Até a transição da energia fóssil para a renovável ganhar unanimidade mundial, a Guiana tirou a sorte grande. A subida de status na sua economia é vislumbrada no registro, compilado nos últimos cinco anos, de reservas de petróleo superiores a 11 bilhões de barris em sua costa banhada pelo Atlântico Norte.
A descoberta do óleo cru aconteceu em 2015 e quatro anos depois começou a prospecção. No embalo, como noticia a respeitada Polyolefins Consulting, já tramita a licitação para a construção da primeira refinaria de óleo do país, disputada por sete candidatos privados e que responderão pelo investimento integral da obra, agendada para iniciar até março e focada no processamento de 30.000 barris/dia.
Está no ar a incógnita se a futura refinaria atrairá desdobramentos em petroquímicos básicos e materiais da segunda geração, como termoplásticos. Um toque de leve: uma refinaria consome em média quatro anos para ser construída e 30 anos para se pagar.
Neste ínterim, como pressupõe a arenga dos pastores da circularidade, o troca-troca das fontes fósseis por renováveis vai se agigantar, prenunciando insuportável ociosidade para as indústrias petrolíferas que, em reação preventiva de algumas delas, já fecham refinarias e abrem os braços para a energia limpa. A propósito, reza a Wikipedia, abacaxi é um dos carros-chefes da economia da Guiana.