União Europeia: economia circular vai determinar presença de resinas em embalagens

Seduzido por incentivos da União Europeia ao uso de material reciclado em embalagens, fabricantes franceses de iogurtes substituem cada vez mais os tradicionais potes termoformados de poliestireno por PET, a resina mais reciclada, apontou em seminário do portal Icis em 6 de setembro o diretor da consultoria Eunomia Joe Papineschi.

O vento também sopra a favor do poliéster em relação a determinados recipientes de polipropileno para alimentos e bebidas, acentuou o analista. O pano de fundo dessa mexida é o avanço na taxação de embalagens plásticas na Europa. Segundo Papineschi, Itália e Reino Unido, por exemplo, já adotam essas tarifas que, ao estimular o uso de reciclado, caminham para determinar a presença de alguns plásticos  em embalagens, cenário azul com fundo dourado para PET reciclado grau alimentício, único polímero pós consumo recuperado e internacionalmente aprovado para uso em contato direto com alimentos.

As mudanças nos hábitos de consumo instauradas pela pandemia, com efeitos diretos na cadeia plástica, também não passam em branco diante do consultor. Entre elas, ele distingue a arrancada das embalagens econômicas (tamanho família) e de uso único para produtos de higiene/limpeza, além das vendas por e-commerce.

No mesmo fórum do Icis, Martin Wiesweg, executivo da consultoria IHS Market, rotulou como desafiadora a meta dos países membros da EU de reciclarem 50% das embalagens plásticas que consomem até 2025, embora concorde que o compromisso tende atrair dinheiro grosso. No momento, ele exemplificou, não mais que metade do consumo europeu de filmes, parcela estimada por ele em 9 milhões de t/a, é coletada para reciclagem. O jogo deve começar a virar, ele prevê, a partir de 1 de janeiro próximo, com a entrada em cena da multa de 0.8 euro por quilo de plástico pós consumo não reciclado no bloco europeu.

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