Indonésia dificulta importação de sucata plástica

Nova legislação barra desembarque de resíduo contaminado ou composto de materiais irrecicláveis
Indonésia: fiscalização endurecida de importações para conter poluição plástica.
Indonésia: fiscalização endurecida de importações para conter poluição plástica.

Enxaqueca certa para governos e ambientalistas, o comércio exterior de sucata plástica anda cada vez mais encurralado e privado de alternativas. Entre os respiradouros estreitados no plano recente, sobressai o endurecimento das leis sobre importação desse tipo de rejeitos, antes remetidos em massa ao país asiático por megafones verdes do I Mundo, a exemplo dos EUA, Europa, Austrália, Japão e Coreia do Sul, relata o site Yale Environment 360.

O gatilho do pesadelo à luz do dia na Indonésia remonta a cinco anos atrás, quando a China, maior consumidor mundial de matérias-primas, proibiu a internação de lixo plástico. O veto levou países exportadores do refugo a redirecionarem desde então suas cargas para outros mercados emergentes, entre eles Tailândia, Malásia e Indonésia. Pois como informa o portal norte-americano, a ira doméstica e internacional contra a poluição gerada na Indonésia por montanhas resultantes do acúmulo a céu aberto do refugo desembaraçado na aduana inspirou um endurecimento na regulamentação. Uma gota d´água para isso foi a incidência de desembarques de resíduos contaminados, tipo fraldas descartáveis, ou contendo em sua composição plásticos irrecicláveis. Sem embargos protelatórios e “jabutis” pendurados nos incisos normativos, a Indonésia esfriou a festa dos exportadores decretando só admitir a internação de sucata plástica submetida à triagem antes do embarque no país de origem e barrando a entrada de lotes cujo índice de impurezas exceder 2% do volume total. Tem mais: cada exportador fica obrigado a se registrar na embaixada da Indonésia em seu país, medida também justificada como mais uma tranca no comércio marginal de sucata.

O resíduo importado é um mal ecológico com faceta de bem para a cadeia plástica da Indonésia. Transformadores locais preferem o material de fora em detrimento do descartado doméstico, devido à falta de sistema formal e confiável de coleta e triagem no país, expõe o site Yale Environment 360. A primazia dada pelas indústrias de transformação cabe a rejeitos facilmente recicláveis, como garrafas de PET, para reúso como novas garrafas ou artefatos como baldes e caixotes.

A ojeriza ambiental mundial vem enchendo de gargalos o comércio exterior de sucata plástica. O site Yale exemplifca com os EUA desviando para destinos como México e Índia embarques antes dirigidos ao sudeste asiático, devido à gradual severidade da regulamentação regional referente ao material pós-consumo. Pelo mesmo motivo, a Europa baixou suas remessas de lixo plástico para a Tailândia e as tem reencaminhado para a Turquia. Outro efeito colateral das barreiras impostas: volumes crescentes de resíduos plástico antes considerados exportáveis estão sendo endereços nos EUA à incineração.

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