Embalagens flexíveis: balanço queimou o filme do 1º semestre

A economia mundial vai de mal a pior, a brasileira reage, mas está longe do seu pleno vigor e o plástico, como termômetro extraoficial do consumo e progresso humanos, reflete o azedume de uma conjuntura dizimada por produção encarecida, demanda anêmica e uma pletora de incertezas sem previsão de desafogo até segunda ordem.

Esse nevoeiro funesto para o astral de investimentos e planejamentos paira sobre a vermelhidão que manchou o primeiro semestre da veia jugular da cadeia nacional de resinas – a indústria de embalagens plásticas flexíveis, mercado visceral para polietilenos (PE) e entre os principais respiros para polipropileno (PP).

Relatório saído do forno da consultoria MaxiQuim para as mãos da Associação Brasileira da Indústria de Embalagens Plásticas Flexíveis traduz na produção acumulada de 1.019 milhão de toneladas no primeiro semestre (519.000 monocamada e 500.000 multicamada) recuo de 5,8% sobre o resultado do mesmo período em 2021, perdendo também do saldo de 1.026 milhão de toneladas de janeiro a junho do pandêmico 2020.

Nos bastidores, entrou areia na produção de flexíveis por resina: o volume então aferido de 750.000 toneladas de PEBD/PEBDL demonstra queda de -6,7% sobre a primeira metade do ano passado, enquanto a produção de flexíveis com PEAD grau filme ficou em 102.000 toneladas ou -07% pelo mesmo comparativo e o saldo de 102.000 toneladas de PP aponta para declínio de 4,7% sobre os dados da primeira metade de 2021.

As importações de poliolefinas também murcharam no setor: de 641.000 toneladas de PE e 291.000 de PP no acumulado dos seis meses iniciais do ano passado, caíram no primeiro semestre de 2022 para respectivas 470.000 e 173.000 toneladas. Por tipo específico de flexível, as sobreembalagens lideraram o quadro de segmentos torpedeados pela crise.

De acordo com o estudo da Maxiquim, a produção de shrink, de 130.000 toneladas, desabou -7,3% na primeira metade deste ano versus os primeiros seis meses 2021 e, no mesmo comparativo, a produção de stretch, de 104.000 toneladas, fechou negativa em 3%. O filme de suspense continua.

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