EUA: decolam exportações de PEBDL para China

Desembarques gigantescos de janeiro a maio atestam competitividade da resina norte-americana
China: retração na produção de filmes não inibe penetração de PEBDL dos EUA.
China: retração na produção de filmes não inibe penetração de PEBDL dos EUA.

Amarradas as pontas e desatados os nós, o excedente mundial de polietileno lienar (PEBDL), resina visceral para flexíveis, deve trilhar a média anual de 9 milhões de toneladas no período de 2022 a 2025, atesta John Richardson, analista blogueiro do portal Icis. O descompasso entre produção e demanda tem forte razão de ser na ascensão e queda da economia da China. Harrison pondera que, no exercício de 2019, a demanda por PEBDL no país cresceu 14% sobre o ano anterior, enquanto o balanço de 2023 deve fechar com expansão chinesa inferior a 1%.

De janeiro a maio último, o blogueiro nota que as importações chinesas de PEBDL cresceram 11% sobre os mesmos meses em 2022, totalizando 2,3 mihões de toneladas, enquanto as unidades da resina no país rodaram com 73% de ocupação, a menor taxa no gênero desde 2000, pela medição da consultoria Icis. No embalo, a produção chinesa da resina linear caiu 11% (ou 4,4 milhões de toneladas)nos cinco primeiros meses deste ano versus mesmo período em 2022. Para agências internacionais, a descida da ladeira da China tem a ver com a pressão deflacionária, retomada esboçada no início do ano estagnada em julho, taxa recorde de 20% de desemprego, entre os jovens, setor imobiliário hiper endividado e junho fechando como o terceiro mês consecutivo de contração da indústria de manufatura.

Harrison retoma o fio assinalando que, entre 1993 e 2021, a média anual do spread (diferença entre custo de matérias-primas e o preço do produto) de PEBDL C4 grau filme da China CFR foi de US$ 514/t. Corte para o mesmo spread em 7 de julho último: US$291/t. Em contraste, as exportações norte-americanas de PEBDL para a China decolaram entre janeiro a maio último: 519.723 toneladas contra 162.350 no mesmo período do ano passado. Harrison atribui o salto de 220% nesses embarques às boas posições de custos norte-americanos, escoradas pela rota ultra acessível do gás natural local (de bacias petrolíferas e reservas de xisto), melhorias na disponibilidade de frete marítimo e flexibilidades inseridas sem alarde na prática das restrições político-comerciais com que, desde a era Trump, o governo de Pequim vinha barrando importações de qualquer PE dos EUA. Mantido o vai da valsa atual, Harrison prevê a internação na China de 1,2 milhão de toneladas de PEBDL norte-americano no exercício corrente versus 534.011 toneladas no saldo de 2022.

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