A situação anda tão preta que, meses atrás, uma fonte do mercado mandou e-mail a Plásticos em Revista indagando se havia clima dessa vez para realizar o único evento dedicado a identificar e eleger, mediante pesquisa de opinião, as melhores empresas e profissionais do setor plástico do Brasil: o Prêmio Plásticos em Revista (PPR). A pergunta tinha razão de ser. Para onde quer que se olhe no setor, os estragos causados pela recessão saltam à vista. São fabricantes sem vender equipamentos há um ano; mercados-chaves do plástico estirados na UTI, como autopeças e materiais de construção; índices recordes de ociosidade e endividamento entre transformadores e, o pior de tudo, uma enorme incerteza quanto ao que vem por aí em 2017.
A lógica da conjuntura, portanto, seria um pretexto bem aceito na praça para o PRR 2016 ser cancelado. Ocorre que essa desculpa pontual seria capenga, pois teria um efeito deletério sobre duas necessidades perenes: 1) o reconhecimento dos talentos pelo mercado, através do PPR, também é uma forma de continuar a atrair o sangue novo e bom que o profissionalismo do setor plástico requer e 2) trata-se do único evento do ramo a agir como ponto de encontro anual de todas as facetas da cadeia do plástico. Na agenda do setor, a noite do PPR é a marca do encerramento do ano e uma oportunidade única para se iniciar e fortalecer relacionamentos.
Como não há crise que derrube esses argumentos, o evento não rompeu sua sequência iniciada há mais de uma década. Mais de 400 convidados compareceram ao PPR 2016, na noite de 30 de novembro último, nas dependências do espaço paulistano Vila dos Ipês. Além da confraternização obrigatória, o público presenciou a entrega de 52 troféus aos melhores do ano repartidos em 11 categorias e apontados por extenuante pesquisa nacional de opinião empreendida pela consultoria independente MaxiQuim.
Para fechar, cabe aqui um trecho do poema “Perguntas de um operário letrado”, do alemão Bertold Brecht:
Quem construiu Tebas, a das sete portas?/ Nos livros vem o nome dos reis./ Mas foram os reis que transportaram as pedras?
É por isso que o PPR não pode parar.
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