Europa: descompasso entre preços de PET virgem e reciclado

O preço da resina reciclada independe da cotação da resina virgem, pois é condicionado pela sua procura por indústrias de bens de consumo comprometidas com a sustentabilidade. Este sacrossanto mandamento das tábuas da lei da economia circular, começa a ter sua transposição para a vida real enroscada pelo coronavírus.

Um sinal dos novos tempos, noticia a consultoria Icis, é o preço de PET reciclado na Europa, bons degraus acima do poliéster virgem, cuja cotação desaba sob a combinação sulfúrica da economia retraída, excedente global do poliéster com barril de petróleo na faixa de US$ 20, indicador arrepiante também para a sobrevida econômica das indústrias dedicadas nos EUA a extrair óleo do xisto e sua clientela de petroquímicas.

Pela lupa da consultoria, sejam flakes convencionais ou material recuperado grau alimentício (bottle to bottle/BTB), os preços de PET recuperado salgaram firme no tão engajado ambientalmente mercado europeu. O pânico instaurado pelo covid-19 incendiou as compras de produtos essenciais no Velho Mundo, esporeando por tabela a procura por PET BTB, de disponibilidade bem mais limitada que o poliéster novo em folha.

Do lado dos flakes, o encarecimento é atribuído pelo Icis a paradas de recicladoras, por força de operadores infectados ou postos de quarentena. Resta saber se a devoção europeia à economia circular chega ao ponto de topar, pelo visto por bom tempo, pagar por um material pós-consumo mais do que por sua versão 0 km.

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