< PreviousDezembro/2018 – Janeiro/2019plásticos em revista8VISORPolipropileno (PP) é o polímero campeão em gabinetes de venti-ladores. “Ele tem avançado sobre o metal por permitir uma custo-mização mais barata e fácil, ajustando-se às necessidades dos transformadores e seus clientes”, interpreta Thiago Gomes Shinzato, líder do segmento eletrodo-mésticos/PP da Braskem, único produtor da poliolefina no país. “Desse modo, PP viabiliza produtos mais leves e resistentes à corrosão”. Na injeção de grades frontais de ventiladores, exemplifica o executivo, PP contribui para o aumento da eficiência, ao permitir que o vento seja direcionado e, em decorrência, intensifica a ventilação dispensando ajustes nas hélices ou na potência do aparelho. Entre os grades da série Maxio® mais afinados com compo-nentes injetados de ventiladores, Shinzato se aferra ao homopolímero nucleado de índice médio de fluidez H 202C. “Além de aumentar a produtividade da injetora, reduz o peso das peças e o consumo energético no processo”, ele justifica.Os bastidores dos ventiladores são a praia das poliamidas (PA), pois adequam--se aos esforços mecânicos sofridos pelo eletroportátil, prolongando assim a sua vida útil, explicam Aurelio Mosca e Alexandre Pastro, respectivamente diretores de ven-das e marketing da componedora Krisoll. “Entre os componentes, figuram hélices e pás de modelos industriais, buchas, componentes de fixação e montagem, carcaças e suportes de motores, botões e sistemas de acionamento”, eles ilustram, acrescendo que, em geral, tratam-se de peças de PA 6.6 com e sem carga ou aditivação, a depender da aplicação. Em relação ao portfólio da Kri-soll acenado para peças de ventiladores, Mosca e Pastro destacam compostos refor-çados e coloridos para itens como botões e sistemas de acionamento; materiais com 30% de fibra para hélices e pás e aplicações em contato com calor, caso de componentes de mo-tores, são o alvo de compostos com não revelado aditivo de proteção térmica.A Krisoll se esforça por estreitar laços com o polo de ventiladores de Catanduva, onde já fornece materiais como PA 6 e 6.6 não reforçados e PA 6.6 branca para bo-tões dos aparelhos. “No entanto, algumas empresas dali importam o produto acabado da China, o que diminuiu nossas vendas de forma considerável”. Nos últimos anos tem crescido em peças de ventiladores, tal como em todos os segmentos de PA, o uso, em especial em compostos, de resina reciclada, observam os dois diretores. A preferência não é reza no altar da sustentabilidade, eles esclare-cem, mas fruto da escassez que encareceu PA 6.6 virgem perante outros materiais, efeito da escassez mundial do ingrediente adiponitrila surgida em 2018. No polo de Catanduva, explicam Mosca e Pastro, o grosso das aplicações vai para PA 6.6 com fibra de vidro, composto de preço onerado Pegando em cheioPP e PA mandam ver no polo de CatanduvaVENTILADORES/RESINASGrades frontais: PP intensifica a ventilação. Dezembro/2018 – Janeiro/2019plásticos em revista9pela insuficiente produção internacional do polímero, ensejando a migração dos transformadores para alternativas como os reciclados. “Como a Krisoll focaliza materiais prime, não contemplamos por ora crescimento significativo nas vendas para Catanduva, mas continuamos atentos a aplicações em que podemos oferecer algum diferencial ao cliente”. Única produtora de PA 6.6 no país e componedora desse polímero e de PA 6, a Solvay mantém o polo de Catanduva na carteira de clientes. “As poliamidas são empregadas com dois enfoques, em especial: peças estruturais e componentes elétricos”, delimita Emy Yanagizawa, dire-tora comercial de performance polyamides do grupo belga para as Américas. “Na linha com demanda estrutural destaca-se a base de motor dos ventiladores, que requer estabilidade dimensional sob temperaturas elevadas e resistência à tração e rigidez superiores mesmo em ambientes de alta umidade, um quadro que pende para a apli-cação de PA 6.6 termoestabilizada e com 30-50% de fibra de vidro”. Engrenagens e buchas de vedação, insere Emy, são com-ponentes de ventiladores cativos de PA 6.6, mérito de níveis de resistência mecânica e ao desgaste inalcançáveis por PA 6.Entre as joias da coroa dos grades da Solvay,a executiva indica o material Technyl A118 V50 Black para peças estruturais de ventiladores e, para engrena-gens, a pedida é Technyl Star A205F. “Provê excelente acaba-mento superficial e processabi-lidade em moldes de injeção de múltiplas cavidades”.Na raia de PA 6, a Lanxess, produtora do polímero na Ale-manha e componedora no Brasil, também manda ver em Catanduva. “Este mercado utilizava basicamente PA 6.6 com fibra de vidro, mas devido aos altos custos da resina causado pela escassez mundial sem término a curto prazo do insumo adiponitrila, levou os usuários a alternativas, das quais a melhor é PA, dadas as suas propriedades mecânicas similares e seu acabamento, processabilidade e resistência superiores às de PA 6.6 ¨, sustenta Anderson Marós-tica, gerente de desenvolvimento de apli-cações e serviços técnicos da unidade de negócios de polímeros de alta performance da Lanxess no Brasil. Além do mais, com-pleta, paradas de manutenção em várias das principais polimerizações de PA 6.6 no mundo estão programadas para este ano e 2020. “Portanto, a oferta global de PA 6.6 continuará apertada e encarecida”, emenda Maróstica. “Fornecemos grades de PA 6 Easy Flow, com teores de 50% (Durethan BKV50H2.0EF) e 30% ((Durethan BKV30) de fibra de vidro, para deslocar PA 6.6 reforçada de componentes de ventiladores como grades e suportes de paredes”, ele ilustra. Os compostos Easy Flow, com-pleta Maróstica, permitem o trabalho sob temperaturas de processo inferiores às requeridas pelos tipos convencionais de PA 6, além de acenarem com redução do ciclo de injeção e primor no acabamento. Outra bala de prata da Lanxess para o despejo de PA 6.6 vingar nos ventiladores é o serviço técnico HiAnt. Abrange a seleção de ma-teriais, construção funcional e design de componentes e o emprego de ferramentas virtuais. “Por exemplo, um programa de simulação para projetar as peças com os plásticos corretos e design aperfeiçoado”, coloca o especialista.Maróstica: compostos de PA 6 desbancam o tipo 6.6 de peças de ventiladores.Emy Yanagizawa: Technyl A118 V50 Black para peças estruturais e Technyl Star A205F pra engrenagens.Mosca e Pastro: encarecimento enfraquece PA 6.6 na injeção em Catanduva. Dezembro/2018 – Janeiro/2019plásticos em revista10VISOR“Hoje em dia, os ventilado-res apresentam design diferenciado, recurso que aumenta a eficiência no desempenho do aparelho e confere mais harmonia à decoração”, percebe Roberto Herrero, coordenador do laboratório de cores da Cromex, turbo nacional em masterbatches. “As cores branca e preta convencionais e a combinação de azul com branco aparentam passar por satura-ção, pois os consumidores voltam-se para peças de personalidade, coloridas, para casar com a decoração, ou ventiladores de design mais clássico, para ambientes neutros”.Entre as alternativas da palheta da Cromex para o repaginado visual dos ven-tiladores, Herrero pinça a diferenciação proporcionada por cores fortes, capazes de valorizar o eletroportátil. “Por exemplo, soluções de pretos tonalizados com maior intensidade, conhecidos no mercado como deep black ou black piano”.Há quem associe de imediato venti-ladores de plástico ao apelo do preço em conta, afunilando, em teoria, o espaço para aplicação de recursos valorizadores como cores mais exclusivas ou tonalida-des e efeitos de cunho especial. Herrero não compra de todo este argumento. “Além de refrescar mantendo a umidade do ar e sem gasto excessivo de energia, o ventilador hoje é ofertado nos mais varia-dos modelos, permitindo ao consumidor selecionar aquele da cor que lhe agrade e capaz de atender suas necessidades”, considera o técnico. “Por sinal, o venti-lador de plástico é o tipo preferido para quem mora em locais de tempo muito úmido ou perto de praia”. Wagner Catrasta, gerente comercial da Termocolor, endossa que os ven-tiladores não cabem mais nas vestes de eletrodoméstico sem glamour. “Essa tendência de cores inusuais veio valorizar e inovar o produto, tirando-o dos limites do branco e preto padrões”, concorda A cor do ventoConcentrados ajudam a mudar a imagem dos ventiladores e energizar os impulsos da compra Herrero: ventilador agora faz parte da decoração de ambientes. Ventiladores coloridos: avanço sobre o terreno do branco e preto convencionais e azul/branco.VENTILADORES/MASTERBATCHESo executivo. “Outro fator determinante foi a mudança do conceito de cozinha tradicional para espaço gourmet, onde produtos que vão de utensílios domésticos a ventiladores ganharam a conotação mais nobre de objetos de decoração”.Branco e preto ainda povoam boa parte da vitrine dos ventiladores, nota Catrasta. No entanto, nota, nas entreli-nhas dessa participação destacam-se tonalidades diferenciadas como o black piano, hoje em evidência no fornecimento de masters da Termocolor para peças do eletroportátil, tal como efeitos perolados em ouro e prata e cores sólidas a exem-plo de vermelho, amarelo, azul e laranja. “Além disso, hoje o mercado inclina-se por utilizar mais de uma cor no mesmo aparelho, além de incorporar novas tec-nologias, como entrada USB para carregar celular e pontos para refil de repelentes”, ele observa. Roberto Castilho, diretor comercial para masters na América do Sul da componedora A.Schulman, concorda com a corrente que enxerga o ocaso de branco e preto em ventiladores. “Hoje em dia, procura-se atrair o comprador com outras cores opacas e efeitos especiais, a exemplo do perolado, ou metálicos como prata, caso do nosso master Polybatch 70100, para as peças de polipropileno reforçado de ventiladores”, ele percebe.Catrasta: receptividade a efeitos perolados e masters amarelo, vermelho, azul e laranja.Fernandes: cores vivas rejuvenesceram o segmento de ventiladores.Dezembro/2018 – Janeiro/2019plásticos em revista12VISORVentiladores de teto também com-põem um nicho de maior valor agre-gado e, embora dominados por partes metálicas com pintura epóxi, embutem oportunidades para masterbatches, vislumbra José Fernandes, diretor da Cromaster. “Nesse caso, os caminhos são as peças plásticas complementares para concentrados especiais e o desafio de desenvolver componentes injetados com resina capazes de substituir os tradicio-nais metálicos com a mesma tonalidade e brilho, mediante incorporação de soluções de efeitos como perolados e metalizado aos masters”.Na esfera dos ventiladores cativos do plástico, Fernandes acha que, por serem cores de fácil harmonização, branco, preto e cinza ainda têm sobrevida no eletroportátil. “Em paralelo”, reconhece, “tomou corpo no ramo a criação de uma linha mais jovem, cuja grade de cores correspondesse à demanda e, dentro dessa nova perspectiva, vermelhos, rosas, laranjas, verdes e azuis iniciaram o ingresso neste mercado, ajudando a compor ambientes com suas nuances de tons contemplando ventiladores de coluna, parede e mesa”. •Castilho: efeitos metálicos para despertar o impulso da compra Ventiladores guardam associação de bate pronto com peças injetadas. Mas a Rotoline, fabricante de máquinas de rotomoldagem, quebra este paradigma com uma investida que inova o seu portfólio: o lançamento de ventiladores rotomoldados concebidos para o resfriamento em linhas de produção. “Nossa missão é difundir a rotomoldagem no mercado e mostrar que o processo pode ser aplicado em diferen-tes áreas”, explica a gerente comercial Kadidia Umar. “Desse modo, optamos por desenvolver um produto rotomoldado para uso em nosso campo, resfriando moldes de linhas de rotomoldagem, e na indústria em geral”.Como a vocação da Rotoline não é produzir peças rotomoldadas, Kadidia informa que o corpo dos novos ventiladores é fornecido pela sua cliente Tecnotri. “O sistema de aspersão é um projeto nosso e o pedestal, motores e hélices são adquiridos de diversos fornecedores”. A montagem final, inclusos os componentes elétricos, é realizada na sede da Rotoline, em Chapecó (SC) e a executiva acrescenta que o ventilador está sendo incorporado às suas máquinas de rotomoldagem.O leve e robusto ventilador com estrutura de polietileno rotomoldado disputa espaço com o similar de metal, versão dominante nos parques fabris. Entre os diferenciais do lançamento, Kadidia distingue a maior vazão de ar com o mesmo consumo energético de modelos concorrentes de igual potência. “Também é resis-tente à corrosão e pesa menos que os ventiladores de metal”. A gerente comercial destaca ainda a disponibilidade de três opções de acionamento: sem dispositivo de partida (tomada), com partida direta (tomada+botão) e por inversor de frequência. “O cliente ainda pode escolher entre a alternativa do motor trifásico com partida direta ou monofosásico com inversor de frequência”, acena a Kadidia. “É uma solução para muitas indústrias sem instalação elétrica trifásica, um fator que lhes limita a compra de equipamentos”. ROTOLINE ESTREIA EM VENTILADORESVentilador da Rotoline: para máquinas de rotomoldagem e indústrias em geral.VENTILADORES/MASTERBATCHESDezembro/2018 – Janeiro/2019plásticos em revista14OPORTUNIDADES“O mundo faz muito menos sentido do que se pensa. A coerência vem do jeito que nossa mente funciona”. A frase do psicólogo Daniel Kahneman, Nobel de Economia e luminar da economia com-portamental, cai feito luva para ilustrar um cenário na transformação empacado por quatro anos de alta ociosidade, crédito caro e seca nos investimentos. Mas três empre-endedores resolvem dar as costas para ele e embarcar na aventura de um negócio metido num vespeiro de competidores: a montagem de equipamentos periféricos para pequenas e médias empresas. Pois não é a primeira vez que o bom senso geral apanha feio do faro pessoal. “Fechamos 2018 com o triplo do volume de vendas anterior”, comemora Marcel Brito, sócio executivo da Vizuri. “Nos últimos dois anos trabalhamos pesado na constituição do portfólio e desenvolvimento de parceiros de qualidade, pontualidade e custo. O próximo passo será criar receitas completas para cada máquina, permitindo seu auto ajuste conforme a ordem de produção na fila”. Não por acaso, Vizuri tem dois significados no dialeto africano suaíli: bem e visão. “A decisão de criar a companhia numa conjuntura conturbada veio da certeza de tratar-se de um período passageiro de baixa demanda, suficiente para estruturar e preparar a fábrica para atuar na retoma-da”, racionaliza Brito. “Hoje em dia, nossa capacidade instalada está toda tomada, aumentamos o quadro de pessoal e, para não comprometer o cronograma das entregas, temos investido no estoque de equipamentos semi acabados”. A razão de ser da Vizuri, ele sumariza, é oferecer serviço técnico diferenciado, solu-ções de automação e recursos para o trans-formador extrair a máxima performance de suas máquinas básicas. Sem discurso nem foguetório, a unidade da Vizuri largou em abril de 2017 em Mauá, Grande São Paulo, com o controle societário dividido entre Brito (82%), Fernando Nascimento Para intervir com ênfase em favor da subida na qualidade, controle do processo e redução de custos e tempos de set up, a Vizuri firmou aliança com a empresa de softwares Prodwin. “Isso abriu a possibi-lidade de oferecermos ao transformador a junção das máquinas com o sistema integrado de gestão (ERP) dele”, explica o diretor. “Por exemplo, através do nosso dosador gravimétrico e do sistema VZ plus controlamos todas as variáveis da extrusão de filmes mono e coex, como as temperaturas de cada zona e do ar de resfriamento, largura do balão, velocidade da linha, consumo energético, gramatura e composição de blends de resinas. “Através da incorporação do sistema de execução da manufatura (MES) criado pela Prodwin, incluímos o controle da aferição da eficiên-cia do processo e dispomos de um módulo de planejamento e controle da produção, controle estatístico do processo e acom-panhamento para manutenção preventiva e corretiva”.Para Brito, os dosadores gravimétricos da linha Platino devem tornar-se o item--chave do mix a curto prazo. “Controlam o processo pela conexão com os inversores da rosca principal e do puxador, enviando assim a quantidade precisa de material para manter constante a gramatura”, ele descreve. “Podem ser acessados à dis-tância, emitem relatórios de consumo de cada material dosado, mostram o gasto energético por quilo de filme produzido e A voz do faroVizuri abre caminho para sobressair no ringue dos periféricosVIZURIBrito: capacidade tomada e pronta para desfrutar a retomada.(12%) e Adriano Vieira (6%). A propósito, Brito por ora se desdobra vestindo dois chapéus: além do balcão dos periféricos, permanece representante comercial no mercado paulista da Carnevalli, fabricante de extrusoras de filmes e flexográficas. “Como o mostruário da Vizuri complementa e automatiza as linhas de extrusão, levo aos clientes uma solução completa”.possuem recursos de parada automática de máquina e de set up, reduzindo assim a quantidade de aparas geradas nas trocas de linha”.O balcão da Vizuri também contém dosadores gravimétricos na linha Oro. “Seu foco é a mistura homogênea de granulados ou moídos e podem ser instalados sobre injetoras, sopradoras ou extrusoras, atu-ando ainda como central de dosagem para abastecer um silo”, sintetiza Brito. Por seu turno, a linha Smart reúne cristalizadores de PET, desumidificado-res e secadores de polímeros em geral. Já os dosadores volumétricos estão a postos na linha DV. “Atuam através de rosca especial, dosando principalmente aditivos e acenam com a possibilidade de salvar até 100 receitas”, atesta o diri-gente. No embalo, ele distingue a oferta de soluções completas de alimentação centralizada, passando pelos sistemas de armazenagem, centrais de distribuição, tubulação, bombas de vácuo, filtros de Vizuri: operação entrosada com sistema integrado de gestão do transformador. ar e alimentadores. “O maior diferencial delas é o software com controle dos níveis de estoque, geração de relatórios de consumo e integração com o sistema ERP”, ressalta o fabricante, fechando o mostruário com a linha de esteiras.A briga de foice no ninho doméstico de periféricos promete agravar-se no governo Bolsonaro, à sombra da apregoada redução gradual das alíquotas de importação num dos mercados mais fechados do planeta. Brito percebe na política econômica uma via para a Vizuri aumentar a competitividade se, em contrapartida, a indústria nacional como um todo tiver sua carga tributária reduzida. “No geral, o país só tem a ganhar e a Vi-zuri poderá agregar a seus equipamentos componentes eletrônicos de primeira linha tornados mais acessíveis pela abertura”. Na mesma trilha, ele não descarta a possibili-dade de a empresa também operar como representante de marcas internacionais de periféricos fora do seu mix. “Continuaremos ampliando o portfólio de fabricação própria, mas sempre receptivos à oportunidade de agregar ao fornecimento equipamentos de alta tecnologia, como medidores de es-pessura, anéis de ar automáticos ou linhas especiais para cristalizar flakes de PET”, estabelece Brito. •Dezembro/2018 – Janeiro/2019plásticos em revista16MOLDESEm tempos de economia em água morna, as indústrias de bens de consumo lançam mão de lança-mentos para revigorar as vendas com o apelo da inovação. O esforço deflagra um efeito dominó na cadeia produtiva e, no vagão dos fornecedores de peças plásticas, animam as encomendas de moldes de injeção. Além de significar novos pedidos, matrizes mais produtivas e duradouras são benvindas pelos trans-formadores como trunfos para enjaular os custos de processo. Para corresponder a todas essas expectativas, a evolução dos aços de alta liga tem sido crucial e sua procura tende a intensificar sob a crença, unânime na iniciativa privada, de uma retomada já em andamento, avivando por tabela a disposição das indústrias finais de despejar novidades na praça. “O investi-mento em moldes está ligado à confiança do empresário para desenvolver e lançar produtos e, diante do mercado muito otimista com o novo governo, julgo que este ano nossas vendas serão bastante superiores às de 2018”, confia Francis Borelli dos Santos, diretor da Metalli Aços Especiais. Fincada em Caxias do Sul, na serra gaúcha, a Metalli assedia moldes de inje-ção de plástico com aços especiais de sua parceira, a usina alemã Schmiedewerke Groditz. “A principal vantagem oferecida por nossos aços são ligas direcionadas a cada aplicação do cliente”, explica Borelli. Hoje em dia, encaixa, seus aços mais procurados para moldes pesados e complexos são os tipos 32 e 42 da série XPM. “Superam os aços tradicionais em termos de dureza, usinagem, troca térmica, soldabilidade e segurança para texturização”. Tal como os aços XPM 32 e 42, o tipo 738 HH, distingue o diretor, é indicado para moldes de maior desem-penho e vida útil. “As três ligas marcam pela excelência na textura e polimento, diferindo nas durezas conforme o produto em vista para ser injetado”. O aço XPM 32 apresenta índices de dureza de 30 a 40 HRC; o tipo XPM 42, de 38 a 42 HRC e o 738 HH, de 34 a 38 HRC.Borelli vê com bons olhos as pers-pectivas para sua operação embutidas na abertura comercial defendida pelo governo Bolsonaro. “Tanto para a Metalli como para a cadeia de moldes de injeção, AÇOSMetalli: aços de alta liga da usina alemã Schmiedewerke Groditz.Os aços que injetam excelência nos moldes para plásticosPara o processo dar ligaDezembro/2018 – Janeiro/2019plásticos em revista17a redução tarifária geraria muita compe-titividade”, ele pondera. “A importação de aços para essas matrizes é gravada com alíquota de 14% e, somada a outros custos e taxas, o custo do metal fica até 30% mais caro aqui que, por exemplo, na Europa”. Na mesma trilha, Borelli comenta que o consequente encarecimento dos moldes brasileiros muitas vezes força as empresas a importar essas ferramentas. “Desse modo, toda a cadeia perde”, com-pleta. “Com a diminuição da alíquota, essa diferença no custo tenderia a baixar e, por tensão, muito mais moldes poderiam ser fabricados no país, facilitando para as empresas o desenvolvimento local de novos produtos”.Controlada da siderúrgica austríaca Voestalpine, a Villares Metals produz aços especiais em Sumaré, no interior paulista e ressalta dispor em seu portfólio de uma família de tipos talhados para a confecção de moldes para injeção de plástico. Na esfera dos componentes automotivos, a empresa elege como seu totem para moldes texturizados a liga VP20TS. Ela proporciona melhor repetitibi-lidade de resultados de textura, reduzindo ou mesmo eliminando as preocupações com a harmonização entre peças de um mesmo conjunto e produzidas em moldes construídos com aços de lotes distintos. Para embalagens, a pedida da Villares Metals são aços de maiores índices de dureza e resistentes à corrosão, segmen-to liderado pelo tipo VP420IM. Por sua vez, quando as condi-ções ambientais não requerem resistência à corrosão, a facili-dade de trabalho e grande tenacidade do aço TENAX300IM, mesmo quando tra-tado para a faixa de dureza entre 48 e 52 HRC, o tornam uma alternativa da empresa muito procurada.De acordo com avaliações da Villares Metals, os aços para moldes de injeção, apesar de suas composições químicas relativamente simples, precisam corres-ponder a demandas que, muitas vezes, exigem um balanceamento de proprie-dades, ou então, que sacrifique alguma característica técnica para se atingir o máximo desempenho em outra. É o caso de moldes nos quais a excelência na usinabilidade não tem paralelo na poli-bilidade. Para prover o melhor equilíbrio Ligas da Villares Metals: balanceamento de características para atender às peculiaridades dos moldes. entre os atributos necessários à peça a ser injetada, a Villares Metals desenvolve processos e ligas a exemplo de VIMCOR. Trata-se de um aço inxodável, de usibai-lidade aprimorada e adequado para uso em câmaras quentes, mas de aplicação limitada em cavidades. Outra referência da empresa no mesmo sentido acena para moldes de grandes tiragens e para o uso de carga. Consta do aço VPATLAS, com janela de dureza superior aos do tipo P20, razão da sua superioridade em termos de resistência ao desgaste e polibilidade, conclui a Villares Metals. •Next >