O day after da Braskem sem Petrobras

José Ricardo Roriz Coelho
José Ricardo Roriz Coelho
José Ricardo Roriz Coelho

Uma pergunta para José Ricardo Roriz Coelho, presidente da Associação Brasileira da Indústria do Plástico (Abiplast).

PR – Ao colocar à venda sua participação na Braskem, a Petrobras, atolada em dívidas e escândalos, praticamente oficializa sua retirada da petroquímica brasileira, depois de tanto ter investido para voltar a ela após o processo de privatização. Como essa ausência da única fonte local de matéria-prima (nafta e gás) pode afetar a trajetória daqui por diante da petroquímica brasileira e da sua cadeia do plástico?
Roriz – Numa avaliação preliminar, vislumbramos que uma saída da Petrobras da composição acionária da Braskem pouco impactará a forma de negócios ou precificação hoje feita com os transformadores. Exercendo a Odebrecht o seu direito de preferência ou se compondo com novo sócio, a tendência é de que será feito o possível para se manter a atual reserva de mercado. Num cenário de muitas dificuldades como o atual, a Braskem foi uma das empresas que mais se beneficiaram com a desvalorização do real e a queda do preço da nafta. Sua capacidade de competir internacionalmente num mercado competitivo será melhor testada com a nova planta de polietilenos no México. Estas forças serão seriamente comprometidas se a indústria brasileira de transformação perder a sua atratividade para investir e ter níveis adequados de rentabilidades, situação que vem se deteriorando nos últimos tempos. Talvez a próxima rodada de renovação do contrato de nafta, daqui a cinco anos, seja mais agressiva. Mas reitero que, para o transformador, a política de precificação de resinas será a mesma (movimentos internacionais, repasse de variações cambiais, taxa de conforto, melhoria constante de spreads operacionais) já que a nafta determina o spread operacional da segunda geração. Quando a Petrobras entrou no negócio petroquímico era clara a intenção de consolidação do setor. Hoje em dia, o mercado está consolidado e a venda da fatia da estatal no controle da Braskem não implicaria, grosso modo, em grandes movimentações ou na descentralização do negócio. Os parâmetros já estão estabelecidos.

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