Investir é o melhor remédio

Expansão blinda a Sommaplast contra crises

No dia 18 de março, quando a pandemia forçou o governo a decretar estado de calamidade pública, o crescimento em linha reta da Sommaplast nos últimos cinco anos de estagnação econômica deu de encontro com uma perspectiva ambivalente. “Para a indústria farmacêutica, um dos nossos maiores mercados, de março a maio é o período ‘pré-inverno’, de encomendas de embalagens para a estação que lidera as vendas anuais de medicamentos”, observa Marcos Francischelli, diretor de novos negócios dessa transformadora sediada em Itapecerica da Serra, Grande São Paulo. “A combinação do ‘pré-inverno’ com o corona vírus vem inflamando a procura por nossas tampas com redutores para o envase de álcool gel em novos tipos de recipientes, devido à oferta insuficiente de frascos convencionais”. Em contrapartida, encaixa o dirigente, seu mercado em cosméticos sente a barra do negror dos tempos. “Em geral, tratam-se de artigos dados de presente em encontros presenciais e adquiridos em centros comerciais, como shoppings, que são pontos de aglomeração de pessoas. Portanto, nossas vendas de tampas para cosméticos devem cair pressionadas pelo combate ao coronavírus com isolamento social”.

A Sommaplast acumula 20 anos de milhagem de voo, mas foi a partir de 2015 que disparou o ponteiro do velocímetro da empresa. “Investimos desde então mais de R$ 20 milhões no aumento e modernização da capacidade e, ainda este ano, começa a construção de mais um prédio para ampliar em 20% a área industrial, em paralelo à continuidade da renovação do parque de injeção e da incorporação em linha de moldes mais produtivos”, expõe Francischelli. “Na linha farmacêutica, as tampas moldadas por compressão puxam o crescimento das vendas, assim como tampas flip top para bisnagas no setor de cosméticos e os moldes para injeção de tampas de água mineral na categoria de itens para alimentos”, ele destaca. Nos últimos cinco anos, esses três setores foram os principais responsáveis pelo salto de 90% na carteira de clientes. O fortalecimento também afagou as exportações, hoje remetidas a sete países latino-americanos. “Começamos os embarques em 2017 e, apenas no primeiro trimestre deste ano, o movimento de exportações já igualava o do exercício de 2019”, comemora Francischelli.

Marcos Francischelli, Marcos Fantozzi e Fernando Francischelli: aporte de R$20 milhões em cinco anos.

Na selfie atual, a Sommaplast consome em média 200 t/mês de resinas comandadas por polipropileno (PP). ”Com nesta rodada de cinco anos de investimentos, ganhamos capacidade para transformar o dobro”, calcula o diretor. Não é para menos. De 2015 para cá, ele repassa, o efetivo de injetoras hidráulicas pulou de 37 para 48 linhas, das quais quatro importadas em 2019 e, no início deste ano, chegou a segunda máquina italiana Sacmi de moldagem por compressão, sete anos mais nova que a primeira linha. “O sistema por compressão proporciona alta qualidade de processamento em ciclo muito baixo, tornando-nos competitivos em mercados de alto volume”, distingue Francischelli. “Pretendemos produzir dois milhões de tampas por dia com as duas linhas até dezembro”. Os investimentos também deixaram rastros em novos setores de higienização do chão de fábrica (pré-produção), dois centros de usinagem em alta velocidade e em softwares para o desenho de moldes e peças. “Temos mais de 100 moldes e algo acima de 80% deles saiu da nossa ferramentaria”, situa o dirigente. No âmbito da automação, ele ressalta a aquisição de 25 máquinas de montagem, gravação e embalagem, além dos sensores ópticos que hoje monitoram e separam rejeitos de cerca de 35% da produção.
A injeção de sangue novo na Sommaplast não se limita à tecnologia. Desde 2016, Marcos Fantozzi, fundador e CEO da Sommaplast prepara o filho Marcos Francischelli para assumir o leme na proa no ano que vem. Com esta troca da guarda, Fantozzi ficará na diretoria comercial e seu sócio Fernando Francischelli, tio do futuro presidente, permanece na diretoria industrial.

Um divisor de águas na arrancada da empresa começou a ganhar a rua este ano. “Soubemos em 2018 que um grande player sairia do ramo de dosadores orais e clientes do setor de fármacos pediram para a Sommplast constituir uma alternativa de suprimento”, conta Francischelli. “Fizemos então uma oferta a este fornecedor por seus moldes, injetoras e linhas de gravação e montagem. O negócio foi fechado em 2019 e abrimos este ano as vendas de dosadores de alta qualidade e precisão no deslize e volumetria”.

Os dosadores orais são formados por quatro peças injetadas: cilindro e tampa de PP e haste e adaptador de polietileno de alta densidade (PEAD). “Após a injeção, as peças são gravadas, montadas e acondicionadas unitariamente em blister por uma termoformadora ou em embalagem flow pack”, sintetiza Francischelli. Em paralelo, ele engatilha para o segundo semestre a entrada da Sommplast em tampas de 18 mm de diâmetro moldadas por compressão, de olho em seu potencial na indústria farmacêutica. “Esperamos que essas tampas e os dosadores aumentem nossa carteira em 30%”.

Sem liberar cifras, Francischelli calcula um salto de 18% no faturamento de 2019 versus 2018. “ A meta para este ano é, mesmo com o coronavírus, aumentar a receita em 25% e seguir daí por diante em expansão sustentável”, ele antevê. “Investimos muito em projetos que demandaram anos de desenvolvimento e negociação. Chegou a hora de colher os frutos e preparar a empresa para as oportunidades que estão surgindo”. •

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