Polietileno: Icis mapeia torrente de expansões nos EUA até 2022

Está se aproximando o dia do acerto de contas entre as ampliações em curso na capacidade mundial de polietileno (PE), a resina mais consumida, e sua demanda em fogo brando impensável por quem planejou essa rodada de investimentos na poliolefina. O epicentro dessa rota de colisão é a petroquímica norte-americana, cujo surto ainda vigente de aumentos na sua capacidade de PE foi deflagrado pela rota do gás natural mais barato do planeta, pela crença na permanência do barril de petróleo a US$100 e pela convicção de que a China continuaria crescendo à média de dois dígitos anuais, nas vestes de maior e mais tranquilo canal de desova para o excedente de PE dos EUA. Só que não. A ducha de água fria da realidade foi despejada pela guerra comercial Trump x China, a letargia econômica europeia, a descida em espiral na cotação do barril e, para enevoar o horizonte, a petroquímica chinesa caminha para reduzir muito a sua dependência de importações de PE.

Apesar desses pesares, nota Paul Hodges, consultor e blogueiro do portal especializado Icis, apenas a capacidade norte-americana da poliolefina aumentará 40% entre 2017 e dezembro próximo. Conforme repassa o banco de dados do Icis, a capacidade de PE dos EUA registrou os seguintes aumentos dois anos atrás: 750.000 t/a por contra da Dow; 470.000 t/a da Ineos/Sasol; 1 milhão de t/a da Chevron e 1.300.000 t/a da ExxonMobil. Em 2018, o monitoramento do Icis registra apenas a ampliação de 125.000 t/a efetuada pela Dow. Situação deste ano: 500.000 t/a da LyondellBasell; 650.000 t/a da ExxonMobil; 890.000 t/a da Sasol. Em 2020, será a vez da expansão de 800.000 t/a da Formosa Plastics; 950.000 t/a da Dow e 1.600.000 t/ da Shell. Já para 2021, está programada a entrada em cena de 625.000 t/a de PE da Total Borealis e, em 2022, serão introduzidas na praça 430.000 t/ a da Nova Chemicals. Por tabela, a depressão atual nos preços internacionais de PE tende a se agravar, inclusive com a contribuição da economia circular disseminando o repúdio às embalagens de uso único que mobilizam 2/3 do consumo internacional da resina.

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