Linha de passe

Quais são as iniciativas da Terphane para novos tipos de embalagem com barreira? Há algo de novo em termos de possibilidades de embalagens com “janelas” para o consumidor visualizar o produto nos pontos de venda?
Não é de hoje que vemos a indústria de produtos de consumo demandando mais filmes com barreira, por conta da migração dos envases rígidos para os flexíveis. E poliéster é o material certo para prover barreira às embalagens flexíveis. Assim, a Terphane vem atuando em duas frentes: filmes de alta barreira metalizados e transparentes. Os primeiros substituem as estruturas com folhas de alumínio, a exemplo de um lançamento, o filme de altíssima barreira MSHB que torna dispensáveis a presença de alumínio em flexíveis, algo tido até pouco tempo como impossível. Trata-se de uma substituição em linha com uma outra demanda bastante atual: a sustentabilidade. Afinal, a folha de alumínio representa a maior pegada de carbono deste tipo de flexível, de modo que sua troca por um filme biorientado de poliéster (BOPET) de altíssima barreira proporciona grande benefício ambiental.

Para melhor corresponder ao potencial desse segmento de filmes de altíssima barreira, nossa planta de BOPET em Pernambuco receberá, ainda este ano, uma nova metalizadora que expandirá sua capacidade de forma considerável. Conforme define a Bobst, fabricante suíça dessa metalizadora, “trata-se da primeira e a mais moderna no gênero a ser instalada nas Américas”.

Na esfera dos filmes transparentes de barreira, a segunda frente que trabalhamos é a das películas transparentes. Neste caso, competimos com o portfólio tradicional de filmes, como o Lidbar-e para aplicações em bandejas com atmosfera modificada, a película de BOPET com agente de barreira de policloreto de vinilideno (PVDC) e o filme CBR, desprovido de PVDC, mas de propriedades similares ao de BOPET com este substrato. No arremate, destacamos os filmes da japonesa Toyobo, comercializados nas Américas pela Terphane.

O consumidor quer ver o conteúdo através das embalagens, para se certificar da qualidade. A transparência valida o produto final para o comprador e constitui diferencial competitivo para os convertedores de embalagens. Hoje em dia, eles podem contar com BOPET para comparecerem com flexíveis dotados do apelo premium de uma transparência de padrão vítreo.

Na trilha da economia circular, como podemos trabalhar com todos os players da cadeia de embalagens e quais as iniciativas da Terphane para juntos oferecermos algo inovador às demandas da sociedade?
Entendemos a importância de trabalhar com todos os elos da cadeia de valor da embalagem, especialmente em relação a três temas estratégicos: inovação, tendências e sustentabilidade. Quanto a esta última, por sinal, a Terphane foi a primeira empresa do seu setor no Brasil a adotar um rack plástico, dobrável e retornável, como solução ideal para o transporte das bobinas de filmes para os clientes. Além da circularidade destes racks, outras vantagens são a manutenção da integridade das bobinas enviadas, a estabilidade e a possibilidade de empilhamento, além da higienização facilitada. Afinal, os racks estão alinhados ao conceito de HACCP (Hazard Analysis Critical Control Point), particularmente relevante nas indústrias de alimentos. Outro ponto positivo: a redução do corte de árvores para produzir os tradicionais paletes de madeira. Com esta solução, a Terphane se inseriu no conceito de logística reversa, pois os paletes vão para os clientes e retornam para a empresa; sua reutilização pode chegar a 400 vezes. E não paramos por aí. Por exemplo, estamos em discussão com a prefeitura de Diadema (SP), sobre como trabalhar as aparas industriais, agregando ainda mais circularidade ao negócio.

Vale frisar que não existe embalagem melhor ou pior, mas a a melhor adequação dentro de um mecanismo cada vez mais eficiente e sustentável. Devido à relevância do assunto, a Terphane desenvolveu uma plataforma de sustentabilidade baseada nestes pilares:

  • ativos produtivos, ou seja, como é possível tornar as plantas da empresa mais sustentáveis;
  • como o negócio da Terphane pode impactar a sociedade e o meio ambiente de forma cada vez mais positiva;
  • como nossos produtos e soluções podem trazer benefícios ambientais.

Qual a visão da Terphane sobre a competitividade nos próximos anos das embalagens flexíveis perante as alternativas rígidas, semi-rígidas, cartonadas, metálicas, etc?
As embalagens flexíveis serão bem mais representativas no futuro. Elas já possuem a maior participação no universo das embalagens, em particular quando as conectamos à sustentabilidade. É a embalagem que gera a menor massa de resíduo, fora vantagens como exibir o menor peso e novas tecnologias de barreira. De fato, ela contribui com a cadeia de duas formas: pela sustentabilidade e o custo reduzido. Sua propostas de valor supera a das demais soluções de embalagens a partir de um custo/benefício imbatível em termos sustentáveis (menor geração de resíduos) como de gastos (embalagens unitárias mais baratas). Nesse contexto, BOPET se afigura a uma chave mestra em flexíveis laminados ao contribuir para tornar essas embalagens mais leves, finas e funcionais, como ilustram o sistema de abertura/refechamento facilitado e o poder de barreira a aromas, oxigênio, água e luz.

No futuro a migração das embalagens rígidas para flexíveis continuará a pleno vapor, tendo como principais alavancas no Brasil categorias como lácteos, alimentos prontos, verduras e vegetais in natura e em conserva, doces e compotas e produtos de limpeza doméstica, higiene pessoal e cuidados com a saúde. Estas categorias decerto acelerarão o processo de migração do recipiente rígido para a solução flexível. •

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