México: falta mão de obra para transformação de plástico

Mercado cresce enquanto o chão de fábrica padece
México: falta mão de obra para transformação de plástico

Pilares como as indústrias automotiva, eletroeletrônica e de embalagens, entrelaçados à economia aberta, o bloco comercial Nafta e a tendência denominada nearshoring (realocação de cadeias produtivas para perto de grandes mercados consumidores), tornaram o México o maior mercado para exportações norte-americanas de plásticos. O país é páreo para a Índia na sedução de transformadores esquivos a entrar ou manter plantas na China sob incerteza política e econômica. Mas na contramão dessa visão paradisíaca, lateja uma fratura exposta: a insuficiência de pessoal para o chão de fábrica tinir. De acordo com matéria postada no site do jornal El Economista, no chamado Cluster de Plásticos de Querétaro, núcleo ou hub de transformadores nesse estado da região central mexicana, corria ao final do ano a estimativa de que o déficit de mão de obra rondava a marca de 2.000 trabalhadores.

Arturo Nava Guerrero, presidente do cluster, declarou a El Economista que, para tentar compensar a carência de postos ocupados, as empresas sob sua alçada recorrem à realização de turnos extras e programas de capacitação. Um fio de esperança numa melhora da penúria de recursos humano toma corpo com a migração de pessoas de outros estados para o estado de Querétaro, cuja prosperidade atual provém em grande parte dos contínuos investimentos diretos de setores como a transformação de plástico, o que contribui, por tabela, para alargar o problema do déficit de pessoal. De acordo com Guerrero, boa parcela desses migrantes é de pessoas que trabalhavam no campo, de escolaridade sofrível e sem noção do expediente fabril, de modo que um efetivo relevante deles não se adapta aos programas de qualificação oferecidos no cluster. Outra dor de cabeça, assinalou o dirigente na matéria do El Economista, é a disputa por talentos travada por transformadores e as vagas temporárias abertas nos setores de serviço e turismo, cuja procura esquenta em períodos como o fim do ano. Apesar desses pesares e de pesadelos nacionais como o crime organizado e crise hídrica, a industrialização esporeada pela onda de nearshoring converge para o crescimento que tem enlevado o setor plástico mexicano nos últimos anos.

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