Packseven estica capacidade de stretch

Transformadora debuta na coextrusão de sete camadas do filme industrial
Stretch: oferta acima da demanda interna por filmes industriais.
Stretch: oferta acima da demanda interna por filmes industriais.

O vigor do estiramento das vendas nacionais de stretch perdeu gás nos últimos anos, mornidão aliás extensiva aos filmes industriais como um todo. Em 2021, pelas medições setoriais, a produção brasileira rondava 214.000 toneladas (- 0,7% perante o pandêmico 2020) e não passou de 104.000 na primeira metade do exercício sob estagflação em 2022. No pano de fundo, a capacidade produtiva de stretch no país, situam os dados mais recentes na praça, passou de 200.000 t/a em 2018 à faixa de 250.000 dois anos depois. Apesar do excedente, a Packseven, trem-bala nacional em sobreembalagens, não só põe fé na volta do mercado a boas taxas de expansão do filme estirável como entende que o caminho das pedras para sobressair no ramo passa pela tecnologia diferenciada. Dai o aporte de R$ 16 milhões na coextrusora italiana Colines que roda agora em seu primeiro ano de operação industrial. “Além de aumentar nossa produção de stretch, essa linha cast renova e mantém a competitividade do nosso parque fabril”, atesta o diretor Kléber Ávila.

Acionada sem alarido em outubro último, a coextrusora montada na região da Lombardia eleva em 30% a capacidade de stretch da Plastseven. Ávila comenta que a linha Colines foi selecionada com base em seu projeto, custo-benefício e tecnologia. Transpondo a trindade para os dados concretos, a máquina produz na faixa máxima de 2.200 kg/h de stretch de oito a 10 micra de espessura. Com cinco extrusoras, ela provê filmes de sete camadas, bem mais resistentes que os tipos de stretch de três e cinco camadas predominantes na oferta doméstica.Entre os diferenciais da tecnologia Colines, Ávila encaixa bobinadeiras automáticas da torre, dotadas de motores munidos de resistências movidas por radiação infravermelha, um ás de ouros  para poupar eletricidade. Medições da Colines situam o consumo energético do equipamento em 4 kW/h.

A operação de stretch da Packseven está concentrada na planta em Manaus, enriquecida também com os equipamentos antes transferidos da encerrada filial na fluminense Bom Jardim, ali instalada devido aos incentivos fiscais locais. Doces de coco em impostos e tarifas de importação também seduziram grandes  transformadores de flexíveis commodities do Sul/Sudeste, entre eles a paulista Packseven, a fincar unidades refesteladas na Zona Franca. Como stretch é super concorrido filme de altas tiragens e baixo valor agregado, gerado em máquinas produtivas e com poucas variações de receitas, seu custo fica baseado, em especial, no preço da resina (PEBDL) e, a depender do incentivo fiscal do local da produção, seu transformador se torna nacionalmente mais competitivo.

Ávila esclarece que a Packseven entrou em junho de 2020 em recuperação judicial, resultante de impactos sofridos pelo negócio na primeira onda da covid 19, marcada pelas restrições sanitárias. “O processo é de conhecimento público e nossos balanços mensais são auditados desde então pela consultoria Delloite”, esclarece o diretor. Uma vez concluída a renegociação das dívidas em outubro de 2021 e com o apoio da maioria dos credores, reitera Ávila, foi possível a compra da coextrusora Colines. “Por sinal, ela transmite mais segurança para a tramitação da recuperação judicial, como  demonstração aos credores da saúde financeira e potencial de crescimento da Packseven”.

Compartilhe esta notícia:

Deixe um comentário