Sem abrir capacidades e investimentos envolvidos, a brasileira Valgroup, nº1 na transformação de plásticos na América Latina, anuncia sua segunda transação em PET na Itália em cerca de um ano. A bola da vez agora é a incorporação do Grupo Garda Plast, nas vestes da fusão entre dois ases na injeção de pré-formas: as transformadoras Garda Plast S.p.A. e Ifap S.p.A., que também sopra garrafas. Em dezembro passado, o conglomerado sediado em Lorena (SP) e controlado pela família Geronimi, comprou na Itália a recicladora de garrafas 3 R e a transformadora NuovaPlast, esta focada há 25 anos na injeção de pré-formas e com potencial para gerar 3 bilhões de unidades/ano.
Fundada em 1996, a Garda Plast passou em 2017 ao controle majoritário do fundo privado institucional Progressio Investimenti II alojado no bojo do fundo Progressio SGR S.p.A, constituído em 2005 e baseado em Milão. Um ano depois, a Garda Plast comprou a Ifap. Coordenada pelo Progressio SGR, a fusão formal das duas empresas, à frente de duas plantas, resultou no Grupo Gardaplast embolsado pela Valgroup. “Com esta aquisição, consolidamos nossa posição no mercado italiano, criando um polo de vanguarda, inovação e excelência em pré-formas e rPET para as indústrias de bebidas, detergentes e laticínios”, considera Luigi Geronimo, fundador da Valgroup.
Além das unidades na Itália, a operação de pré-formas da Valgroup compreende uma planta no Uruguai e três no Brasil, em Pernambuco, Minas Gerais e Rio de Janeiro. Matéria postada em 11 outubro último no site Sustainable Plastics, informa que o Valgroup dispõe de recicladoras de PET no México (2.000 t/mês) e na Espanha (1.500 t/mês). No Brasil, repassa a mesma fonte, as três plantas de pré-formas também reciclam garrafas pós-consumo. Além da liderança na transformação de poliéster para segundo uso, a Valgroup é a maior recicladora de PET grau alimentício (BTB) do país. Indicadores do final do ano passado totalizavam a produção nacional desse reciclado em 157.000 toneladas, indicador no qual a Valgroup comparece na pole com capacidade para 80.000 t/a, respondendo por cerca de 50% desse mercado.
Reza o artigo postado por Sustainable Plastics que o conglomerado brasileiro debutou na reciclagem do poliéster em 2000, tendo sido certificado oito anos depois pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para atuar na reciclagem de PET BTB. No município fluminense de Duque de Caxias, atesta a mesma fonte, a Valgroup opera a maior planta latino-americana de reciclagem de PET, com capacidade projetada em 4.000 t/mês. Entre seus pontos altos tecnológicos, a reportagem distingue os sistemas de triagem óptica de sucata do poliéster Pellenc e Titech; a separação óptica de flakes por equipamentos Cimbria e Unisensor e produção de pellets por extrusora Erema.