Vai ser um forró da peste

Filial cearense da Global PET reciclará o mercado do Nordeste
Barbosa: capacidade total de reciclagem da Global PET passará de 30.000 para 72.000 t/a até 2024.

Embaixador do plástico na economia circular, PET reciclado grau alimentício (ou bottle to bottle/BTB) está com a vida ganha no Brasil. Sua capacidade instalada, a cargo de seis recicladores, hoje soma 175.000 t/a e, em três anos, deve pular a 305.000, volume dependente do suprimento da ordem de 435.000 t/a de embalagens pós-consumo, cruza os dados Irineu Bueno Barbosa Junior, sócio executivo da Global PET, recicladora do estado da arte BTB. “A capacidade a ser atingida em 2025 equivale a pouco menos da metade do atual consumo nacional de PET para embalagens e indica que a demanda interna de garrafas descartadas para os grades BTB está mais do que garantida para os próximos 10 anos”. Debruçados sobre essas perspectivas, conveniência logística e incentivos fiscais, Barbosa e o sócio Ari Peronti preparam a estreia de sua primeira filial. Denominada Global PET Ceará Ltda. e bombeada por aporte de R$ 70 milhões mais R$ 20 milhões de capital de giro, será a primeira recicladora no gênero do Polo Químico de Guaiúba, a 40 km de Fortaleza.
Na selfie atual, a sede da indústria em São Carlos (SP), na ativa desde 1999, totaliza capacidade de 30.000 t/a e, aliada ao potencial da filial rodará em 2025 na órbita de 72.000 t/a, antevê Barbosa. “As operações começarão no último trimestre do ano que vem e entrarão em 2024 com carga total de 2.500 t/mês”, ele estabelece. “Por sua vez, a capacidade em São Carlos passa de 2.500 para 3.500 t/mês em janeiro de 2023”. Em tecnologia, ele nota, a filial será clone da matriz, com sistema de lavagem de flakes criado internamente, equipamento de secagem Kreyenborg, extrusão MAS, periféricos Nordson e reatores de pós-condensação por bateadas tipo OHL.
Barbosa apalpa desde 2018 o potencial do nordeste para PET BTB. “Até então, atuávamos mais no sudeste devido á eficiência logística e desinteresse de grandes brand owners no Nordeste em consumir o reciclado grau alimentício que ali chegava a custo similar ou acima da resina virgem”. A propósito, ele encaixa, incentivos fiscais de baciada explicam a atividade no N/NE dos principais transformadores de pré-forma do país, assim como a produção nacional de PET virgem em Pernambuco, distante dos grandes centros de consumo. O industrial retoma o fio considerando que a cobrança pública de responsabilidade ambiental que cresce desde 2018 entre indústrias dependentes de garrafas PET ricocheteia a favor de investimentos em logística reversa e PET reciclado, em particular BTB. Daí, portanto, porque a Global PET aceitou a oferta de um imóvel no polo de Guaiúba, empreendimento gerido pelo Instituto Orbitar, apoiador do setor químico cearense. Lógico que influíram na decisão as benesses tributárias da região, inclusas facilidades em impostos estaduais para importar matéria-prima e maquinário, e o respaldo do governo do Ceará a projetos de auréola sustentável, completa Barbosa.
Outra motivação para erguer a filial: o potencial de uma recicladora local para impelir novos empreendimentos de coleta e logística reversa de garrafas PET na região. “Vai pesar para encurtar muito a distância entre depósitos de sucata e cooperativas de catadores, estimulando por tabela a reciclagem”. O dirigente calcula que sua recicladora em Guaiúba deverá requerer suprimento regular da ordem de 3.500 t/mês de embalagens residuais. “Hoje em dia, o Ceará oferece ao mercado em torno de 1.200 t/mês de garrafas PET e apenas a nossa planta local consumirá o triplo e já planejamos trazer matéria-prima da região norte e Maranhão, Piauí e Rio Grande do Norte”. Como ele deixa claro, a insuficiência de sucata PET será uma enxaqueca para qualquer outra recicladora que venha se instalar no Ceará ou proximidades. “Iniciamos quatro anos atrás a busca e desenvolvimento de fornecedores estaduais de garrafas enfardadas, remetidas de lá para a matriz em São Carlos”, revela Barbosa. “Não só é uma forma de colaborar com o crescimento desses sucateiros como assim garantimos a eles que a demanda da Global PET é continua e crescente; ela não veio para brincar”.•

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