57 produtoras de petróleo, gás, cimento e carvão respondem por 80% das emissões mundiais de gases de efeito estufa, em crescimento desde 2016 e descumprindo o combinado entre governos sete anos atrás no acordo de controle climático em Paris. Divulgada pelo diário londrino The Guardian, esta análise integra a nova edição do relatório anual do banco de dados Carbon Majors, gerido e atualizado pela entidade inglesa InfluenceMap e responsável por um histórico da produção de 122 empresas atreladas a fontes fósseis desde 1854, início da revolução industrial. Elas respondem por 72% das liberações de dióxido de carbono advindo de origens fósseis, atesta o banco de dados. Os indicadores coligidos são considerados cruciais para se dimensionar os impactos sobre o clima global nos âmbitos acadêmico, regulatório e legal gerados anualmente por indústrias vinculadas a fontes não renováveis, assinala matéria no site do jornal que, a propósito, recusa publicidade de petroleiras.
Em sua recém-lançada edição, Carbon Majors constata que, nos últimos sete anos, o maior investidor e contribuinte para as emissões de gases estufa é a corporação norte-americana Exxon Mobil, por sinal um pilar mundial em PP e PE. Peso-pesado na reciclagem química dessas resinas, a empresa, calcula o banco de dados, comparece com 1.4% do total global das referidas emissões de 2016 até hoje. A seguir, constam a British Petroleum e mais três petroleiras integradas em poliolefinas – Shell, Total Energies e Chevron, cita o The Guardian, atribuindo à soma dos desempenhos delas participação de 1% nas emissões de gases de efeito estufa nos últimos sete anos. Para os colaboradores de Carbon Majors, a tendência mais contudente surgida na área desde 2016 é o crescimento das emissões relacionadas a produtores estatais asiáticos de carvão, entre eles empresas da China, Índia e Irã, passando à frente de estatais russas. Seguindo a reportagem no portal The Guardian, essa expansão incessante da produção de energia de fonte fóssil tramita na contramão da advertência de entidades do peso da Internacional Energy Agency de que nenhum campo de petróleo e gás pode ser mais explorado no mundo se a humanidade quiser se manter nos limites seguros do aquecimento global.