Brasil reaplica antidumping para PVC da China

As importações brasileiras de PVC são dominadas por remessas do México, Argentina, Taiwan e China, reza o consenso de traders ouvidos nos relatórios semanais de monitoramento de preços de resinas da plataforma S&P Platt’s. Esse quarteto de origens acaba de sofrer um desfalque com a resolução de 24 de setembro tomada pelo Ministério da Economia, liderado pelo liberal Paulo Guedes, de reaplicar direito antidumping (sobretaxa de 21,6%) por cinco anos para importações do vinil em suspensão PVC-S) da China.

A medida insere a China no quadro de países produtores de PVC gravados com direitos antidumping pelo Brasil. À parte tecnicalidades da regulamentação de comércio exterior, o encarecimento da taxa de importação da resina chinesa ocorre numa fase de oferta insuficiente da resina nacional,  situação notada desde 2018 quando o desastre ecológico em Maceió levou ao término da mineração local de sal-gema para a cadeia soda-cloro pela Braskem, maior produtora de PVC do Brasil, com capacidade nominal de 700.000 t/a em plantas na Bahia e Alagoas. O fornecimento nacional é completado pela capacidade de 300.000 t/a na Grande São Paulo da Unipar Carbocloro, que também cobre a demanda brasileira com resina despachada de sua planta argentina.

O contraste entre oferta e demanda brasileiras é evidenciado pelas importações de 282.829,4 toneladas de PVC em 2020, atesta a consultoria Townsend, mesma fonte da estimativa de 367.510,8 toneladas para o desembarque do vinil no país apenas durante o primeiro semestre deste ano. De volta à plataforma Platt’s, o preço médio internacional da tonelada  de PVC andava na faixa de US$1.745-1,755 no início de abril último. Entre 30 de junho a 14 de julho, a cotação caiu para US$1.485-1.505. A medição de 29 de setembro passado indicava o viés de alta hoje em vigor, com preços entre US$1.895 e US$1.905.

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