Disputa suada à flor da pele

Preferência crescente pelos aerossóis ameaça frascos plásticos no mercado bilionário dos desodorantes
desodorantes

Em mais de um século de trajetória, o plástico abriu caminho desvendando aplicações e substituindo materiais concorrentes à sombra de vantagens econômicas e/ou de performance. Mas justo no envase de desodorantes, um bilionário mercado de produtos de rápido consumo e no qual o Brasil é vice-líder mundial, as embalagens sopradas deparam com uma reviravolta rara em seu currículo: ceder terreno a um rival, o alumínio, absoluto no envase do desodorante aerossol, o tipo mais requintado e hoje de maior torque nas vendas – popularização resultante da economia de escala – e no qual o plástico restringe-se à injeção de tampas e itens da válvula. No frasco ele não tem assento por falta de resistência mecânica para manter a pressão interna exercida pelo gás e devido à barreira insuficiente para conter sua migração. Assim, a presença das resinas no segmento, em especial polietileno (PE), limita-se aos recipientes dos desodorantes na rabeira dos balanços e cada vez mais acuados pelo rolo compressor do aerossol: as categorias dos cremes, squeeze/pump (spray de líquido), stick e roll-on.

Contra números não cabe embargo, apelação, chicana ou pedido de vistas. Entre 2012 e 2017, atesta pesquisa da consultoria Euromonitor, as vendas de desodorantes no Brasil acusam taxa de crescimento acumulado de 3%, culminando em receita de R$ 9.772,1 bilhões no ano passado. Ao longo desse quinquênio, registraram quedas as categorias de desodorante em cremes (-6,9%), pump (-3,6%), roll-on (-5,7%) e o tipo stick (-3,2%). Em contraste, aerossóis mostram alta de 11,8% no mesmo período, somando faturamento de R$ 5.874 bilhões em 2017, cifra correspondente a mais de 50% das vendas totais de desodorantes no país e, muitos degraus abaixo, o roll-on pega o segundo posto com receita de R$ 2.011,4 bilhões no ano passado. O quadro reflete a migração da preferência das pessoas, sustenta análise a pedido de Plásticos em Revista feita pela Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos (Abihpec). “O consumidor está mudando para os aerossóis por ser um desodorante mais fácil de aplicar, moderno e prático para uso”, sustenta a entidade. Retomando o fio, a Euromonitor estima que o mercado nacional de desodorantes evolua com taxa de crescimento anual composto de 1,8% entre 2017 e 2022, atingindo R$10.664,7 bilhões e com declínio antevisto nas categorias pump (-1%), roll-on (-5,2%) e stick (-3,1%). Por seu turno, completa a consultoria, aerossol devem manter o viés de alta (4,4%) e o consumo de desodorantes em cremes, atual penúltima categoria em vendas (ganha apenas do tipo stick) tende a reagir (2,6%) no acumulado entre 2017 e 2022 projetado pela Euromonitor.

Embora a Abihpec enxergue no desodorante um item essencial na cesta de consumo da população, suas vendas internas declinam desde 2015 com a economia no meio fio. Apenas em 2017 a receita murchou 8,1%, calcula a Euromonitor. Na visão da Abihpec, “em tempos de crise, as pessoas trocam as marcas mas não deixam de comprar desodorante”. A Euromonitor assina embaixo ao atribuir o recuo por três anos a fio nas vendas a uma redução no tíquete médio gasto no produto, efeito de intensas promoções. “O consumidor brasileiro busca a promoção na prateleira do desodorante”, sublinha a análise da Abihpec. “Estratégias que variam de descontos como ‘compre 2 e leve 1 grátis’ estão se tornando padrão na categoria, aumentando a competição entre empresas para reagir à queda nas vendas”, constata a entidade, antevendo continuidade das promoções e competição de preços cada vez mais intensa. A recessão em cena até segunda ordem dá mais corda ao suor transpirado nessa disputa.

A indústria de desodorantes, observa a Abihpec, investe em inovação para corresponder a desejos captados no consumidor, a exemplo de produtos com atributos além da função original, caso de longa duração, clareamento de axilas, ação antibacteriana ou efeito antimanchas em roupas. Entre as categorias, a dos líderes aerossóis concentra o grosso das novidades. “Inclusive, foi registrado desde 2016 um crescimento da procura por esses desodorantes em embalagens compactadas, de 75 ml e 90 ml, demonstrando a preferência dos compradores pela praticidade”, aponta a análise da associação. “Outro comportamento que chama atenção é a busca por produtos que ofereçam benefícios específicos, como antistress e redução de pelos”.

Aerossol é o formato de desodorante mais importante, confirma Ana Cristina Simões, gerente de contas da consultoria Kantar Worldpanel. “O contínuo crescimento de suas vendas nos últimos anos decorre da expansão do número de lares compradores e do aumento de consumo por quem já utiliza o aplicador”, ela atribui. “Hoje em dia, cerca de sete a cada 10 lares brasileiros compra o tipo aerossol dentro do período de um ano. Por sua vez, os formatos roll-on e pump, que já foram os mais importantes, têm perdido relevância ano a ano”. Além do mais, acentua a especialista, o desodorante aerossol ampliou sua taxa de crescimento a partir da entrada em marcas mais baratas, possibilitando seu acesso por classes mais baixas, “pois trabalham num target de preço muito agressivo”, ela completa.
Ana Cristina reitera que, como desodorante é produto presente em quase nove a cada 10 moradias no Brasil, a engorda das suas vendas tem ocorrido, em especial, devido ao aumento do consumo pela massa consolidada de usuários. “Para 2018, a previsão ainda é de crescimento, pois o segmento ampliou as vendas 6,4% em valor, considerando o ano móvel até junho último versus o mesmo período em 2017”. Para a gerente da Kantar Worldpanel, as versões mais vendidas, aerossol e roll-on, mobilizam as inovações das principais marcas. “De forma geral, os consumidores do setor de higiene e beleza andam cada vez mais exigentes quanto à diferenciação e custo/benefício dos produtos, efeito do momento econômico”, associa Ana Cristina. “Nos últimos anos, a entrega de benefícios tem sido o principal destaque no âmbito dos desodorantes e algumas marcas começam a investir em produtos com apelo de naturalidade (insumos naturais). No entanto, como a categoria é muito dinâmica, novas tendências podem surgir a qualquer momento”.

Uma exemplar quebra de paradigma em desodorantes: a aposentadoria de sua imagem de cosmético unissex. Pesquisa recente da agência de inteligência de mercado Mintel sustenta que 71% dos homens preferem desodorantes concebidos para uso específico do genuíno sexo frágil. Dedicada a este público, a Zog não tem do que se queixar. “Desodorante é item indispensável para suprir necessidades rotineiras dos homens, seja para transpirar menos, proteger ou proporcionar conforto ao longo do dia”, interpreta Juliana Furtado, gerente de marketing da marca. Desse modo, mesmo com o ambiente mais recessivo, eles não abrem mão de um bom desodorante”.

O mostruário da Zog aloja desodorantes pump e roll on, quintais dos frascos plásticos. “Nossas embalagens são esportivas, lindas, econômicas e práticas, no tamanho ideal para se levar na bolsa”, frisa a executiva. “A relação custo/benefício é super positiva”. Conforme esclarece, a linha Zog foi inspirada pelo seletivo mercado de luxo. “Porém, sempre nos propusemos a atender homens de classe média baixa, capazes de valorizar a qualidade e o bom gosto aliadas a preços mais acessíveis e atendendo às mais diversas preferências olfativas, desde as notas mais frescas como as da linha Zog Sport às amadeiradas, como as da Zog Rodeo”, assinala Juliana. “Os consumidores consideram nossa performance excelente devido a duração superior à concorrência e por muitas vezes substituírem até colônias”. Na esfera das tendências nos hábitos de compra do seu mercado, a gerente distingue o conceito “mais por menos” como um caminho sem volta nos desodorantes. “Os consumidores querem produtos de super performance ao menor custo”, sintetiza.
Antes restritos a desodorantes premium, vários argumentos para comunicar benefícios ficaram aos poucos mais acessíveis ao longo dos anos e se disseminaram nas versões de preço menor, pondera Antonio Celso da Silva, diretor da Payot Cosméticos e da Associação Brasileira de Cosmetologia (ABC). “Por exemplo, ação perspirante, hidratação e clareador de manchas”, ele aponta. “Em suma, à ação de apenas desodorizar agregaram-se novas funções cosméticas”. Cada benefício adicionado, segue o especialista, implica maior valor agregado e encarece o produto final. “A categoria de desodorante que mais permite um preço maior é o aerossol, razão pela qual é a mais contemplada com inovações”, expõe Silva. “Já a categoria squeeze, por exemplo, possui preço muito baixo e não permite a adição de benefícios diferenciadores a um princípio ativo, pois essas matérias-primas são caras”.

Silva enxerga perspectivas complicadas para os desodorantes em cremes, palco aliás de bisnagas e potes de poliolefinas. “Muitos não gostam dessa categoria, pela falta de higiene no uso e porque a maioria dos cremes não tem um atributo fundamental, o sensorial seco”. Quanto à categoria stick, o dirigente julga que, embora de largo uso internacional, ainda não caiu no gosto do brasileiro. Em paralelo, acrescenta, o desodorante squeeze é o tipo que mais tem caído no mundo, mas continua muito demandado por aqui. “Constitui a categoria que mais vai perder mercado para o aerossol, pois seu preço tende, devido ao ganho de escala, a reduzir a ponto de aproximar-se do squeeze, porém apresentando muito mais benefícios que interessam ao consumidor”.

As tendências à vista para cosméticos como um todo valem para os desodorantes, percebe o diretor da ABC e Payot. “Cada vez mais eles incorporam benefícios que os tornam multifuncionais e o apelo amigo das natureza, relacionado a produtos ecologicamente corretos, veganos e não testados em animais, decerto contemplará o segmento dos desodorantes”, sustenta Silva.

Entre as formadoras de opinião em cosméticos, a Natura firma-se entre as primeiras no país a atrelar seu engajamento na economia circular como elemento diferenciador de suas formulações e embalagens. Atuante em diversas categorias de desodorantes, ela também pauta a escolha dos materiais utilizados no envase buscando reduzir o impacto ambiental dos produtos, salienta o gerente de sustentabilidade Keyvan Macedo. “A linha de desodorante pump (spray) emprega frasco com teor de 30% de material reciclado pós-consumo e sua versão refil, embalada em PET reciclado, permite ao consumidor recomprar o produto com menor custo”, ele observa. “As linhas de desodorantes em cremes e roll-on empregam frascos de PE verde (resina produzida pela Braskem pela rota alcoolquímica) e nossa série de aerossóis é disponibilizadas em versão ecocompacta, em tamanho menor e com menos material de embalagem, exibindo o mesmo rendimento perante os recipientes tradicionais no gênero”.

Com a bola toda

A evolução da tecnologia injection blow moulding e outros plus para a produção modelo de embalagens de desodorante

Segundo em vendas do segmento no Brasil e categoria menos vulnerável à comoditização do líder aerossol, o desodorante roll-on é benção papal para embalagens de poliolefinas advindas do processo injection blow moulding (injeção/sopro – IBM) e que tem na norte-americana Jomar o suprassumo global dessa tecnologia. “O aprimoramento recente de maior impacto em nossas linhas para o mercado de desodorantes é o fato de agora dispormos de versão servo-hidráulica para nossos equipamentos maiores”, distingue Ron Gabriele, gerente comercial dessa indústria há 50 anos na ativa, com sede no Estado de New Jersey e mais de 2.000 máquinas colocadas mundo afora.

Gabriele elege a máquina 85S como o modelo de tamanho mais popular talhado para o mercado brasileiro de frascos de desodorante roll-on. “A versão servo-hidráulica dessa linha poupa quase 50% da energia elétrica consumida pela máquina standard, além de rodar com ciclo a seco mais reduzido. Em outras palavras, o novo equipamento torna a produção dos frascos mais barata em razão do corte nos gastos com utilidades no processo e do aumento proporcionado às tiragens dos recipientes”. Intitulada IntelliDrive, essa série munida de servomotor hidráulico acena, no modelo 85S, com capacidade para 60 galões de óleo ciclo a seco de1.8 segundo versus 3 segundos e capacidade para 100 galões computados na versão standard 85S. Sua economia energética é considerada equivalente à de linhas IBM 100% elétricas.

Outro ás que a Jomar tira da manga para frascos de desodorantes roll-on é a máquina IBM 65, de nome feito em mercados emergentes pela combinação de valor e capacidade e por pontos altos como resfriamento interno e externo, opções de roscas de plastificação e pressão de injeção e velocidade de rosca eletronicamente controladas. “Também desenvolvemos uma nova versão dessa máquina, dedicada a produções elevadas, denominada TechnoDrive 65”, encaixa Gabriele. Segundo esclareceu na mídia Carlos Castro, CEO da Jomar, a TechnoDrive 65 é um rebento do sucesso da série IntelliDrive, em campo desde 2016. “Ambas as linhas adotam tecnologias redutoras do ciclo e capazes de ampliar a vida útil do molde e componentes da máquina”.

A máquina TechnoDrive 65 trabalha com ciclo a seco de apenas 1,8 segundo, índice atribuído às mais velozes linhas IBM de porte similar. Ela utiliza um sistema closed loop do cilindro que permite o fechamento com maior rapidez e precisão. A linhaTechnoDrive, atesta a Jomar, tem condições de moldar 41 gramas por segundo de resinas como polietileno de alta densidade e dá conta de altos volumes de produção a custo na faixa do aferido com o modelo convencional Jomar 65.

Moldes para IBM estão no sangue da matrizaria catarinense Btomec, ainda mais após a parceria tecnocomercial firmada este ano com a ferramentaria norte-americana R/D Leverage. “O sistema Liberty desenvolvido pela R/D Leverage possibilita a construção de moldes ideais para frascos dependentes de alta precisão e qualidade contínua durante sua vida útil de funcionamento em linhas IBM”, enfatiza Wiland Tiergarten, CEO da matrizaria incrustada em Joinville. “O sistema Liberty incorpora ao molde uma inovadora câmara quente chamada ‘Genesis’, que aprimora a eficiência do processo e a qualidade final, eliminando defeitos comuns nas embalagens providas por moldes tradicionais de IBM”.

Tiergarten explica que, vedados por tampas stand up, frascos de desodorante roll on são fabricados em peças únicas, para as quais a tecnologia IBM é insuperável. “Há quem recorra ao sopro por extrusão contínua, mas são bem grandes os riscos de vazamentos e problemas de qualidade geral”, comenta o dirigente. Para os frascos soprados para desodorantes como squeeze e stick, Tiergarten percebe intensa procura por tampas flip top, no rastro de sua praticidade para o consumidor. “Elas exigem altíssima precisão na usinagem dos componentes do molde, por conta das geometrias cada vez mais complexas, e sistemas in mold closing (IMC) são incorporados às ferramentas, submetidas a ciclos de injeção em geral muito agressivos e por isso são confeccionadas com aços nobres contemplados com tratamentos superficiais para assegurar o desempenho esperado”.

Também aliada à R/D Leverage para cobrir o potencial sul-americano de moldes top de injeção de embalagens, a paranaense Artis Matriz tem troféus na parede como matrizes para atuadores (elementos do conjunto da válvula) de embalagens sopradas de desodorantes de grifes como a Natura. “Somos consultados sobre uma grande diversidade de moldes de tampas para frascos de desodorantes”, reconhece Fabianio Nunes, gerente de vendas e marketing da ferramentaria sediada na Grande Curitiba. “Entre as propostas, destacam-se moldes para tampas premium de desodorante-colônia, em busca de matrizes mais produtivas e, nos últimos anos, percebemos procura crescente pelo aumento de cavidades nesses moldes complexos, uma via para reduzir o custo final da peça injetada”, interpreta o técnico.

Como referência da complexidade progressiva nos projetos, Nunes cita exigências frequentes como tornar praticamente invisíveis as linhas de fechamento de tampas. “Isso implica o uso de materiais como aços de superfície tratada termicamente”. Em paralelo, o especialista assinala a preocupação na encomendas de moldes para essas tampas em não deixar visível ou minimizar o vestígio do ponto de injeção. “São especificações que tornam o projeto do molde mais limitado em termos físicos e que nos levam a recorrer a sistemas cada vez mais aprimorados de câmara quente”.

Ainda na esfera das tampas de desodorante, sejam para pump, stick ou aerossol, a austríaca Wittmann Battenfeld serve à mesa a série de injetoras elétricas Ecopower. “Consta de linhas de 160 a 500 toneladas, desenhadas para injeção de parede fina e ciclo rápido”, descreve Cássio Saltori, diretor geral do escritório comercial da empresa no Brasil. “Elas atingem acelerações de até 15.000 mm/s²”.

Nº1 do Brasil em sopradoras, a Pavan Zanetti rouba a cena no âmbito de frascos de polietileno de alta densidade para desodorantes pump e stick com sua máquina BMT 5.6D/H. “É o modelo mais utilizado para esse tipo de embalagem dependente de qualidade no sopro por extrusão contínua e trabalho com várias cores, masters perolizados e auxiliares soft touch”, pondera o diretor Newton Zanetti. “São máquinas de porte médio e rápidas, com capacidade para empregar cabeçotes de até seis cavidades por estação e possuidoras dos melhor custo/benefício para essa atividade de muita troca de moldes e cores”.

O diretor ressalta que o recente advento da versão híbrida dessa sopradora implicou a adoção de motores elétricos, comandados por inversores de frequência, para realizar os deslocamentos das estações dos moldes, movimentos por sinal medidos por encoders. “Essas medidas acarretaram economia energética de 6% e redução de óleo hidráulico no sistema, diminuindo potenciais vazamentos, configurando assim um apelo ecológico de força no setor de cosméticos, cujos ambientes de produção em regra são salas limpas (clean room)”, associa Newton Zanetti. “A curto prazo”, ele adianta, “a meta é substituir nessa máquina híbrida mais funções hidráulicas, como o cilindro de sopro e o programador de espessura, por soluções elétricas”.

Fora da zona de conforto

As inovações que transpiram das resinas e aditivos

Dos frascos às tampas, as embalagens de desodorantes alisam a pele das poliolefinas. No âmbito do sopro e do processo de injeção sopro (IBM -injection blow moulding), este absoluto na categoria roll-on, quem dá as cartas é polietileno de alta densidade (PEAD). “Frascos de desodorante squeeze/pump são desenhados para sopro por extrusão contínua, tal como os do tipo stick, que também podem ser produzidos por IBM”, explica Zolder Stekhart, gerente de conta responsável pelo mercado de sopro para embalagens da Braskem, único produtor de PE e polipropileno (PP) do país.

Para sopro e IBM, Stekhart empunha como diferenciais do seu mostruário o grade de PEAD HD7000C. “Imprime alta rigidez ao corpo soprado, aliada a uma excelente processabilidade”, descreve. No tocante ao acabamento da embalagem, tópico ultra prezado pelas marcas de desodorantes para saltar aos olhos na prateleira, o executivo acena com a resina Rigeo Lumios, cujo ímã é o brilho elevado e transformável por sopro coex ou IBM.

Tampas e o conjunto da válvula são a praia da injeção de PP. Neste compartimento, uma pedida da Braskem é o homopolímero nucleadoMaxio FT120WV. “Aprimora a estabilidade dimensional das peças e reduz o ciclo de injeção”, informa Juliana Censoni, gerente de marketing de PP da companhia petroquímica. Em copolímeros, o menu de random Braskem marca pela pluralidade de índices de fluidez. “Para ganhos de produtividade em especial quanto a tampas de parede fina, são recomendados os grades de índices mais alto de fluidez: DP 180, RP 340S e RP 149”, delimita a especialista, indicando para a injeção de parede espessa dois tipos de baixo índice de fluidez: os copolímeros 347 e RP 340R. No arremate, Juliana comparece com as resinas para injeção Prisma 3410 1419. “Proporcionam transparência e brilho em grau inatingível pelos grades convencionais de PP”.

Sem alusões a preconceito de cor, o branco sobressai no visual dos frascos em geral opacos de desodorantes. No Brasil, a componedora norte-americana A.Schulman reluz em embalagens desse naipe com petardos como o master de PE com dióxido de titânio trazido a custo competitivo de sua planta no México, à sombra do acordo bilateral comercial. “Oferecemos masters de diversas cores para frascos de PE, concentrados principalmente em base das resinas de baixa densidade (PEBD) e lineares (PEBDL”, coloca Roberto Castilho, gerente comercial para masters responsável pelos mercados do Brasil e Argentina. “Para tampas injetadas de desodorante, nosso material mais recomendado é Polybatch P8377, master branco com teor de 70% de dioxido de titânio” distingue Castilho.

É também das tampas que Roberto Herrero, coordenador do laboratório de cores da Cromex, nº1 nacional em masters, pesca uma tendência-chave da apresentação dos desodorantes. “Chama atenção a inserção de efeitos perolados e metalizados em tampas do segmento masculino”, nota. O portfólio da Cromex dispõe de formulações entrosadas com esse movimento e com as demandas generalizadas entre as marcas de desodorantes. “Na linha feminina, as cores mais procuradas são brancos e tons pastéis para os frascos e cores translúcidas para as tampas, enquanto os desodorantes masculinos demandam tons escuros de azul e cinza para frascos e tampas em cores opacas”, delimita Herrero.

Masters brancos para poliolefinas sentam no trono das vendas da Termocolor para embalagens de desodorantes confirma Wagner Catrasta, gerente comercial para a América Latina da veterana componedora brasileira. “São utilizados na extrusão e coextrusão de bisnagas para desodorantes em cremes como para frascos dos tipos pump, stick e roll-on”, pormenoriza o executivo. “Para tampas, inclusive para a categoria aerossol dispomos de vasta cartela de cores translúcidas com e sem efeitos especiais e, entre os aditivos, os mais procurados por este segmento são o auxiliar de fluxo e o agente antiestático, este último para evitar que o acúmulo de pó afete a apresentação do desodorante no ponto de venda”.
A inglesa Croda também manda ver em aditivos antiestáticos com um portfólio diferenciado da série Atmer. “Dispomos de soluções de curta e longa duração para poliolefinas estirênicos e PVC em quatro formatos: líquido, pastilha, grânulos (beads) e microgrânulos (microbeads)”, alinha Lygia Bruni, coordenadora de marketing da empresa para a América Latina.

O assédio às embalagens de desodorante é estendido pela Croda com aditivos anti-risco. “Além de cumprirem a função básica com esmero, eles não alteram a aparência final do frasco, enquanto alguns aditivos podem deixar a peça com aspecto mais pegajoso”, sustenta Lygia. O cerco da Croda se completa com a linha de aditivos de deslizamento e antiblock Incroslip. “Não interfere na oxidação térmica, aprimora a manutenção da cor e, no caso de embalagens transparentes ou claras, evita o amarelamento com o passar do tempo”, esclarece a executiva. “Outra vantagem dessa estabilidade térmica é a possibilidade de seu nível de adição ser inferior a de outros auxiliares para deslizamento, mas que acabam sofrendo interferência na oxidação térmica”.

Do seu mirante global em poliolefinas e especialidades plásticas, a norte-americana ExxonMobil enxerga em embalagens de desodorantes uma suíte presidencial para seus polímeros de performance Vistamaxx. “Para embalagens rígidas, seus principais atributos são a resistência ao impacto, flexibilidade, redução de branqueamento por stress, maciez e a possibilidade de incorporação de cargas” enfileira Newton Atore, engenheiro de vendas do produto para o Brasil. “Para frascos soprados de PEAD, os grades de Vistamaxx podem melhorar a resistência à tensão por fissuramento sem comprometer os requisitos de top load, atributo especialmente útil em formulações com teor de PEAD reciclado, pois altos níveis desse material podem criar desafios para o desempenho do frasco”, argumenta o técnico. Mediante o acréscimo de Vistamaxx 3020FL à formulação, ele especifica, aumenta-se a resistência à tensão por fissuramento, conveniência equilibrada com pequena redução do top load, ensejando o uso de reciclado sem comprometer a performance do frasco.
Na raia da produção de tampas de desodorante, Vistamaxx também brilha nos bastidores do processo. “Melhora a qualidade da tampa, reduzindo perdas por quebra; aumenta a produtividade na linha injeção, através de melhores propriedades de fluxo, e economiza resina admitindo uso de mais carga ou reciclado na formulação”, coloca o engenheiro. Em relação à performance final, Atore enaltece os préstimos de Vistamaxx para proporcionar tampas muitos flexíveis ou com toque suave (soft touch).

Flexibilidade e soft touch são dois pratos fortes acenados para bisnagas e frascos soprados, como os de desodorantes, pelas resinas Adflex do conglomerado petroquímico holandês LyondellBasell. “No âmbito das tampas de desodorantes, as nossas resinas Adstif favorecem os custos do transformador”, distingue Ademir Livio, gerente responsável pelo mercado sul-americano. “O aumento de rigidez que proporcionam pode convergir para menor espessura e peso final da embalagem”. •

Compartilhe esta notícia:

Deixe um comentário

Interplast 2024
Cazoolo Braskem
Movimento Repense. O Plástico não é uma epidemia. A falta de informação sim.
Piramidal - Resinas PP, PE, ABS - Resinas Termoplásticas
Perfil Abiplast 2022
Grupo Activas
Braskem 360º