Esse problema é nosso

Cadeia do plástico precisa assumir sua parte na busca de soluções para o resíduo pós-consumo
Tamires Silvestre

Tenho certeza de que assim como eu, você também se sente desconfortável e se remexe na cadeira toda vez que lê alguma notícia sobre danos à vida marinha devido ao resíduo plástico que foi parar no oceano. Não é para menos: diariamente somos impactados por elas e nos damos conta que nós, como seres humanos, não lidamos corretamente com o lixo que descartamos nas nossas casas. Da mesma forma, como parte integrante da indústria do plástico, sabemos que é nossa responsabilidade desenvolver soluções para este desafio.

O problema causado pelos resíduos do material também é nosso – de toda a cadeia de valor do plástico – e a solução para ele passa por dois caminhos: usá-lo de maneira mais inteligente e eficiente e aplicar a economia circular. O plástico é um material muito valioso, e deve ser usado apenas em aplicações e produtos em que seja a solução mais sustentável, considerando a avaliação do ciclo de vida do produto. Ou seja, em casos em que ele melhore a logística, proporcione ganhos de produtividade, diminua o gasto energético ou a emissão de dióxido de carbono, ou mesmo em situações em que garante a conservação e acesso a um alimento, aumentando sua vida útil e gerando menos desperdício. Sabemos do potencial benéfico do plástico e, por isso, reforçamos que ele deve ser utilizado nas aplicações em que demonstre todo este potencial.

Garantir a produção mais sustentável possível de uma embalagem significa pensar o resíduo muito antes de ela ser comercializada ou descartada pelo consumidor. Desde o desenho da embalagem, precisamos assegurar que seja desenvolvida já endereçando questões como sua reutilização, reciclabilidade e eficiência.

Mas isso não é suficiente. O ciclo de vida de um produto também deve considerar o seu descarte e a maneira como é reincorporado à cadeia – ou não. É aí que entra a economia circular, uma responsabilidade de todos. Afinal, o problema é complexo, requer múltiplas ações e a solução deve ser coletiva. A colaboração é o caminho para redesenhar, reciclar, reutilizar e reproduzir a fim de manter o valor dos materiais pelo maior tempo possível. É nossa responsabilidade trabalhar juntos para simultaneamente diminuir o consumo de recursos e aumentar o desempenho.

Já temos visto diversas iniciativas nessa direção e há um forte compromisso de parte da cadeia plástica por produtos recicláveis e utilizáveis, impulsionado pelos consumidores, hoje mais conscientes e preocupados com seu próprio impacto no planeta. Eles enxergam os benefícios trazidos pelo plástico ao seu dia a dia e estão abertos a conhecer e adotar soluções que minimizem este impacto. Pesquisa global feita recentemente pela Dow com mais de 22.000 entrevistados, revela que, em mercados em desenvolvimento, a reciclagem é vista como uma solução tão ou mais efetiva que o banimento do plástico.

Rever modelos, repensar ações e mudar de rumo são decisões muito difíceis de serem tomadas. Requerem coragem e ousadia, mas também uma visão de futuro. Os consumidores já começaram a mudança de comportamento e esperam que o setor plástico, que tanto beneficiou a sociedade nas últimas décadas, embarque junto nessa nova relação entre consumo e o planeta. Estamos certos de que esse é o caminho. Vamos juntos?

* Tamires Silvestre é gerente de sustentabilidade de Plásticos da Dow no Brasil

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