Praga bíblica

Crise hídrica e energia em pane alarmam a transformação de plástico

Se Deus é brasileiro, perdeu a certidão, e São Pedro declarou-se argentino. Essa percepção é gerada pela nitroglicerínica combinação de uma redundância, o planejamento incompetente do governo, com um piripaque climático. Seu saldo é a atual crise hídrica no Sudeste, a explosão dos custos de água e energia, a ameaça de racionamento de eletricidade e o pipocar de apagões em diversas regiões. Essa embolada de tirar o sono do mercado inspirou a realização, em 27 de abril último, em São Paulo, de um seminário dedicado a esquadrinhar o impacto do colapso hídrico e energético sobre a jugular do caixa dos transformadores, evento concebido e promovido a quatro mãos por Plásticos em Revista e a Associação Brasileira da Indústria do Plástico (Abiplast) e patrocinado pela Braskem. Esta reportagem sumariza as principais apresentações.
José Ricardo Roriz Coelho, presidente da Abiplast, traduziu o pesadelo em números. No plano macro, ele desvendou, a hipótese de racionamentos de água e energia tem poder para encolher o PIB entre 1,5% e 2%. Fruto de uma abundância de recursos naturais deixada em mãos oficiais ineptas, nosso custo de energia elétrica só perde, num cotejo mundial, para o italiano, atestou o dirigente, calçado em indicadores da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), da qual Roriz também é vice-presidente. Com a mesma matriz hidroelétrica do Brasil, ele frisou, o Canadá tem tarifa de energia 182% mais barata que a daqui para o consumo industrial. No âmbito dos custos da transformação brasileira de plástico, o encarecimento da energia superou o da matéria-prima e mão de obra no acompanhamento de 2014 feito pela Abiplast.
Na calculadora de Roriz, apenas de janeiro a maio deste ano foram relatados aumentos acima de 40% no preço da eletricidade. Para uma indústria transformadora, segundo projeção do dirigente, esse reajuste no dispêndio de energia já incide em 1% no custo geral da empresa. Na hipótese de racionamento de água, conjetura Roriz, apelar para suprimento de caminhão pipa custaria para o transformador quatro vezes mais que a água proveniente de concessionárias. Na selfie do momento, ele calcula que  o consumo de água gravite em torno de 0,1% no custo geral de uma transformadora e, se entrasse em cena o caminhão pipa, o índice pularia a 0,4%.
Uma imprevista parada por cortesia de apagão acarreta prejuízo da ordem de R$ 33,6 milhões na receita do setor transformador de plásticos, sustenta o banco de dados da Abiplast. Por sua vez, retoma o fio Roriz, o tempo médio de retorno às  atividades de produção, após a parada, é de 150 minutos em média. Ou seja, transpõe o presidente, uma parada de uma hora representa o dispêndio de 3,5 horas até a retomada fabril total de uma empresa de médio porte. No caso de parada de uma hora por corte de energia, acentua Roriz, o setor de artefatos plásticos amargaria sangria estimada em R$117milhões no faturamento.
Roriz ergue a lona do circo dos horrores apontando as dificuldades para obtenção de financiamento de soluções para amortecer os penares com a escassez hídrica e energética. As pedras no caminho citadas por ele compreendem desde a capacidade limitada de financiamento pelo setor até a alta percepção de risco para concessão de crédito pelos agentes financeiros e, para não alongar a lista, o despreparo deles para avaliar os pedidos das indústrias.
Edison Terra, diretor comercial para polietilenos da Braskem, dimensiona o baque da carência de energia sobre a economia nacional. Se houvesse racionamento de 10% da carga, o PIB brasileiro encolheria 0,8% e o PIB da indústria, já mal das pernas, emagreceria 0,3%. Se o racionamento fosse de 15%, o PIB nacional recuaria 1,3% e o industrial, 0,4%. Dados da Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan) repassados por Terra: com base no exercício de 2015, o custo brasileiro de energia, R$ 537/MWh, é 108,7% superior à média internacional.
Ao esquadrinhar o custo total do processo de transformação de plástico, o diretor da Braskem atribui à matéria-prima participação da ordem de 51%. A seguier, alinham-se energia, com 6%; pessoal,com 15% e outros gastos abocanham o percentual restante.
Terra sustenta que a transformação tem ases na manga para poupar até 50% da energia que consome. As soluções apontadas passam pela modernização do parque industrial, uso de geradores em horários de pico, adoção de energia solar no Nordeste, emprego de lâmpadas LED e apoio à reciclagem. No âmbito da água, o executivo considera a economia possível mediante provências como a recuperação de efluentes, uso de hidrômetros nas entradas de processo, captação de chuva  e recuperação de nascentes. O portfólio da Braskem  também exibe munição para o transformador controlar sua conta de eletricidade com rédea curta. O exemplo citado por Terra é o copolímero random de polipropileno Maxio RP 141, capaz de elevar a produtividade, reduzir o peso do artefato e de baixar em 10% o ciclo e em 9% o custo de energia na sua transformação.

 

soluções

Moretto: o argumento da hora.

No entra e sai de gente do seu estande na Feiplastic 2015, Alexandre Nalini, diretor da Moretto do Brasil, sacou não haver, hoje em dia, melhor argumento de venda do que a economia de energia e água proporcionada por seus periféricos trazidos da Itália. Para adensar  este recado, ele recorre aos cases ultra recentes da sistemista de autopeças Valeo e da transformadora de componentes para a linha branca Colormaq. A primeira, ele diz, assombrada pelas montadoras por ora ao deus dará, passou o rodo na compra de itens industriais. “Mas mantém aberta uma conta dedicada a substituir equipamentos por versões capazes de poupar até 50% de energia no comparativo”, ele aparteia. Foi esse o canal, emenda Nalini, trilhado pela Moretto para munir a Valeo de uma central de distribuição de resina integrada com a desumidificação, munida de inversor de frequência. “Seus recursos de inteligência permitem o cálculo do dispêndio preciso de eletricidade para cada momento do processo”, salienta o executivo. Já na Colormaq, o pedido fechado envolveu silos externos e uma central de alimentação acoplada a dosador gravimétrico. No arremate, Nalini destaca os préstimos da parceria em desenvolvimentos da Moretto com Siemens, ABB e Busch. “Isso resultou na adoção de bombas a vácuo menores que as concorrentes, sem prejuízo para seu desempenho e mais econômicas no gasto de energia”, ele afiança. Em alusão à crise hídrica, ele tira da manga as credenciais de seus desumidificadores, sem necessidade de água para o resfriamento. No âmbito dos dry coolers, Nalini enfatiza a eficácia de suas torres de resfriamento de sistema fechado.

 

Até aqui tudo ok

Com menor dependência da rede pública, indústria garante suprimento de água por enquanto

Chuvas acima da média no início de 2015 amenizaram, ainda que timidamente, a situação dos reservatórios de água no Sudeste, região que possui a maior concentração industrial do país. Depois da secura de 2014, em algumas áreas a pior dos últimos cem anos, precipitações recentes servem de alento para inúmeras empresas. O nível atual das represas afasta o risco de racionamento de energia em curto prazo, de acordo com a análise de Anicia Pio, gerente do departamento de meio ambiente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp). Já a crise no suprimento de água só não foi pior porque as fábricas dependem menos da rede pública de distribuição em comparação com a população em geral.
Segundo Anicia, as bacias dos rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí (PCJ) e do Alto Tietê representam o olho do furacão do colapso hídrico no Sudeste. Dependem dessa vazão as regiões metropolitanas de Campinas e Jundiaí (SP), onde está instalado o polo químico e petroquímico de Paulínia, e de São Paulo. “São áreas altamente industrializadas abastecidas pelo Sistema Cantareira”, ela alerta. A vazão do sistema bateu 8,5 m³/segundo em janeiro de 2015 em comparação à média histórica para o mês de quase 63 m³/segundo. O baixo volume pluviométrico tornou mais séria a falta de planejamento para suprir o crescimento do consumo de água. “Técnicos já sabiam da curva descendente que acontece desde 2010”, destaca a especialista. Em janeiro daquele ano, o estoque total de água no Cantareira beirava os 100%, mas desde então o nível cai sistematicamente. “Acabou o período de chuvas e não saímos do volume morto”, Anicia avisa, referindo-se ao uso da reserva técnica do manancial que precisa de bombeamento para ser utilizada.
O suspiro dado até abril último afasta também, por ora, a possibilidade de rodízio no abastecimento de água. “Reunimos poder público e indústria para negociar esse potencial racionamento”, comenta a porta-voz da Fiesp. A grande questão é que fábricas precisam se programar para uma eventual falta de água, pois paradas repentinas causam prejuízos muito altos. “A indústria necessita de tempo para planejar a interrupção das operações de forma a minimizar problemas e riscos”.
Uma suspensão repentina do suprimento de água conseguiria causar sérios danos às grandes regiões afetadas de Campinas e São Paulo. O parque industrial dessas duas áreas combinadas inclui 56.000 estabelecimentos, diz a Fiesp. Pequenas e médias empresas sofrem mais porque ainda são abastecidas pela rede pública da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) ou de concessionárias municipais. As maiores utilizam água de mananciais superficiais e subterrâneos. Esse contingente total, situa Anicia, corresponde a 50% do PIB industrial do Estado de São Paulo.
Aliás, lembra a gerente, ampliações e novas outorgas de captação de água estão suspensas, desde o ano passado, na bacia do rio Piracicaba e de seus formadores que recebem as águas do Sistema Cantareira, impedindo o incremento de qualquer capacidade produtiva de empresas instaladas na região. Estas já tiveram de reduzir em 30% sua captação devido ao baixo nível dos rios. Mas isso não pegou ninguém de surpresa. “A crise não é nova, ela é cíclica. Aconteceu em 2004 e começamos a trabalhar mais forte na conservação e no reúso”, pontua Anicia. O poder público colocou em prática projetos de aumento de vazão e produção, mas eles serão insuficientes para solucionar todo o problema a curto prazo, ela prognostica.
Marcelo Morgado, consultor especializado da GO Associados, concorda que a indústria só não foi mais penalizada porque ela cresceu de forma sustentável, investindo em alternativas que levam à menor dependência do suprimento de água da rede pública. Nesse contexto, projetos de reúso despontam como elo importante na cadeia de soluções. “Não é a única possibilidade, mas é aquela que mais poupa os mananciais”, ele considera.
Na indústria do plástico, por exemplo, a taxa de reúso chega a 93%. Esse tipo de atividade, esclarece Morgado, permite maior nível de reutilização de água porque, além de o efluente ser mais limpo, as aplicações principais são em resfriamento e geração de vapor. O apelo de preservação ambiental é óbvio, mas a adoção desse processo também gera economia de custos. “O uso de membranas de filtração mais eficientes diminuem os gastos com energia”, exemplifica o consultor.
De qualquer forma, ele alerta, alguns cuidados precisam ser tomados na implantação de projetos do tipo. Primeiramente, a rede deve ser independente para separar a água potável da de reúso sem possibilidade de mistura por manobras de válvulas. A correta divulgação de informações é outro fator crucial, com comunicação visual e identificação da tancagem, bem como adoção de cor distinta em descargas sanitárias em prédios comerciais no padrão púrpura.
Na visão de Morgado, dificilmente o poder público vai implantar sistema de rodízio porque, para que fosse de fato eficiente e compensassem os prejuízos, o modelo teria de ser violento, como com dois dias com água e cinco sem por semana, ele ilustra.

 

opinião / Marcelo Morgado

Dicas em gotas

A transformação de plásticos não é hidrointensiva e o consumo está concentrado na lavagem de flocos da reciclagem, resfriamento de equipamentos, em caldeiras e nas banheiras que recebem os fios extrudados. Entretanto, a grave crise hídrica que se abate sobre o Centro-Sul exige a tomada de ações para economizar água, para abater custos com o aumento de tarifas, e enfrentar reedições de estiagens fortes, dada a prevalência das mudanças climáticas. Como em outros campos da melhoria contínua, cabe aqui aplicar ferramentas de benchmarking e inovação. Infelizmente, muitas informações a respeito servem ao uso doméstico e os manuais publicados a respeito são genéricos. A pretensão deste artigo é contribuir com dicas para a atividade. Vamos a elas:
O primeiro passo é pesquisar vazamentos. De nada adianta montar belo projeto para poupar água se houver perdas por avarias na rede. Cabe checar se há consumo em momentos de parada de produção e montar hidrômetro em mais de um ponto para localizar o problema. Tubulações de aço enterradas merecem atenção e, para tanto, pode se recorrer à técnica de detecção acústica.Monitorar o consumo de água é fundamental e, se possível, ele deve ser comparado com valores de referência. A Associação Brasileira da Indústria do Plástico (Abiplast) poderia capitanear um levantamento de consumo específico por kg ou peça produzida. Um dado típico é 0,8 l/kg de plástico.  Isso poderia ser estendido ao consumo doméstico por funcionário e terceirizado, caso haja segregação. O acompanhamento pode ainda ser aplicado entre linhas de produção com medição por hidrômetro.
Realizar campanhas com gincanas e concursos de sugestões, para mobilização da equipe, é algo que faz a diferença. Dispor em murais o gráfico do consumo mensal de água também ajuda.Na lavagem de aparas, a água quente é mais eficiente e a de descarte de tanques de resfriamento das fieiras é uma possibilidade. É recomendável o uso de soda sem exigir muita água na neutralização/enxague. A opção é promover agitação intensa em cestos rotativos e com jatos de maior pressão, descartar o material sobrenadante de tanques e realizar a operação em etapas, em sistema em cascata, com a água mais limpa em contracorrente, transbordando de cada tanque.
As torres de resfriamento são vilãs do consumo de água, mas algumas medidas podem ser adotadas para poupar o líquido:

  • Uso de água desmineralizada (colunas de troca iônica), como água de reposição das perdas de evaporação, alongando a curva de acúmulo de sais (“build-up”) que obriga a mais reposição e até troca (água de “make-up”). Isso também permite a economia de produtos químicos de condicionamento.
  • Proteger as venezianas e superfície exposta das piscinas das torres com tela fina. Isso impede o ingresso de insetos e recomenda-se usar iluminação que não os atraia, evitando que se joguem contra seu reflexo. A decomposição deles requer mais água, bactericida e descartes.
  • Instalar sistema de modulação da velocidade do exaustor da torre com inversor de frequência, recebendo sinal de sensor de temperatura na saída da água fria. Resulta em menor consumo de água e energia.Também aumenta a vida útil do motor, por exigir menos partidas, operação que requer maior gasto de eletricidade.
  • Pintar as torres de branco refletivo traz pequena economia de energia e, por tabela, de água.
    Coletar e reusar água de chuva e de drenagem de recintos subterrâneos como garagens e túneis de serviço. Para tanto, analise a qualidade e avalie a vazão firme. A seguir, estime o consumo não potável para o qual se poderá destinar a água.

Marcelo Morgado é consultor da Consultor da GO Associados

 

Nada de jogar a toalha

Apesar do cenário crítico, pode haver saída para a crise de energia, atestam especialistas.

O Brasil sempre se gabou de ter uma matriz energética limpa e abundante. Porém, uma equação perversa de elementos que incluem fenômenos naturais e medidas erradas, tomadas em horas erradas, levou o país a uma séria crise de energia que por pouco não culminou em racionamento. A seca de 2014 e a consequente diminuição do volume de água nos reservatórios que abastecem as hidrelétricas, combinadas ao fim dos subsídios dados pelo governo que estimulou o consumo e desestabilizou a distribuição, acarretaram em aumentos de 50% só entre dezembro do ano passado e abril deste ano. “Para o consumidor residencial, a alta bate 60%”, dispara Carlos Schoeps, CEO da Replace, consultoria especializada em energia. O mercado livre não escapou dos reajustes, mas eles ficaram entre 25% e 30%, estima o consultor.
As oscilações não devem terminar em curto prazo. O Brasil, explica Schoeps, opera em regime hidrotérmico. Ou seja, quanto mais água nos reservatórios, maior é o uso das hidroelétricas. Quanto menos, mais as usinas térmicas são acionadas. “O uso das térmicas traz mais volatilidade aos preços e isso foi uma das causas do encarecimento”, ele pondera. De acordo com o especialista, os planos de aumento da geração atende ao crescimento do consumo nos próximos anos e, mesmo com atraso nas obras, há excedente de oferta. “A questão é que o grosso das expansões está em hidroelétricas e em base eólica e, portanto, dependeremos mais da natureza. Com isso, os preços futuros serão variáveis”, destaca.
Enquanto as expansões não acontecem, o Brasil só não encara racionamento já este ano por conta da recessão na qual o país se encontra. “Se a atividade econômica estivesse normal, com certeza enfrentaríamos problemas ainda em 2015”, Schoeps vaticina. E, como o Brasil não desligará suas usinas térmicas de forma a poupar o que resta nos reservatórios, a energia permanecerá com preços em patamares elevados pelo menos até março de 2016.
Até lá, será necessária a ajuda de São Pedro para assegurar o suprimento dos consumidores brasileiros. Segundo cenários traçados pela consultoria, com chuvas entre 90% e 100% da média é possível que a situação seja normalizada no próximo ano, mas, se chover abaixo de 80% da média, as chances de faltar energia são bastante altas. Tudo, é claro, depende do nível de consumo, que no exercício atual tende a baixar devido ao menor PIB, tarifaço e programas de racionalização.
Nesse sentido, projetos de cogeração de energia tendem a fazer com que consumidores fujam da volatilidade e deixem de depender da rede oficial. Sérgio Pais, executivo de vendas diretas da Comgás, defende esse tipo de iniciativa como uma das soluções para superar a crise atual. Cogeração com gás natural assegura mais eficiência e custos atraentes ao usuário, ele avisa.
Pesa a favor da companhia sua abrangência país afora. “O Brasil é todo interligado com redes de gás, por isso não faltará suprimento”, enfatiza Pais. Desde 2010, a Comgás detém o título de maior distribuidora do país, com 30% de participação nas vendas nacionais de gás natural. Hoje sua base de clientes supera 1,4 milhão de usuários, ele comemora.
Segundo o especialista, embora projetos de cogeração sejam customizados para cada caso, o modelo com motogeradores de kit dual fuel, por exemplo, oferece algumas vantagens. Entre elas, ele enumera, sobressaem o fornecimento contínuo de gás sem necessidade de estoque, sistema flexível de gás e diesel e possibilidade de geração energética em horário de ponta e emergência. Nesse sistema, o retorno do investimento é rápido e o gás natural apresenta o menor custo em R$/MWh. Em horário de ponta, a economia pode ultrapassar os 30%, Pais finaliza. •

 

soluções

Romi: caderneta de poupança na injeção e sopro

A economia de energia permeia todas as inovações da Romi, seja no sopro ou na injeção. No primeiro caso, informa o diretor William dos Reis, como as máquinas trabalham no limite de seus movimentos, o próximo passo seria o desenvolvimento de equipamentos totalmente elétricos. “Não vejo vantagem em colocar um servossistema na hidráulica da sopradora. Para haver ganhos em um projeto assim, seriam necessários ciclos mais longos e com tempo de espera, algo que em regra não acontece no sopro”, ele justifica. Em suma, quanto mais curto o ciclo, menor a economia de energia na comparação entre uma máquina equipada com servomotor versus uma convencional. No campo da injeção, a série hidráulica EN está no caminho certo, indica Reis. Modelos chegaram a receber nota 9+ da entidade reguladora Euromap , relativa à economia de energia. Para merecer esse aval, lembra Reis, todo equipamento com até 450 toneladas de força de fechamento, quando ocioso, precisa registrar consumo menor de 1 KW/h. Acima desse tamanho, o consumo tem de ser abaixo de 3 KW/h. As injetoras elétricas da Romi receberam 10+ da Euromap, fecha o diretor.

 

Frigel esfria gasto de água e energia

“Em geral, o transformador tem pouca noção sobre como economizar energia e água”, percebe Marco Parigi, gerente de engenharia da base brasileira da Frigel, cânone italiano em processos inteligentes de resfriamento. “Nós damos a solução com sistemas de circuito fechado, controle térmico por software e desligamento automático, um conjunto de equipamentos aliás submetidos, após a partida, a auditoria energética na planta do cliente”.
Com nove unidades no planeta (ver sites www.frigel.com e www.frigel.ind.br)  e mais de 5.000 clientes cultivados na América Latina, a Frigel zela por um contingente acima de 2.000 no Brasil, a partir da filial em Iracemápolis, interior paulista. “Todos os periféricos montados aqui estão finamizados”, assevera Parigi, elegendo como carro chefe o conjunto em circuito fechado Ecodry System, caracterizado pelo acoplamento de resfriamento adiabático de fluido, refrigerador  individual e termorregulador de processo. “O  gasto de energia de Ecodry é perto de 30% inferior ao do sistema tradicional de torre aberta e geladeira central”, confronta o executivo.
Em Iracemápolis, assinala Parigi, a Frigel constrói compactas geladeiras individuais com capacidade operacional de 4 a 200 kW. “Acima desse limite, trazemos o aeroresfriador da Itália”, delimita o executivo, enfatizando o protocolo padrão da placa mãe e software do controle térmico da geladeira, além da mínima evaporação de água e o aumento aferido da umidade relativa do ar, mérito em particular da câmara adiabática alojada no compartimento dos filtros umidificadores. “Ao lado dessa câmara, o resfriamento do sistema de troca térmica e ventiladores capazes de reduzir a temperatura do ar, incrementando a umidade para resfriar a seguir a água do processo, pesam para baixar o dispêndio hídrico e energético”,acentua Parigi.
O portfólio brasileiro da Frigel se completa com chillers para trabalho ao lado da máquina  básica, munidos de  microprocessador, sistema integrado de resfriamento automático e temperatura mantida constante por meio de válvula proporcional. Ainda entre os periféricos nacionalizados, encaixa Parigi, constam termorreguladores individuais, em ação também ao pé da injetora e diferenciados por recursos como cinco sensores (de pressão e temperatura) e regulagem do resfriamento do processo considerada superior à concorrência, em razão da válvula proporcional incorporada. “É possível, por sinal, estender ao operador da injetora o controle da geladeira”, arremata Parigi. “A Frigel já adaptou este seu software à maioria das marcas de injetoras e, em caso de linhas fora dessa parceria, está aberta a ajustar a ligação da máquina do cliente ao programa”.

 

 

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