrias finais vip alardeia planos de apoio à economia circular que incluem barrar as embalagens plásticas descartáveis ou de reciclagem complexa e onerosa. Qual o futuro que enxerga, então, para alternativas como filmes laminados para alimentos, de coleta pós consumo ultra complicada, e para caixas cartonadas, cuja tecnologia de reciclagem é tão cara que só a Tetra Pak a efetua no Brasil?Os anúncios e compromissos as-sumidos por esses players globais, como Unilever, Coca-Cola, Nestlé, Walmart e McDonald’s, quanto a utilizar embalagens mais recicláveis e, por vezes, até garantir Entre o uso e o abusoProteção antidumping requer discussão mais abrangente, defende o presidente da AbiplastJOSÉ RICARDO RORIZ COELHORoriz: 45% das matérias-primas consumidas pelos transformadores têm antidumping.Abril/2018plásticos em revista39a reciclagem de todos recipientes por eles colocados no mercado, evidenciam um movimento global em favor de soluções cada vez mais sustentáveis. Além de desafiadores, tais movimen-tos constituem uma grande oportunidade de se estudar novos modelos dentro do negócio de embalagens e de se oferecer a essas grandes marcas (a serem seguidas por concorrentes menores) produtos mais adequados às demandas afinadas com a nova realidade. Por exemplo, embalagens dotadas de rastreabilidade ou cujo refugo seja mais reaproveitável, atributos que se traduzirão em produtos com maior valor adicionado. As indústrias de transforma-ção e reciclagem de plásticos dispõem de tecnologia à altura dessas expectativas e são capazes de fornecer soluções melho-res de embalagens, com maior índice de reciclabilidade. Para internalizar esses movimentos e tendências em nossa cadeia, a Abiplast está promovendo uma rede empresarial de coo-peração para o plástico. A ideia é envolver todos os agentes cuja atuação esteja dire-tamente ligada e seja impactada por essas novas demandas e formas de fazer negócios. Portanto, estamos trabalhando numa rede de ações com petroquímicas, transformadores, recicladores, cooperativas, varejo e marcas. Ela contempla uma construção colaborativa, incorporando as nuances e particularidades de cada elo da cadeia, sem restringir-se so-mente às salas fechadas de uma empresa. As primeiras reuniões para isso visam definir ações para fomentar negócios na lógica da economia circular.3Com base nas pressões ambientalistas hoje globalizadas, o Brasil caminha para engrossar o efetivo de países que vêm vetando as sacolas plásticas do comércio? Legislações e projetos que pregam o banimento do uso de determinados materiais são constantes no nosso dia a dia. Temos mapeado mais de 200 projetos de lei que afetam nosso setor de alguma forma. Faz parte da nossa rotina institucional promover encontros com parlamentares para esclarecimentos técnicos, pois quase todos os projetos de banimento se valem de justificativas simplificadas, sem muita noção do funcionamento da produção ou do mercado. Temos atuado com regulari-dade em Brasília, Estados e municípios. A missão da Abiplast é mostrar à sociedade a importância e a eficiência desses produtos e como minimizar problemas gerados, em alguns casos, pelo mau uso ou descarte in-correto. Vale lembrar que, no caso específico das sacolas na capital paulista, a legislação Next >