A porta está entreaberta

Tudo pronto para o mercado reagir
PVC À margem das importações e de uma demanda em coma induzido por 13 milhões de desempregados, juros bancários e dólar na lua e 63,4% das famílias endividadas (medição de junho), o ponto mais fora da curva da cadeia plástica no primeiro semestre foi o desastre geológico em Maceió que golpeou a operação de cloro soda da Braskem. A consequente parada da mineração de sal gema desde 9 de maio último, sustou o fornecimento das capacidades de 520.000 t/a do intermediário dicloroetano (EDC) e de 710.000 t/a do polímero vinílico, este a cargo das fábricas da empresa em Alagoas e Bahia, responsáveis por 70% da produção brasileira da resina. “Prosseguimos com a produção normal de PVC alimentada por importações de EDC, além de trazermos resina do exterior com o intuito de manter o atendimento aos clientes no Brasil”, explica Alexandre de Castro, responsável pelo negócio de vinílicos da Braskem.

Importar EDC e PVC é estratagema temporário e oneroso para a operação 100% nacionalizada da Braskem na cadeia vinílica. O problema da produção paralisada é de resolução demorada e complexa, devido a variáveis técnicas, ambientalistas e políticas, e as importações do intermediário e do polímero também portam teor de risco. Segundo alerta a Associação Brasileira da indústria do Plástico (Abiplast), anda restrita (ver à pág. 22) a disponibilidade internacional de EDC e PVC para exportações, ainda mais nos volumes requeridos para o complexo do vinil da Braskem rodar a contento e sem repasse dos custos reajustados ao transformador. Desse ponto de vista, aliás, a estagnação persistente na construção civil, maior campo de PVC, até contribui algo para não ampliar a gravidade da insuficiência doméstica da resina. Mesmo com a calmaria sem trégua nos lançamentos prediais, reformas residenciais e obras do governo, Castro não dá 2019 como perdido. “Apesar de a retomada da economia transcorrer com lentidão acima das previsões, a demanda de PVC no segundo semestre se manterá em linha com o esperado e dentro da nossa capacidade de abastecimento”, ele sustenta.

Materiais de Construção

Podia ser pior

“Prevíamos no início do ano um crescimento no faturamento nominal de 10% e fechamos o primeiro semestre com expansão entre 4% e 4,5%, se compararmos com a média móvel de 12 meses, ou de 3,8% em relação aos seis meses iniciais de 2018”, revela Manoel Flores, superintendente do Grupo Astra, pêndulo da transformação nacional de materiais de construção. “Apesar da decepção com resultados abaixo do esperado, esses números são menos ruins do que se não houvéssemos crescido”.

Num rasante pelos segmentos servidos pela Astra, Flores comenta que materiais de reforma e acabamento tiveram vendas melhores na primeira metade do ano, pois o contingente dessas obras caiu menos que o de construções novas. “No caso de lançamentos imobiliários, a queda foi acentuada e a retomada está mais lenta”, pondera o dirigente. “as construtoras estão acabando de vender os estoques de imóveis e, muito embora o programa ‘Minha Casa, Minha Vida ainda não tenha tomado corpo no governo Bolsonaro, nota-se alguma melhora no comércio de produtos voltados a novas moradias e à parte estrutural de obras civis”. A propósito, encaixa Flores, a área de construtoras da Astra virou o primeiro semestre com crescimento pontual. O diretor presidente engrossa o coro do empresariado otimista com a economia a partir da efetiva aprovação da reforma da Previdência. “Na prática, porém, ainda vai demorar para ela trazer os efeitos desejados”.

PPO clima é bem mais ameno nas paragens de polipropileno (PP). Roger Marchioni, responsável pelo negócio da poliolefina da Braskem na América do Sul, enxerga o mercado interno de PP crescendo em linha com o PIB. “Os principais segmentos de PP com avanço acima da média no primeiro semestre foram compostos para autopeças e aplicações em embalagens, ráfia inclusive”, distingue o executivo, frisando que o desempenho desses campos pairou bem acima do crescimento de 1,3% das vendas de PP no varejo durante o primeiro semestre. “As importações não tiveram variação relevante perante as registradas entre janeiro e junho de 2018 e mostraram tendência de redução nos últimos meses do primeiro semestre deste ano. Única produtora de PP no país, com capacidade nominal de 1.850 milhão de t/a, a Braskem forneceu quase 50% de seu potencial na metade inicial do ano, calcula a consultoria MaxiQuim (ver à pág. 16). Retomando o fio, Marchione, distingue a entrada em cena do copolímero heterofásico de média fluidez CG220NA, acenado para baldes industriais, e do homopolímero de baixa fluidez com aditivação anti UV para extrusão de ráfia.

Para o mercado interno de PP nos seis meses finais deste ano, Marchione põe fé em crescimento de leve acima do esquálido avanço de 0,8% previsto por ora para o PIB, mérito da diversidade de aplicações que caracterizam a resina, presente em bens duráveis, semi e embalagens. “O consumo aparente de PP deve acusar taxas maiores de crescimento a partir do ano que vem, uma vez concluídas as reformas e retomada a atividade industrial”.

PEA capacidade brasileira de polietileno (PE) é o maior negócio da Braskem e está fixada em 4.365 milhões de t/a. O cenário global da poliolefina prima por abalos sísmicos a cargo do crescente excedente da resina, de desova atravancada pela guerra comercial EUA x China e mercados europeus e emergentes em fogo baixo. Mas o Brasil não se saiu mal no primeiro semestre, pondera Américo Bartilotti, responsável pelo negócio de PE da Braskem na América do Sul. “O mercado interno correspondeu às nossas expectativas na primeira metade do ano, embora tenhamos percebido em junho uma desestocagem da transformação de PE”, assinala o especialista. “O volume de importações também não destoou do previsto, apesar de a quantidade desembarcada no início do ano ter sido mais forte e, no plano geral, o agronegócio destacou-se pelo crescimento no mercado interno de PE no primeiro semestre”. No mesmo período, encaixa Bartilotti, o portfólio da Braskem foi turbinado com o lançamento de quatro resinas de polietileno de alta densidade (PEAD) para tampas, entre elas as de bebidas carbonatadas e um grade capaz de reduzir o ciclo e gasto energético na rotomoldagem de tanques e cisternas. “Esperamos que a demanda interna continue a crescer neste segundo semestre”, completa Bartilotti.

Como se já não bastassem a guerra comercial EUA x China, os repúdios mundo afora às embalagens de uso único e o torpor da economia na Europa e América Latina, o excedente global de polietileno (PE), em campo desde o final de 2017, vai piorar no segundo semestre, com ricochete depressor nas cotações da poliolefina imposto pela irrevogável lei da oferta e da procura. É este o pesadelo ao vivo desenhado pelo banco de dados do portal britânico Icis Supply & Demand ao calcular em torno de 4,6 milhões de toneladas a fração adicional que debuta no suprimento da resina entre junho e dezembro, elevando em 3,8% a sua capacidade global, mérito da partida de plantas na Índia, Malásia, Indonésia e Rússia, fora quatro novas unidades norte-americanas movidas pela rota do gás natural originário das reservas de xisto e do Golfo dos EUA. Apenas na esfera russa, o novo complexo da Sibur em Tobolsk exibe potencial para gerar 1,5 milhão de t/a da resina, enquanto o quarteto de fábricas nos EUA totaliza capacidade na órbita de 2,8 milhões de t/a. Na Índia, as atenções voltam-se para a entrada em cena de uma unidade de 400.000 t/a de polietileno linear metalocênico adepta do processo base gás Unipol, licenciado pela Lyondell Basell. Para salgar a ferida, completa o Icis, a China trombeteia a meta de adicionar 900.000 t/a à sua capacidade de PE na segunda metade deste ano. John Richardson, blogueiro especialista em petroquímica asiática do mesmo portal, arremata a foto da enchente de PE antevendo acréscimo de 8,5 milhões de toneladas à capacidade mundial em 2020.

As margens de PE no mercado global foram comprimidas no primeiro semestre, devido ao aumento da sua capacidade produtiva no mercado global”, constata Fernando Schmidt, especialista em desenvolvimento de mercado para a resina da Exxon Mobil Brasil. A matriz norte-americana de sua companhia anunciou em 24 de julho a partida de um novo reator na planta em Beaumont, Texas, com capacidade orçada em 650.000 t/a de PE.” Essa expansão é necessária para atender a demanda latino-americana”, justifica o executivo. “No Brasil, notamos de janeiro a abril um aumento no volume médio de PEAD, polietileno de baixa densidade (PEBD) e polietileno linear metalocênico (PEBDLm), em torno de 12.000 toneladas acima da média mensal no mesmo quadrimestre em 2018”.

Higiene & Beleza

Continua boa pinta

“O crescimento esperado para o mercado de cosméticos ainda não teve um boom, pois o novo governo ainda não materializou as principais pautas para impulsionar a economia, tais como as reformas da Previdência e a tributária”, analisa Ricardo Pedro, diretor técnico da Associação Brasileira de Cosmetologia e gerente de novos negócios da indústria Inpel. “Entretanto, já foi bastante positivo o fato de o mercado não ter sido afetado pela relativa estagnação da economia – com ligeira recuperação da crise dos últimos anos – e pelas mudanças no poder político com as eleições de 2018”.

Entre os pontos altos no desempenho do seu setor, Pedro distingue, no âmbito de cosméticos e higiene pessoal, o consumo de produtos naturais, veganos e de apelo verde, caracterizados pelo maior valor agregado. “O mercado da categoria hair care (cuidados capilares) permanece forte e o segmento de produtos masculinos vem crescendo bastante, puxado por uma amplitude maior de marcas e artigos para diversas finalidades”. Pedro acrescenta que o mercado de maquilagem também registra expansão significativa e, dermocosméticos despontam entre os melhores candidatos para melhorar as vendas da categoria skin care (cuidados com a pele). Por sua vez, insere Pedro, as novas gerações têm incrementado as compras virtuais de cosméticos e o canal on line hoje está atrás apenas das lojas de moda e acessórios. “Como se espera uma recuperação do PIB para este semestre, em particular no quarto trimestre, decerto o mercado de cosméticos terá grande êxitos”, ele sustenta.

PSEm rasante sobre o consumo aparente de poliestireno (PS) a consultoria MaxiQuim alinha a resina entre as mais pisoteadas por retração da demanda no primeiro semestre. Com a economia colapsada ao fundo, a queda no consumo do polímero estirênico é atribuída ao movimento em fogo brando de eletroeletrônicos como a linha branca, ao repúdio crescente a descartáveis plásticos e ao orçamento doméstico sem folga para compra de alimentos supérfluos, como iogurtes, cativos dos recipientes de PS. O cenário já era pincelado no ano passado, quando a capacidade brasileira de 605.000 t/a de PS já contrastava com o consumo aparente da ordem de 360.000 toneladas, conforme situa Marcelo Natal, diretor comercial no negócio de estirênicos da Unigel. No entanto, na mão oposta da MaxiQuim, Natal não vê desalento na trajetória de PS na primeira metade de 2019. “Quase todos os segmentos transformadores da resina apresentaram estabilidade ou crescimento frente ao mesmo período um ano antes, exceto o de embalagens de laticínios, afetado pela conjuntura econômica negativa”.

A Unigel, por sinal, enxergou o cenário propício para lançar então um grade de alto impacto (PSAI) e elevada fluidez para injeção e engatilha para este segundo semestre a chegada à praça de outro tipo da mesma resina diferenciado pelo brilho, acenado para embalagens e peças para linha branca.

Natal pressente vento a favor para PS na metade final do ano. “Em especial no reduto das embalagens, inúmeros investimentos em expansão continuam represados por um empresariado à espera de uma definição mais clara da reforma da Previdência, vista como marco da recuperação da demanda e esta é a razão da nossa expectativa extremamente positiva para este segundo semestre.”

Claudio Rocha, diretor da Innova, não enxerga o quadro com lentes tão róseas. “Avaliado como um todo e à luz dos entraves que incidiram sobre o primeiro semestre, o mercado interno de PS destoou das nossas previsões iniciais de algum crescimento em 2019 em função de novo governo e tudo que o circunda”, ele pondera. “No entanto, ele se mostrou estável no acumulado de janeiro a junho perante o mesmo período em 2018”. Para o segundo tempo de 2019, Rocha embarca na torcida para o consumo interno de PS surfar na onda dos esperados desdobramentos de reformas estruturantes como a da Previdência.

Materiais de Construção

A viga mestra da confiança

“Após o crescimento de 6,5% em 2018, mantemos a expectativa de uma expansão aproximada de 8,5% este ano sobre o exercício anterior”, delimita Cláudio Conz, presidente da Associação Nacional dos Comerciantes de Material de Construção (Anamaco). O primeiro semestre transcorreu conforme o esperado para um período marcado pelo pagamento de tributos, volta às aulas e chuvas de verão. “Por isso, as reformas residenciais são adiadas”, explica. “Em junho, por exemplo, as vendas no varejo de materiais de construção ficaram estáveis, mas no acumulado do ano houve aumento de 2% e, nos últimos 12 meses, de 3%”. Konz percebe a economia em recuperação e julga que a agenda propositiva do governo fomentará o varejo do seu setor. “A aprovação da reforma da Previdência e a pauta da simplificação tributária trarão otimismo à população, que passará a reformar a casa neste segundo semestre”.

PET“A despeito do crescimento econômico abaixo do previsto, o o consumo interno de PET aumentou no primeiro semestre versus o mesmo período no ano anterior”, percebem Luis Henrique Faria Bittencourt e João Nave, respectivamente gerente de vendas e coordenador de inteligência da Petroquímica Suape (PQS), única produtora do poliéster no país integrada ao intermediário ácido tereftálico purificado (PTA). Entre as justificativas para o desempenho no azul da resina na primeira metade do ano, os dois analistas distinguem um efeito dominó global. “Entre janeiro e junho partiram na Ásia grandes plantas de paraxileno, elevando a oferta dessa principal matéria-prima da cadeia poliéster e assim contribuindo para baixar os preços de PET, queda também transposta para o Brasil”, eles explicam. “Por tabela, a competitividade de PET frente aos preços de outras resinas aumentou, reduzindo custos de produção de nossos clientes e ajudando a viabilizar novos projetos envolvendo a resina”. Quanto aos pontos a desejar, Bittencourt e Nave reiteram que importações de pré-formas vindas do restante do Mercosul já respondem por cerca de 20% do mercado interno de PET e o prejudicam como um todo. “Não contribuem para o aumento da produção nacional da resina e de suas embalagens, além de reduzirem a arrecadação de impostos e geração de renda e empregos”. As importações de pré-formas, por sinal, pesam para acentuar o descompasso entre a capacidade nacional de PET, dimensionada em 1 milhão de t/a, e uma demanda interno cerca de 50% menor.

Bittencourt e Nave prevêm crescimento moderado da economia nesta metade final de 2019, sem afetar a expansão presenciada no consumo brasileiro de PET. “Ele caiu em 2018 mas antevemos um desempenho melhor no exercício atual”. Para respaldar este pensamento positivo, a PQS tem assediado o mercado com grades standard produzidos em seu complexo em Pernambuco e especialidades, a exemplo de resinas para envase a quente, garrafões e garrafas retornáveis, trazidas da unidade argentina de seu controlador, o grupo mexicano Alpek. Ainda neste semestre, adiantam os dois especialsitas, a PQS começa a produzir uma resina, já fornecida pelo seu grupo nos EUA e especificada nos mercados mais exigentes. “Será destinada a embalagens de água mineral, óleo vegetal e produtos de higiene pessoal”, completam Bittencourt e Nave.

Água Mineral

Bendita sede

“O mercado de água mineral cresce à média anual de dois dígitos há oito anos”, situa Carlos Alberto Lancia, presidente da Associação Brasileira da Indústria de Água Mineral (Abinam). “Eu previ com acerto em janeiro crescimento de 5% nas vendas do primeiro semestre sobre o mesmo período em 2018 e projeto que o movimento nesses seis meses finais proporcionará ao setor uma expansão de 8% em 2019, índice equivalente ao patamar de 14 bilhões de litros”. Lancia justifica a continuidade da escalada do mercado de água mineral, à margem da seca na economia, com fatores como a cultura da saudabilidade, à rejeição de consumidores ao risco de contaminantes na água potável encanada e com o seu maior grau de informação sobre as virtudes da água mineral. “O mercado brasileiro tem muito potencial,haja vista seu consumo per capita de 80 litros, abaixo de países como Portugal e Itália”.

Outro vento a favor para o setor de água mineral é a esperança de Lancia para que se inicie, no último trimestre, a implantação em São Paulo de uma medida já em cena em 10 Estados: o selo fiscal de controle e procedência nos vasilhames. Conforme divulgado, trata-se de um meio para combater a concorrência desleal aos produtos originários do Estado de São Paulo. O governo ganha com a não evasão de impostos e aumento da arrecadação e o consumidor é beneficiado pela garantia de que o produto está em conformidade com a vigilância sanitária. Para receber o selo, o fabricante e o distribuidor de água mineral devem estar com, cadastro regularizado nos órgãos públicos de tributação e com alvará válido expedido. Lancia retoma o fio assinalando que um dos indicadores de sonegação é o preço baixo demais. “A atuação dos atacarejos é legalizada, mas como explicar que ofertem água mineral a preços até 70% abaixo da média na praça? Ou são muito eficientes ou estes preços evidenciam dumping (venda abaixo do custo de produção)”.

PAÙnico plástico de engenharia produzido no Brasil, poliamida (PA) atravessou o primeiro semestre sem escoriações,a julgar pela análise da Solvay, controladora da única planta local de PA 6.6 e componedora deste polímero e de PA 6. “Nosso desempenho na primeira metade do ano superou de leve o mesmo período em 2018”, constata Emy Yanagizawa, diretora comercial de poliamidas de perforamance da Solvay nas Américas. “Mesmo num contexto de mercado arrefecido, nosso resultado positivo é mérito da entrga aos clientes de soluções com maior valor agregado, a exemplo da nova linha Technyl One (PA-HT) antichama e livre de halogênio, diferenciada também pelo custo/benefício em aplicações de componentes elétricos”.

Emy confia que o consumo de PA manterá o alto astral neste semestre. “Além da perspectiva de melhora na atividade econômica, apostamos na receptividade a lançamentos para autopeças e outros nichos”. No cercado de PA 6.6, a diretora exemplifica com um grade lubrificado na cor natural, destinado a peças coloridas ou de estrutura complexa, e um tipo de alta fluidez na cor preta, destacado pela processabilidade e acabamento. Na raia de PA 6, salienta a executiva, o mix da planta da Solvay em São Bernardo do Campo (SP) ganha dois compostos. Um deles contém 50% de fibra de vidro, baixa fluidez, boa estabilidade à radiação UV e estabilização térmica especial, enquanto o outro lançamento exibe 30% de fibra de vidro, estabilização térmica e alta temperatura de deflexão térmica.

Alexandre Pastro e Aurélio Mosca, diretores da Krisoll, componedora nacional de PA 6, rememoram que a expectativa de volta por cima da economia com a troca de governo chegou a concretizar-se no mercado do polímero no primeiro trimestre. “Mas com as desventuras do atual governo, a confiança diminuiu e,com ela, os volumes e projeções de vendas”, eles atestam. No segundo trimestre, assinalam, a procura por PA 6 abaixo do esperado resultou num acúmulo de estoques nos fornecedores. Por essas e outras, Pastro e Mosca torcem pela virada no humor da clientela, setor automotivo á frente, nesta última metade do ano. “A aprovação da reforma da Previdência e o encaminhamento da tributária podem aumentar a confiança do empresariado na economia, com reflexos em nosso mercado, um cenário que ficaria perfeito com a estabilidade do câmbio e dos preços internacionais de matérias-primas,dois fatores que nos penalizaram bastante no primeiro semestre”.

Eletroeletrônicos

A voltagem não cai

“No início do ano, falamos em crescimento na casa dos 5% para nosso setor em 2019 sobre 2018 e a previsão está mantida”, assegura José Jorge do Nascimento Junior, diretor presidente da Associação Nacional de Fabricantes de Produtos Eletroeletrônicos (Eletros). “Tivemos um excelente primeiro trimestre, com as vendas da linha branca fechando avanço de 11,71%; eletroportáteis com 17,19% e queda apenas na linha marrom (TV, som e vídeo), de -17,72%, por conta de a base de 2018 incidir em ano de Copa do Mundo”. Nascimento reconhece que o segmento de TV pode reagir a curto numa tendência extensiva aos demais eletroeletrônicos. “Aos poucos, as famílias estão voltando a comprar e a acreditar que a economia tornará a crescer e a gerar postos de trabalho”.

No primeiro semestre, divulgou a Eletros, as vendas de eletrodomésticos somaram 7,6 milhões de unidades ou 13,64% acima do saldo no mesmo período em 2018. As vendas de TVs caíram 16% de de janeiro a junho último versus os primeiros seis meses de 2018 e a Eletros projeta para este ano 5,6 milhões de unidades comercializadas contra 6,4 milhões em 2018. Em termos de portáteis, a Eletos calcula o movimento no primeiro semestre em 32,3 milhões de unidades ou 10% a mais que na metade inicial do ano passado.

MASTERBATCHES

Mesmo com fortes variações nos preços de pigmentos, as vendas de concentrados para filmes e embalagens de cunho especial brindaram a Cromex com desempenho acima da média do setor de transformação no primeiro semestre, informa o diretor comercial Cesar Ortega. Para a metade final do ano, Ortega amarra a previsão de continuidade do fluxo de vendas ao histórico esquentamento da economia no período e a resolução das pendências políticas e econômicas, aspergindo bons fluidos no humor de consumidores e empresários.

Ortega chama a atenção para um céu aberto para materiais auxiliares que a crise não consegue nublar a procura, embalada pelo apelo sustentável, por aditivos aprimoradores das propriedades técnicas e colorimétricas de resinas recicladas. Antenado na tendência, Ortega distingue no portfólio da Cromex os préstimos de um extensor de cadeia que melhora características mecânicas e reológicas de PET reciclado, aumentando a viscosidade e permitindo a exclusão do processo de pós condensação, e a linha de redutores de odor, de alta eficiência em dosagens inferiores a 1% no trabalho com PE recuperado.

Não importa o estrago na economia do momento. Empresário brasileiro sempre entra num novo ano declarando antever margens de sangue azul no próximo balanço. Pois dessa vez um amplo estudo do mercado de masters e aditivos tirou a componedora nacional Termocolor dessa vala do pensamento positivo comum. “Nossa previsão para o primeiro semestre era bastante conservadora, embora considerasse o clima tornado animador pelas promessas de mudanças feitas pelo novo governo”, conta o gerente comercial Wagner Catrasta. Daí porque não houve desencontro entre o planejamento das empresa e o aguado desempenho do mercado entre janeiro e junho último. “Por sinal, tivemos um tênue aumento nas vendas, reflexo de trabalhos iniciados no semestre final de 2018, voltados para a redução no custo e ciclo de produção de clientes”, comenta o executivo, elegendo como principal enxaqueca para sua operação no período a insuficiência de PS e corantes, “causando transtornos consideráveis no mercado”, afirma.

Saído de uma demanda adjetivada como satisfatória de janeiro a junho, Catrasta encara o restante de 2019 com otimismo, mas de pé atrás. “Ainda estamos bem receosos em relação às reformas do governo”, justifica. “Mesmo sendo aprovada, a reforma da Previdência não garante que as grandes empresas investirão no país até dezembro”.

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