PE: fim do ciclo de expansão na América do Norte

Após mais de cinco anos de foguetório, eis que não há notícia sobre projetos de plantas de PE com engenharia aprovada, construção iniciada ou partida confirmada para 2023 nos EUA e Canadá, conforme levantamento liberado em outubro pela consultoria Polyolefins Consulting. Trocando em miúdos, aparenta ter chegado ao esgotamento os seguidos ciclos de expansão na capacidade norte-americana de PE (em especial PEBDL e PEAD), na garupa do acesso privilegiado à matéria-prima mais barata do planeta, o gás natural extraído do petróleo de jazidas do xisto e de baixas no Golfo dos EUA.

Entre os fatores que substituíram a ascensão pela queda, Paul Hodges, CEO da New Nomral Consulting, apontou por várias vezes a crença de produtores da nata mundial de PE de que o barril petróleo se eternizaria na faixa de US$ 100 e que a China cresceria para sempre dois dígitos anuais e jamais entraria em cogitação expandir sua petroquímica para aproveitar a festa. Eis que vieram então a guerra comercial  contra os chineses deflagrada por Trump e piorada por Biden; a pandemia engessando o maior comprador de  resinas do planeta (China) e as cadeias de produção e distribuição mundiais e, por fim, a Europa com consumo e manufatura sufocados pela inflação, carência e hiper encarecimento de energia impostos por Putin.

Tudo isso desembocou no empacado mega excedente de PE a preços no piso; no mencionado fim  de linha paras ampliações da petroquímica norte-americana e, por fim, resultou na conjuntura conturbada pela partida demais unidades da resina na China em meio ao desaquecimento de sua economia.

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